30/09/2021 às 21h42min - Atualizada em 30/09/2021 às 21h42min

OPINIÃO DE PRIMEIRA: Com a fusão do PSL e DEM, senador comandará novo partido no estado. Governador deve buscar nova sigla

Sergio Pires

Sergio Pires

Sérgio Pires, experiente jornalista e que atua na SIC TV, onde apresenta aos sábados o programa Direto ao Ponto, e diariamente o "PAPO DE REDAÇÃO".

Gazeta Rondônia
COLUNA OPINIÃO DE PRIMEIRA: COM A FUSÃO DO PSL E DEM, SENADOR COMANDARÁ NOVO PARTIDO NO ESTADO. GOVERNADOR DEVE BUSCAR NOVA SIGLA: O comando nacional do PSL, mesmo sabendo que estava prestes a se aliar ao DEM, convidou o governador Marcos Rocha para retornar à legenda, colocando-o como o grande nome da sigla no Estado e dando a ele o comando regional. De certa forma, foi uma pegadinha. Pouco depois, o PSL se alia ao Democratas, para o surgimento de um novo e forte partido, agora com o nome definitivo de União Brasil. E com o comando regional nas mãos do não menos poderoso senador Marcos Rogério que, caso Ivo Cassol acabe não disputando o governo, poderá se tornar o maior empecilho de Rocha, no caminho da reeleição, que ele está pavimentando. Mas, ainda, muita água vai rolar embaixo da ponte. Caso o que está se encaminhando realmente se concretize, Marcos Rogério ficará à frente da sigla no Estado e Marcos Rocha terá que escolher, entre vários partidos que lhe estão oferecendo a liderança, para qual deles irá. Já o jovem senador rondoniense, cuja meta maior é chegar ao governo de Rondônia, terá que ter jogo de cintura, porque, segundo o presidente nacional do DEM, Antônio Carlos Magalhães Neto, o novo partido será de oposição ao governo Bolsonaro. Como ficará Marcos Rogério nesse barco, logo ele, que é hoje um dos principais aliados do Presidente e de seu governo? Neste quesito, o outro Marcos, o Rocha, levaria vantagem, já que certamente ingressaria num partido da base aliada e se manteria como tem feito desde que começou na vida pública: ao lado do seu guru político, Jair Bolsonaro.

Claro que, neste momento, tudo são ilações. Não se sabe se Magalhães Neto terá mesmo o poder que autoproclama ter, em relação à nova sigla. Também não é definitivo que o União Brasil será totalmente de oposição ao governo ou se fará o discurso da “independência”. O que se pode tirar são ilações, possibilidades, perspectivas. Como ficarão as questões regionais, quando a fusão for consolidada, provavelmente já na semana que vem? Se o problema em Rondônia já está colocado na mesa, como complexo, imagine-se em outras regiões, onde a guerra política será renhida e envolverá grandes interesses? Não há ainda um discurso único em relação ao novo partido. O que é certo é que muitos políticos terão que utilizar todo seu jogo de cintura, todo o seu conhecimento da vida brasileira e, no caso dos Estados, das particularidades regionais, para que elas se encaixem num projeto que vá ao encontro da maioria da população e não contra ela. Em Rondônia, Marcos Rocha e Marcos Rogério podem ser os adversários mais fortes. Se Cassol entrar na briga, contudo, pode mudar todo o quadro. Que, aliás, nesse momento, é nebuloso e sem certeza de nada. A política brasileira, lembremo-nos, é assim mesmo. Um dia a nuvem aponta para cá e no outro, na direção completamente oposta. O que acontecerá com o União Brasil? Como se ajeitarão as candidaturas em Rondônia? Nem com bola de cristal se pode fazer qualquer afirmação segura, ao menos até agora.
 
ICMS ZERO PARA O GÁS DE COZINHA NO ESTADO: DECISÃO DO CONFAZ É NESTA SEXTA: Hoje é o Dia D para a intenção do governo de Rondônia zerar o ICMS do gás de cozinha, diminuindo o preço da botija, caso a medida seja aprovada, em algo perto de 15 reais. Tudo vai depender da reunião virtual agendada para esta sexta-feira, entre representantes da Secretaria de Finanças do Estado com todos os demais secretários que compõem o Conselho Fazendário, o Confaz. A medida só poderá ser implementada caso haja aprovação unânime de todos os componentes do órgão. Há uma esperança de que possa ocorrer a aprovação, embora não se possa ignorar que a repercussão da medida possa assustar, de alguma forma, os Estados que não querem, de jeito nenhum, abrir mão de um só centavo do ICMS para o gás. O raciocínio é simples: se houver aprovação e Rondônia se tornar o primeiro Estado do país a zerar o ICMS do gás de cozinha, baixando seu preço final, certamente isso se tornará notícia nacional, espalhando-se por todo o país. Isso pode representar muita pressão da população de outros Estados, exigindo o mesmo benefício. Não há como prever o que pode sair da reunião do Confaz, mas até a tarde desta sexta saberemos se vamos ou não pagar menos pelo gás que consumimos.
 
