26/06/2021 às 21h55min - Atualizada em 26/06/2021 às 21h55min

OPINIÃO DE PRIMEIRA: Negociações com a Bolívia: rodovia, ponte e portos estão na pauta, mas não saem do papel

Sergio Pires

Sergio Pires

Sérgio Pires, experiente jornalista e que atua na SIC TV, onde apresenta aos sábados o programa Direto ao Ponto, e diariamente o "PAPO DE REDAÇÃO".

Gazeta Rondônia
COLUNA OPINIÃO DE PRIMEIRA: NEGOCIAÇÕES COM A BOLÍVIA: RODOVIA, PONTE E PORTOS ESTÃO NA PAUTA, MAS NÃO SAEM DO PAPEL - A aproximação com a Bolívia, tanto por decisões políticas quanto por interesses comerciais e empresariais, teve novos passos nestes últimos dias. Um encontro na Assembleia Legislativa marcou uma série de discursos, quanto o parlamento rondoniense recebia a visita de representantes do Departamento de Beni, nosso vizinho mais próximo, para debater a ampliação de ações que permitam uma maior integração regional e entre os dois países. Uma rodovia que nos ligue ao nosso vizinho e a construção da ponte binacional, que estamos devendo aos bolivianos há mais de 100 anos, estiveram na pauta. Dias depois, um encontro numa localidade boliviana da fronteira, perto de Costa Marques, ponto de referência no lado brasileiro, reuniu o vice-governador Zé Jodan com prefeitos da região e representantes do vizinho país: governador de Beni, representante do Senado daquele país, ao lado de membros do Congresso deles e alcaides (perfeitos) da região. O anfitrião foi o empresário rondoniense César Cassol, que tem feito pesados investimentos na produção de grãos em terras bolivianas. Reunidos na fazenda de César Cassol, as autoridades discutiram a construção de portos no lado de lá e no lado de cá. A reivindicação é que a Bolívia crie um na região de Porto Estales e nós, por nossa vez, implantemos um porto internacional em Guajará Mirim. Para César Cassol, tais medidas ajudariam muito o desenvolvimento de toda a região dos dois lados da fronteira. Depois de visitas a outros locais, os convidados foram brindados com um grande churrasco, pelo anfitrião. Outros encontros como esse se realizarão em breve.

A questão boliviana ainda está muito distante de se resolver. Há pequenos avanços aqui e ali, mas, no geral, ainda devemos muito para nossos irmãos do outro lado da fronteira. A questão da ponte, por exemplo, está entre as dívidas históricas. O assunto chegou a andar um pouco, quando o ex-senador Valdir Raupp conseguiu recursos para a obra. O projeto chegou a ser feito e apresentado, mas jamais andou. O dinheiro, ao que se sabe, nunca chegou. A construção de um pequeno porto no lado de Guajará Mirim, já está autorizado e as obras iniciadas. Mas só. Apenas isso está longe de resolver a questão. Nossos negócios com a Bolívia estão crescendo, mas a produção que se expande não tem boas condições de escoamento. O Brasil, desde o Barão do Rio Branco, então nosso ministro do Exterior, faz seguidas promessas à Bolívia e cumpre muito poucas. Uma das que conseguiu cumprir foi a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, que, desde os anos 90 não existe mais. A ponte está neste pacote de promessas vãs. Ao menos até agora, só há conversa. De prático, nada!
 
 
COVID LEVA MAIS UM PERSONAGEM QUERIDO DA NOSSA TV: ADÃO GOMES: Mais um final de semana de tristeza para muitas famílias de Rondônia e, principalmente, para o meio do jornalismo do nosso Estado. Perdemos neste sábado um dos mais queridos e respeitados apresentadores da nossa TV. A Covid, cruel e assassina, levou Adão Gomes, jovem ainda, com apenas 45 anos de idade e um dos rostos mais conhecidos da mídia televisava rondoniense. Adão atuou durante praticamente toda a sua carreira na Rede TV!, emissora que, no Estado, pertence à família Gurgacz. Ele sentiu os primeiros sintomas da doença no final de maio. Em 3 de junho teve que ser hospitalizado e desde o dia 8 estava entubado. Chegou a ter momentos de recuperação, dando muita esperança a seus familiares, amigos e milhares de fãs, mas sucessivos agravamentos da doença o levaram à morte, na manhã do sábado. Adão deixa esposa e um filho de apenas dez anos. É o segundo profissional do primeiro time que a RedeTV! Perde, neste ano. Em 24 de janeiro passado, faleceu, também ainda com longa vida e carreira pela frente, o jornalista e apresentador Marcelo Bennesby. Ele teve um derrame e depois foi atingido pela Covid. Perdas lamentáveis, que nos obrigam a pedir ao rondoniense que mantenha todos os cuidados, porque o vírus ainda está à solta. E matando nossos familiares e amigos.
 
