28/02/2021 às 20h22min - Atualizada em 28/02/2021 às 20h22min

CONFRONTO IDEOLÓGICO NA SAÚDE: DOIS MIL MÉDICOS ASSINAM MANIFESTO APOIANDO TRATAMENTO PRECOCE DA COVID

Sergio Pires

Sergio Pires

Sérgio Pires, experiente jornalista e que atua na SIC TV, onde apresenta aos sábados o programa Direto ao Ponto, e diariamente o "PAPO DE REDAÇÃO".

COLUNA OPINIÃO DE PRIMEIRA: CONFRONTO IDEOLÓGICO NA SAÚDE: DOIS MIL MÉDICOS ASSINAM MANIFESTO APOIANDO TRATAMENTO PRECOCE DA COVID: O racha ideológico que atinge em cheio o Brasil, divide também, profundamente, a classe médica nacional, composta hoje por mais de 450 mil profissionais. Tratamento precoce pode ou não pode? Grande parte dos profissionais da saúde defende recorrer a tentativas que possam amenizar os perigos da doença, antes que ela se instale e cause danos destruidores no organismo do infectado. Há uma outra ala, que repudia essas atitudes, não importando quantas provas se tenha de que elas ajudam a diminuir a intensidade do vírus. Dois mil médicos brasileiros, representando várias entidades, publicaram um anúncio em grandes jornais, defendendo o tratamento precoce com medicamentos como Hidroxicloroquina, Azitromicina, Ivermectina, Vitamina D, Zinco, anticoagulantes e outros. Representando a “Associação Médicos pela Vida”, o enorme grupo já têm a adesão de outros milhares de seus colegas, enquanto há um outro contingente, também significativo, que não aceita as medidas, alegando falta de comprovação científica. Em função de posições pessoais, profissionais e na maioria dos casos, ideológicas, muitos médicos não aceitam, por exemplo, publicações de revistas especializadas, inclusive nos Estados Unidos, que apoiam esse tipo de tratamento. Também ignoram exemplos práticos, como os há em profusão em várias cidades brasileiras, que adotaram o sistema precoce e que diminuíram significativamente o número de internações e de estágios mais graves da doença, além de terem queda acentuada no número de óbitos. Exemplos disso são as cidades de Porto Feliz, no interior de São Paulo e Porto Seguro, na Bahia, onde os índices da doença são insignificantes perante a tragédia que atinge todo o país.

“Quando métodos profiláticos e terapêuticos comprovados não existirem ou forem ineficazes, o médico, com o consentimento informado do paciente, deve ser livre para utilizar medidas profiláticas, diagnósticas e terapêuticas não comprovadas ou inovadoras, se, no seu julgamento, esta ofereça esperança de salvar vida, restabelecimento da saúde e alívio do sofrimento”.  Esse é trecho da um argumento forte dos defensores do tratamento precoce, baseado nesse ensinamento básico da Declaração de Helsinque. E ainda defendem a posição do Conselho Federal de Medicina, entidade em que um dos dirigentes é o médico rondoniense Hiran Gallo, que orienta, em seu Parecer 04/2020: “considerando que o princípio que deve obrigatoriamente nortear o tratamento do paciente portador da Covid-19, deve se basear na autonomia do médico e na valorização da relação médico-paciente, sendo esta a mais próxima possível, com o objetivo de oferecer ao doente o melhor tratamento médico disponível no momento”. Os leigos, que ignoram ideologias dos médicos, no meio dessa estranha guerra entre os profissionais da saúde, questionam: é melhor deixar uma pessoa morrer do que dar a ela todas as opções de tratamento, sejam eles quais forem? Que essa pergunta seja respondida por cada um que atua na luta pela vida!
 
