24/03/2021 às 07h00min - Atualizada em 24/03/2021 às 07h00min

OPINIÃO DE PRIMEIRA: Ainda bem que ainda não estamos sob o tacão de ditadores, como já ocorre em outras partes do Brasil

Sergio Pires

Sergio Pires

Sérgio Pires, experiente jornalista e que atua na SIC TV, onde apresenta aos sábados o programa Direto ao Ponto, e diariamente o "PAPO DE REDAÇÃO".

Gazeta Rondônia
COLUNA OPINIÃO DE PRIMEIRA: AINDA BEM QUE AINDA NÃO ESTAMOS SOB O TACÃO DE DITADORES, COMO JÁ OCORRE EM OUTRAS PARTES DO BRASIL - Nada de novo. Tudo como antes, pelo menos pelos próximos 14 dias. Pela terceira vez, em audiências públicas que duraram horas, a Justiça decidiu manter como está o decreto do governo do Estado, que permite a abertura do comércio de segunda a sexta, mas fecha tudo nos finais de semana. Felizmente, o magistrado, dr. Edenir Sebastião, tem sido sensível aos apelos de lideranças empresariais e de trabalhadores, impedindo que se instale por aqui, como pede o Ministério Público, um tipo de fechamento quase total. Em Rondônia, ao menos até agora, não surgiram decisões estapafúrdias e inconstitucionais, medidas muito próximas a implantação do estado de sítio, como estão ocorrendo em outras regiões do país, onde alguns governadores e prefeitos, agindo como ditadores e com o aval do PSTF (o Partido do Supremo Tribunal Federal), tomam medidas malucas. O que se pode questionar, apenas, é que em três longas reuniões, que somadas duraram quase 24 horas, tratou-se sempre o mesmo do mesmo. Ou seja, se o decreto deveria voltar a ser duro, como antes ou se ele seria mantido como está. Nem uma só discussão sobre alternativas, como, por exemplo, a possibilidade de se tentar implantar um sistema de tratamento logo no início da doença, para tentar conter as hospitalizações, as internações em UTIs e tantas mortes. A não ser uma exigência de que sejam realizadas campanhas publicitárias de conscientização, bem mais agressivas do que as atuais, não se viu ou ouviu nada de novo no front.

Infelizmente, lamentavelmente, como ninguém encontra uma alternativa para combater o vírus assassino, já que todas as que foram tomadas até agora pouco resolveram, repete-se as mesmas, imaginando-se resultados diferentes. Claro que eles não virão. Bate-se na mesma tecla. Mas é sempre bom lembrar que, sob Lockdown durante vários dias, com protestos vindos de todos os lados, São Paulo é a prova concreta de que a medida é ineficaz para diminuir os casos de Covid e de mortes. Prova disso são os números, incontestáveis. Na terça-feira, com tudo fechado, foram registradas nada menos de 1.021 óbitos, um recorde. E não é só em São Paulo. É em todo o Brasil. Rondônia também vive um terror maior hoje do que ontem; menor hoje do que amanhã. O fechamento total tem causado um prejuízo radical à economia, podendo causar a maior crise econômica que o país já viveu, em décadas, sem, contudo, diminuir o número de contágios e óbitos. Todo o esforço deveria ser direcionado para o atendimento precoce, quando recém a doença se pronuncia e para a produção de vacinas, que está longe dela chegar a todos os brasileiros. Mas, enfim, ao menos por aqui ainda não estamos sob o tacão de ditadores, como alguns irmãos brasileiros já estão sofrendo.
 
ROCHA ANUNCIA COMPRA DE 1 MILHÃO DE DOSES DA SPUTNIK: A grande notícia da terça-feira, anunciada já no final do dia, pelo governador Marcos Rocha, foi a assinatura de um contrato de compra de 1 milhão de doses de vacinas russa Sputnik 5. Rocha agiu com toda a discrição, só anunciando a conquista quando tudo estava definido. Com isso, a intenção do Estado é distribuir vacinas para atender todos os rondonienses acima dos 18 anos, que, obviamente, ainda teriam que esperar longo tempo na fila das prioridades. O negócio ainda depende de alguns detalhes, inclusive da autorização da Anvisa, que ainda não deu o sinal verde para a Sputnik, mas agora é questão de tempo. Se tudo correr conforme o projeto, as primeiras doses já chegam ao Estado em meados deste abril que está chegando. O governador Marcos Rocha, que está em Brasília, vibrou com a conquista, que marca um passo importante da sua administração na guerra contra a Covid 19. Torçamos para que tudo dê certo!
 