 
TRANSPOSIÇÃO: BOLSONARO RECEBE BANCADA FEDERAL NA QUINTA-FEIRA: Mérito a quem o merece: foi graças a uma entrevista exclusiva que o presidente Jair Bolsonaro concedeu à SICTV/Record de Rondônia, que a questão da transposição voltou à pauta e com chances reais de, a partir de agora, ir em frente. O assunto está praticamente parado no atual governo federal. Na semana passada, questionado pelo apresentador e jornalista Everton Leoni, Bolsonaro disse que tinha poucas informações sobre o assunto, mas conclamou algum parlamentar da bancada federal do nosso Estado, a ir discutir o assunto com ele. Imediatamente, a partir de um pedido da deputada Jaqueline Cassol e com o aval do coordenador da bancada, Lúcio Mosquini, foi encaminhado pedido de audiência, com a maior urgência, com o Presidente da República. Pedido, aliás, assinado por todos os oito deputados federais e os três senadores. Na noite deste sábado, a confirmação: a audiência foi agendada para próxima quinta-feira, dia 1º de julho, às 9h30 da manhã. Dela, os parlamentares imaginam sair com promessas concretas de Bolsonaro de que o assunto vai andar, depois de longa paralisação. Esperemos, pois!
 
 
LÉO MORAES ESTÁ PRONTO PARA ENTRAR NA DISPUTA AO GOVERNO: Mais um nome confirmado na lista dos pré pretendentes ao Palácio Rio Madeira/CPA. O deputado Léo Moraes, questionado sobre se quer ou ter sua foto na urna eletrônica, em 22, na corrida pelo governo, respondeu que, se necessário, aceita o desafio. “Depende do povo”, diz ele. Ou seja: será candidato sim. Porque se não o fosse, iria negar de imediato. O jovem parlamentar do Podemos, que tem se destacado na bancada federal por suas posições firmes, inclusive votando contra projetos de interesses do governo Bolsonaro, apesar de aliado ao Presidente, percorreu várias cidades rondonienses há dias atrás e gostou do que viu e ouviu em relação ao seu nome para entrar na briga pela cadeira de Marcos Rocha. A relação já tem o próprio Rocha, que vai à reeleição; Marcos Rogério, do DEM; Hildon Chaves, do PSDB e pode ter ainda Acir Gurgacz, do PDT; Confúcio Moura, do MDB; Daniel Pereira, do Solidariedade; Fátima Cleide ou Ramon Cujui, do PT e pode ter ainda muitos nomes a mais. As conversações políticas vão esquentar a partir deste segundo semestre. E, ainda, podem surgir algumas surpresas, no decorrer da corrida.

 
ELETROBRAS, FORÇA NACIONAL E O RELATOR RENAN CALHEIROS: Polêmico e sem papas na língua, Léo Moraes falou duro contra a privatização da Eletrobras, em longa entrevista que concedeu ao programa Papo de Redação neste final de semana. Ele disse que o projeto foi transformado num Frankstein no Congresso, pois o que veio do governo estava enxuto. Do jeito que está, garantiu, não há como não causar, a médio e longo prazos, imensos prejuízos ao consumidor brasileiro. Criticou também o pequeno grupo de componentes da Força Nacional de Segurança, que veio ao Estado para combater a guerrilha rural, onde grupos de criminosos, disfarçados de sem-terra, tem atacado e destruído fazendas no Cone Sul e dos distritos de Porto Velho. Para Léo, o contingente, além de pequeno, é composto apenas por oficiais, todos sem preparo, segundo ele, para este tipo de atividade. Também bateu abaixo da linha da cintura na CPI do Circo (apelidada de CPI da Pandemia). Disse, entre outras coisas, que não é possível se aceitar que um personagem como Renan Calheiros seja o relator da CPI. “Pelo seu histórico, ele deveria ter se declarado impedido”, protestou Léo Moraes.