GOVERNO, BANCADA E PREFEITURA: META É COMPRAR 670 MIL DOSES: A informação foi repassada pelo empresário Chico Holanda, do grupo Pensar Rondônia, pelo governador Marcos Rocha. O Estado pode investir até 40 milhões de reais na compra de vacinas. Rocha convocou o secretário Luiz Fernando, da Sefin, determinando que ele faça estudos urgentes, para tentar buscar esse recurso. Se fosse viável este investimento, o governo rondoniense poderia adquirir um total superior a 465 mil doses, aos valores de hoje, na faixa de 16 dólares cada. A isso se poderia somar os 11 milhões liberados pela bancada federal (cada um dos oito deputados e três senadores), o que permitiria a aquisição de outras 125 mil doses. Acrescente-se também a decisão, reafirmada pelo prefeito Hildon Chaves, de a Prefeitura da Capital buscar mais 80 mil doses, num investimento de 6 milhões e 880 mil reais. Todo esse pacote, se concretizado num prazo razoável, somaria nada menos do que 670 mil doses, o que permitiria vacinar praticamente todos os rondonienses dos chamados grupos de risco. Infelizmente, mesmo com todo esse dinheiro, se ele for mesmo disponibilizado, teria grande dificuldade na aquisição das doses, já que faltam vacinas no mercado e há uma grande disputa em torno delas, não só no Brasil, mas como no mundo todo.
 
LAERTE QUER LEI QUE AUTORIZE O ESTADO A COMPRAR VACINAS: Comprar vacinas. Comprar vacinas. Comprar vacinas. Essa tem que ser a única prioridade, neste momento em que recrudesce a pandemia, para o deputado estadual Laerte Gomes, ex-presidente da Assembleia. Ele comemorou a decisão do STF, que autorizou Estados e Municípios a adquirirem as vacinas e, mais que isso, sugeriu que o governador Marcos Rocha encaminhe um projeto, em regime de urgência, para que os deputados autorizem uma adequação do orçamento, legalizando investimentos imediatos para a compra dos imunizantes. Lembrou que, no Rio Grande do Sul, por exemplo, o governo do Estado já encaminhou projeto neste sentido à Assembleia gaúcha, dando total prioridade a essa intenção. Elogiou ainda o que chamou de “grande esforço do governador Marcos Rocha e do secretário de Estado da Saúde, Fernando Máximo, na implantação de infraestrutura para criação de leitos de UTI para combater o covid-19. Não é fácil ser gestor em uma crise ocasionada por pandemia, por isso reconheço o trabalho do governador e do secretário”. Contudo, acrescentou que “a hora é de dar total prioridade para salvar rondonienses, ainda mais num momento em que o vírus dilacera tantas vidas, enlutando tantas famílias”. 
 
NOVO LOCKDOWN: POR ENQUANTO, NÃO PASSA DE BOATARIA: A boataria correu solta neste final de semana. Muito barulho por nada, como diria Shakespeare. Havia comentários de que o governador Marcos Rocha poderia decretar novo Lockdown. Nada disso. O que houve foi um novo decreto, confirmando a situação atual, em que todas as cidades rondonienses continuam dentro da chamada Fase 1, ou seja, com todos os cuidados, controle de aglomerações, proibição de venda de bebidas e toque de recolher às 21 horas, com exceção dos restaurantes, que podem receber clientes até esse horário, mas não depois dele. O que poderia acontecer, e isso também se ouviu nos bastidores, é que o Ministério Público estadual poderá ingressar na Justiça com um pedido de implantação do Lockdown na Capital e outras cidades rondonienses. Obviamente que isso não é impossível de acontecer, mas daí a questão seria judicializada e não se sabe qual seria a posição do Judiciário, caso provocada. Mas também essa questão, ao menos até a noite do sábado, não saiu do rol da boataria.
 
PREFEITA FECHA ARIQUEMES, PARA DIMINUIR A FORÇA DA DOENÇA: Todo o Estado está vivendo o pior momento da pandemia. A superlotação dos hospitais e a fila de espera para leitos de UTI são as principais comprovações disso. Neste momento, a Energisa está trabalhando em parceria com o governo, para conseguir criar pelo menos mais uma dúzia de UTIs, enquanto o número de infectados e mortos só aumenta. Em Ariquemes, como em muitas outras cidades rondonienses, a situação também assusta. A tal ponto que a jovem prefeita Carla Redano, teve que tomar medidas drásticas, na tentativa de evitar que a situação piore ainda mais. Decreto assinado pela Prefeita permite, com apenas 30 por cento da capacidade, o funcionamento apenas de estabelecimentos que vendem gêneros alimentícios e medicamentos. Tem mais: toque de recolher das oito da noite às seis da manhã. Aulas presenciais estão proibidas, tanto em escolas públicas quanto privadas. Restaurantes podem funcionar, mas apenas quando o cliente for buscar o pedido. Assim como Ariquemes, todas as demais cidades rondonienses estão na Fase 1, de grande perigo, através de decreto reeditado nesta sexta pelo governador Marcos Rocha.
  