TUDO DOMINADO! CRIMINOSOS PROÍBEM AMBULÂNCIAS DE ENTRAREM NO ORGULHO DO MADEIRA: Não foi por falta de aviso. O crime organizado tomou conta das áreas de habitações populares na Capital. No Orgulho do Madeira, por exemplo, os bandidos tomaram conta. Está tudo dominado. A última, amplamente divulgada pela mídia, é que membros da facção criminosa “Comando Vermelho”, proibiu a entrada de ambulâncias à noite, a não ser que os servidores do SAMU sigam regras rígidas, como por exemplo não entrarem à noite com luzes acesas e giroflex funcionando. Armados até os dentes, dominando tudo, os bandidos que dominam aquele conjunto habitacional avisaram que, a partir de agora, caso as regras exigidas não sejam cumpridas, elas vão começar a atirar nos servidores da saúde. Fosse num país sério, onde as leis protegem os cidadãos e não os bandidos, as autoridades policiais fariam uma verdadeira “limpa”, prendendo todos esses criminosos e os jogando no fundo da cadeia. Ocorre que há prisões sim, mas, graças às benesses de nossas ridículas leis, dias depois os bandidos estão soltos de novo, levando o desespero à pobre população. Uma vergonha a que, como sociedade, somos submetidos, porque enquanto essas leis continuam, os políticos só discutem reforma eleitoral e dinheiro para as eleições. Trágico.
 
AVIÃO DOS BOMBEIROS FAZ POUSO FORÇADO EM FAZENDA DE VILHENA. NINGUÉM SE FERIU: Um acidente, que, por sorte, não teve vítimas fatais, causou alguns sérios danos num avião do Corpo de Bombeiros, que estava sendo levado ao Mato Grosso, para manutenção. Próximo a Vilhena, o piloto sentiu que a aeronave começava a apresentar problemas em seus motores. Tentou aterrissar no aeroporto da cidade e não conseguiu, até pelos riscos que poderia levar ao local. A decisão foi levar o avião para fora da cidade e fazer um pouso forçado numa estrada de chão batido, dentro de uma fazenda. Os dois militares que ocupavam o avião não sofreram ferimentos, por muita sorte. Eles foram resgatados por seus colegas bombeiros da região. A aeronave é utilizada inclusive no transporte de pacientes para várias cidades do país e agora não se sabe quanto tempo ela ficará desativada, até que todos os danos que sofreu sejam recuperados. Ainda não há detalhes sobre os motivos da aterrissagem forçada numa fazenda e quais as partes da aeronave foram mais atingidas. Nem quando ela estará apta a voar novamente.
 
EM NOTA OFICIAL, CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA REPUDIA “ACUSAÇÕES FALACIOSAS” DA CPI: Como esse Blog divulgou nesta semana, em primeira mão, a diretoria do Conselho Federal de Medicina (da qual o rondoniense Hiran Gallo é um dos destaques e, inclusive, já foi eleito como novo presidente, a partir do ano que vem), não aceitou passivamente a série de ataques, calúnias e ofensas de membros da CPI do Circo, contra a entidade, que tem 70 anos de história no país, em defesa dos médicos, da Medicina e da saúde dos brasileiros. Nesta quinta-feira, a entidade emitiu uma nota oficial. O texto, em resumo, diz que o CMF “vem a público repudiar veementemente as acusações falaciosas proferidas por senadores que compõem a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, que – sem qualquer contato com a realidade – desenham narrativas e teorias conspiratórias, desconsiderando o compromisso ético da autarquia com a defesa da medicina e da saúde da população”. Mais adiante, a nota afirma que “com quase setenta anos de serviços prestados ao País, o Conselho Federal de Medicina tem atuado de modo diligente para garantir aos brasileiros acesso à assistência digna e de qualidade, bem como condições plenas para que os médicos exerçam sua missão. Todos os seus integrantes trabalham em função deste compromisso e continuarão a fazê-lo, dado o objetivo institucional de proteção da vida e da saúde do brasileiro”. A diretoria ainda se coloca a disposição da CPI, para prestar quaisquer esclarecimentos.
 