O NÍVEL BAIXOU: LÉO E AS GRAVES OFENSAS AO GOVERNADOR: Surpreendente, por vir de onde veio, os duros ataques, inclusive com ofensas pessoais, do deputado Léo Moraes ao governador Marcos Rocha. Os dois, que são candidatos em 22, certamente irão se enfrentar nas urnas, mas espera-se que o nível dos debates não seja o que, lamentavelmente, no mesmo tom que saiu da boca do jovem parlamentar, nesta semana. Léo acusou o governo de aumentar o ICMS dos combustíveis. Rocha escalou seu secretário da Fazenda, o competente Luiz Fernando, para responder. A resposta foi dura, mas em nível suportável. A tréplica é que foi avassaladora. Léo partiu para ofensas, palavrões e ataques pessoais, utilizando um vocabulário que, ao menos até aqui, jamais havia feito parte dos seus pronunciamentos. Segundo o cronista político Robson Oliveira, Léo chamando o Governador de “um ser desprezível”, afora outras ofensas que, nesse espaço, não serão repetidas. Será que será esse o tom da próxima campanha eleitoral? O rondoniense torce para que não seja!

QUARENTA ANOS DEPOIS, SOBRINHO SE TORNA UM EX-PETISTA: Quando estava muito próximo de completar seus segundo mandato à frente da Prefeitura de Porto Velho, com mais de 70 por cento de aprovação e chances reais de disputar o governo, dois anos depois e ganhar a eleição, Roberto Sobrinho saiu preso do seu gabinete. Foi uma das maiores execrações públicas que um político, popular como ele, sofreu até aquele momento, Acusado de dezenas de delitos, numa sucessão infindável de acusações, Sobrinho foi absolvido na grande maioria dos casos. Condenações, até agora, em um ou outro caso e assim mesmo passíveis de recursos. Quase dez anos depois de ter enfrentado tudo isso, ao que parece Sobrinho está deixando as lides políticas. Pelo menos isso fica transparente, quando ele, depois de mais de 40 anos de militância, decidiu pedir seu desligamento do único partido que militou até agora, o PT. Carta ao partido foi enviada para confirmar a decisão. O ex-prefeito não fala sobre seus planos futuros, nem na política e nem fora dela.
 
NA CAPITAL, VACINADOS COM MAIS DE 80 ANOS. META SUPERADA: A pandemia continua atacando com toda a força e principalmente os idosos. Mas, mesmo nesse momento de imensa dificuldades e muitas dores, há alguns detalhes que são alvissareiros. Um deles ocorreu na Capital. Porto Velho tem uma população de octogenários muito acima do que os números oficiais apontavam. Prova disso foi a vacinação dessa faixa etária, que, há algumas décadas atrás era praticamente uma raridade. A previsão era de que haviam, na cidade, apenas 3.700 pessoas com mais de 80 anos para serem imunizadas. Ledo engano! Os velhinhos experientes, muitos ainda bastante saudáveis, acorreram em número bem maior do que o esperado, para tomarem suas vacinas. Foram, na verdade, 4.086 os que buscaram a imunização, para enfrentamento do vírus. Muitos, claro, tiveram que ser amparados e ajudados por familiares. Mas outros foram sozinhos à vacinação. E também se destacou o número significativo de pessoas com 90 anos ou mais. O número de vacinados anteriormente previstos foi baseado nos que receberam a vacina contra a gripe no ano passado. Como se viu, essa população mais idosa cresceu 10 por cento, em apenas um ano.