PONTE SERÁ MESMO CONCLUÍDA DURANTE O MÊS DE MARÇO: Representante do Dnit muda a história das obras da ponte. Explica que realmente, no ano passado, houve falta de aço para que a obra andasse mais rapidamente. Contudo, o problema está sanado. A nova informação: já há todo o aço necessário, na obra, para que o trabalho do acesso do lado de cá da ponte seja concluído. Engenheiro do Dnit explica que “tivemos muitos atrasos na entrega do aço no ano passado, fazendo com que reprogramássemos nosso cronograma, mas agora em março finalizaremos a ponte”. Segundo a mesma fonte, “só a drenagem e algum outro serviço de recomposição vegetal ficará para abril, mas isso não impede de liberarmos a obra em março”. O que não está definido é que, na data em que o presidente Bolsonaro anunciou que entregará a ponte (18 de março) ela já poderá ser aberta ao tráfego. O que está certo é que o essencial para que a ponte comece a receber tráfego, estará tudo concluído neste mês que começa nesta segunda-feira. As cabeceiras já foram pavimentadas, falta agora só terminar a concretagem das lajes do viaduto (extensão da ponte sobre o Rio em terra). Não se sabe ainda o dia exato. Mas a ponte vai sim, ser entregue neste mês de março.
 
HILDON: SE DNIT NÃO FIZER, PREFEITURA ILUMINARÁ A PONTE: Aliás, faltou mais um detalhe dos mais importantes no projeto da ponte sobre o Madeirão, na Ponta do Abunã. Como na ponte construída no bairro da Balsa, ligando a BR 319 do lado de cá do rio ao lado de lá, em direção ao Amazonas, não há previsão para a iluminação de uma das mais importantes obras públicas já realizadas na nossa região. Localizada numa área onde não existe extensão de energia, há uma grande dificuldade de se conseguir colocar uma fiação que possa abastecer postes de iluminação sobre a ponte, que está na fase final, com a concretagem do último acesso sendo pronta em 15 dias para, em seguida, começar a fase final de asfaltamento. A ponte será aberta ao tráfego, então, como ocorreu com aquela que atravessa o Rio Madeira, perto do centro de Porto Velho, mas sem luzes. A ponte da Balsa ficou mais de seis anos às escuras, até que a Prefeitura da Capital, via convênio com o Dnit, realizou todo o trabalho. Demorou, mas o serviço feito foi de qualidade elogiável. Agora, o prefeito Hildon Chaves avisa: se o Dnit não implantar a iluminação da nova ponte do Abunã, a Prefeitura da Capital vai fazê-lo. Basta para isso ter condições técnicas. Se isso for confirmado, certamente a nova ponte não ficará meia dúzia de anos na escuridão. Ao menos é o que se espera.    
 
CUIDAR DO VÍRUS OU DA ECONOMIA? É A ESCOLHA DE SOFIA: Antônio Augusto é dono da Churrascaria Estrela do Norte, bem pertinho do Palácio do Governo. Não sabe mais o que vai fazer. Quer saber onde estão as ajudas que o Governo do Estado e a Prefeitura da Capital poderiam dar aos restaurantes, que estão tendo enormes prejuízos, há quase um ano, por causa das medidas de fechamento do comércio, determinados pelos vários decretos contra a Covid 19. Ele é um dos inúmeros empresários do setor de alimentação, de bares e boates, que estão pedindo socorro. Nesta sexta, aliás, um grupo de representantes deste segmento, incluindo-se aí funcionários prestes a perderem seus empregos, foram à frente do Palácio Rio Madeira, com faixas e cartazes, protestar e pedir ajuda do Governo. A situação piora a cada dia. Enquanto a pandemia se expande, a economia, ao menos em alguns setores, começa a fraquejar. Muito mais portas fecharão, em breve, com risco de um recorde de demissões, jogando na rua centenas e centenas de trabalhadores dos setores que estão impedidos de trabalhar. O governo de Rondônia e todos os governos do país, aliás, vivem a Escolha de Sofia. Se fecham tudo para combater o vírus, podem destroçar a economia, principalmente dos médios e pequenos. Se abrirem, a pandemia pode explodir. Tem solução?
 
PERGUNTINHA: Você achou justa a conquista do Campeonato Brasileiro pelo Flamengo ou acha que a conquista deveria ter ficado com o Internacional de Porto Alegre? Fonte: Sérgio Pires.
 
 
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