EM UMA DÉCADA, PORTO VELHO PODERÁ TER ÁGUA TRATADA PARA 95 POR CENTO DA POPULAÇÃO: Apenas uma em quatro residências, tem água potável servida pela Caerd, em Porto Velho. Entre as 100 maiores cidades do país, o maior município rondoniense, com quase 600 mil habitantes, está na trágica posição 98, quando se trata do abastecimento de água e tratamento de esgoto. Todo esse quadro extremamente negativo pode começar a mudar nos próximos anos. Foi o que anunciou nesta quinta-feira o prefeito Hildon Chaves, ao oficializar o nome da empresa vencedora do melhor estudo técnico, para atender Porto Velho e distritos com a implantação, expansão, readequação, operação e manutenção do sistema de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto sanitário do município. O estudo é a base para o processo licitatório que vai definir a nova empresa de fornecimento de água e de tratamento do esgoto. Segundo o prefeito, o prazo para universalização da água é de 68 por cento em quatro anos e 95 por cento em dez anos. Já a implantação do sistema de esgoto deve ter 13 por cento de atendimento à cidade em três anos; 51 por cento em dez anos e 95 por cento em 20 anos. O que se espera é que as obras, avaliadas em mais de 2 bilhões e 500 milhões de reais, comecem logo.
 
MAIS 18 PERSONALIDADES RECEBEM TÍTULO DE CIDADANIA DE PORTO VELHO: O que terão em comum, a partir desta sexta-feira,  o desembargador Isaís Fonseca, a jornalista e cronista social Jussara Gotlieb, o médico Amado Rahaal, o também jornalista e  diretor do site Rondonia ao Vivo, Paulo Andreoli e o competente especialista em doenças tropicais, atuante no Cemetron, Sérgio Basano? Todos eles, junto com outras 14 pessoas, receberão o título Cidadãos de Porto Velho, iniciativa do professor e vereador Aleks Palitot, que tem sido um político preocupado em valorizar a todos os que chegaram a esta terra e ajudaram ou ainda estão ajudando a fazer nossa história. Entre os nomes destacados, haverá uma homenagem póstuma: familiares receberão a homenagem em nome de Edilson Ribeiro, falecido recentemente. Foi mais uma das tantas vítimas da Covid 19 no Estado. Também receberão os títulos de Cidadania: o médico Cid Scarpa, Cid Guastella, Hélio Rodrigues, José de Arimatéia, Juscimara Campos, Lúcio Albuquerque, Rosinaldo Machado, Manoel Cipriano, Marcos Antônio de Faria, Eliete de Souza, Nair Gurgel e Raimundo Maia. A solenidade está programada para o auditório do Ifro, na Abunã, onde há mais espaço e menos riscos, já que ainda estamos em tempos de isolamento e cuidados, segundo lembra Palitot. 
 
BRIZOLA, O PRIMEIRO GRANDE INIMIGO DA GLOBO, DURANTE SEUS MANDATOS NO RIO DE JANEIRO: Nunca, na história da TV brasileira, uma emissora se posicionou com tanta virulência contra um governante, como, hoje, a Rede Globo faz contra o presidente Jair Bolsonaro. Mas não é a primeira vez que a ainda  mais poderosa do Brasil, enfrenta um duro adversário. Nos anos 90, quando era ainda mais dona do mercado da televisão brasileira, a Globo se confrontou com um inimigo daqueles difíceis de se lidar: o então governador carioca Leonel Brizola. Desde que acusou a emissora de estar mancomunada com seus adversários políticos e com institutos de pesquisa, que, segundo ele, tentavam lhe roubar a eleição, Brizola se transformou em algo parecido com que Bolsonaro é atualmente. Em 1992, a emissora teve que ler um pesado texto escrito pelo próprio Brizola, como direito de resposta a um editorial que o esculhambara, dias antes. A vitória na Justiça foi histórica. Durante seus dois mandatos no governo do Rio de Janeiro, o gaúcho Leonel Brizola foi uma pedra no sapato da mais poderosa emissora de TV da América Latina e uma das maiores do mundo. A diferença é que, naqueles tempos, ainda com o Brasil dando passos importantes para a democratização, havia um Judiciário ainda não envolvido na política, como o é, atualmente, parte do STF, por exemplo.
 
PERGUNTINHA: Você acha que com menos de 60 pacientes na rede hospitalar do Estado, depois de termos tido mais de mil doentes internados no pico da doença, já chegamos ao fim da crise da Covid 19 ou o perigo é ainda muito presente?
 
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