BUROCRACIA INFERNAL NA NET PARA MARCAR HORÁRIO DA VACINA: Por falar nos velhinhos, se ouve muitas reclamações sobre a exagerada burocracia que os idosos têm para se cadastrar no site da vacinação, marcar hora e ainda imprimir ou copiar uma tarja verde que confirme que está tudo OK para que ele seja atendido, na data e hora marcadas. É uma verdadeira via crucis na internet, até que a pessoa esteja apta a ser imunizada. Os idosos que dominam os computadores ou smartphones (e são raros) ou que têm familiares para ajudá-los, resolvem logo. Mas os que não sabem mexer com isso? E os que não têm acesso à equipamentos que dão acesso à internet? A vacinação vão começar para quem tem mais de 75 anos. O candidato à vacina tem que entrar no site da Prefeitura, ver os disponíveis e agendar o horário. Tudo por horário marcado no site. O idoso deve então aguardar a confirmação e leva os dados da confirmação, que é uma tarja verde que aparece no site. Só assim conseguirá ser vacinado num dos postos de imunização. Tudo isso para pessoas cuja idade já é acima de 75 anos. Ora, não seria muito mais simples chamar os idosos e atendê-los por ordem de chegada? Precisa toda essa burocracia cibernética para uma simples vacina? Aí é duro, não é?

SECRETARIA DOS DISTRITOS INICIA PRIMEIRO PACOTE DE AÇÕES: Tem inovação. E inovação que, em breve, começará a trazer resultados práticos e altamente positivos.  O pacote de ações está sendo direcionado aos distritos da Capital, pela nova secretaria criada pelo prefeito Hildon Chaves, em seu segundo mandato. Sob o comando do professor e advogado Vinicius Miguel, um dos personagens mais respeitados da vida pública rondoniense, a Superintendência Municipal de Integração e Desenvolvimento Distrital está planejando e já implantando inovações importantes. Uma delas, em parceria com a Semagric, é a implantação de formação em agricultura, com a meta principal de gerar emprego e renda nas áreas distritais. O plantio de mais de mil árvores; uma grande articulação com todas as secretarias, para atuarem em conjunto nas regiões distritais e a ação imediata de entrega de álcool em gel nas áreas mais afetadas pela Covid, são algumas das medidas já confirmadas por Vinicius Miguel, que recém está começando seu trabalho mais que, sem dúvida, vai mexer com as estruturas de distritos da Capital, alguns deles distantes mais de 350 quilômetros da cidade, uma distância maior do que de Porto Velho a Ji-Paraná, por exemplo. 
  
TRATAMENTO SÓ PARA OS MEUS. PARA OS OUTROS, NÃO PODE! A dra. Ludmila Rajar, que chegou a ser chamada pelo presidente Jair Bolsonaro e poderia ter sido ministra da saúde, demonstrou toda sua hipocrisia em dois vídeos que estão bombando na internet. Um resumo de ambos, aliás, foi mostrado no programa SIC News, da SICTV/Record, esta semana. Num deles, a dra, Ludmila, ao ser entrevistada pela CNN, disse que, se fosse ministra, o tratamento precoce jamais seria sequer citado, porque “é coisa do passado”, afiançou. Pouco depois, em outro vídeo nas redes sociais, ela agradece a um colega médico (cujo nome não cita) por ter salvado a vida do pai dela. “Não fosse o tratamento precoce aplicado pelo senhor, meu paizinho, a quem amo tanto, poderia ter morrido”. Pura hipocrisia e irresponsabilidade. Ou seja, para os brasileiros que estão superlotando hospitais e morrendo como gado, nada de tratamento precoce. Mas para o pai dela, tudo o que a Medicina pode oferecer. Essa médica é a mesma que está num terceiro vídeo, fazendo uma homenagem à ex-presidente Dilma Rousseff, tocando guitarra e cantando. Do que nos livramos!!!  Quem quiser assistir ao vídeo, basta acessar o link  https://youtu.be/407jqi5SZy8.

PERGUNTINHA: Alguém aí ainda tinha alguma dúvida de que o PSTF consideraria o ex juiz Sérgio Moro como parcial no julgamento do ex-presidente Lula, aquele que vai acabar sendo santificado? Fonte: Sérgio Pires.
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