 
NÃO PRECISA ELEIÇÃO! PESQUISA FAJUTA JÁ GARANTIU LULA PRESIDENTE: A eleição está decidida. Pelo menos por uma dessas mais absurdas e fajutas pesquisas eleitorais realizadas no Brasil, nos últimos tempos. Daquelas, nos mesmos moldes em que, a menos de um mês da última eleição presidencial, apontavam que qualquer um dos outros candidatos que fossem para o segundo turno, ganhariam fácil de Jair Bolsonaro. Quando as urnas se fecharam – e ainda sob suspeita de que a eleição teria sido decidida já no primeiro turno – se viu o que a ampla maioria dos brasileiros, mais de 57 milhões, mandaram de recado tanto aos que lutavam para que o país continuasse andando para o abismo esquerdista, quanto para os institutos, que terminaram mais uma eleição completamente desmoralizados. Agora aparece um tal de IPEC, agora um braço natimorto do antigo Ibope, afirmando que fez uma pesquisa séria e que, nela, Lula teria 49 por cento das intenções de voto e Bolsonaro apenar 23, se a eleição fosse hoje. Ora, é uma coisa inominável que o sistema democrático permita tais heresias, tais canalhices, na tentativa pura e simples de ludibriar o eleitor. Embora seja cada vez mais complicado enganar uma grande parte do eleitorado brasileiro, que já conhece os políticos que tem, o STF que tem e os instituto de pesquisa que tem, tem otário que ainda acredita numa excrescência dessas. Basta mandar Lula andar nas ruas e Bolsonaro fazer o mesmo. Vai se ver quem será execrado e quem será homenageado. Mentir, mentir e mentir. Será que se ganha eleição apenas com esta tática nefasta?

 
MAIS QUATRO CIDADES RECEBEM PROGRAMA PELO FIM DA POEIRA: Alta Floresta, Santa Luzia, Nova Brasilândia e Rolim de Moura foram mais quatro municípios beneficiados, nesta semana que termina, com o programa “Tchau Poeira” e outros benefícios levados pelo Governo do Estado. Só ali, mais de 7 milhões de reais serão investidos nos projetos. Em Rolim de Moura, o asfalto, entre recuperação de vias e outras que serão asfaltadas pela primeira vez, vai chegar a mais de 17,5 quilômetros. Nova Brasilândia vai ganhar 4 milhões para este trabalho, que atenderá, entre outros benefícios, nada menos do que cinco quilômetros de asfalto. Outros 2 milhões irão para Santa Luzia. Alta Floresta receberá 5 milhões para suas obras. No total, com recursos próprios, o governo rondoniense vai investir mais de 300 milhões de reais em asfalto, no programa Tchau Poeira”! e em outros programas, para melhorar a qualidade de vida nas comunidades. Em suas andanças pelo Estado, acompanhado da sua equipe, pelo presidente da Assembleia, Alex Redano e vários deputados, o governador Marcos Rocha tem retornado à Capital bastante satisfeito com a receptividade do que está sendo proposto e “pela forma carinhosa” com que tem sido recebido por prefeitos, vereadores, autoridades e a população.

 
ITAPUÃ, CACOAL E JARU, AS CIDADES QUE JÁ USARAM 100 POR CENTO DAS VACINAS
Das 804.000 mil doses já recebidas em Rondônia (não estão computadas aí as 51 mil que chegaram no final de semana e que ainda estão sendo dist4ivuidas aos municípios), 609.284 doses já haviam sido aplicadas até a noite da sexta-feira. Não estão registrados ainda os números do sábado. Em termos de melhores performance, Cacoal, Jaru e Itapuã do Oeste são as cidades campeãs do Estado. Jaru recebeu e aplicou todas as 21.126 vacinas recebidas e ainda algumas a mais, que excederam o número oficial. Itapuã teve doses excedentes. Aplicou mais do que as 4.227 doses oficialmente recebidas, assim como Cacoal, que distribuiu todas as 42.451 vacinas. Acima de 90 por cento das doses aplicadas também o foram em Teixeirópolis (97 por cento); Ariquemes (92,3 por cento); Cabixi (91,4); Candeias do Jamari, Colorado do Oeste, Cujubim e Vilhena. Em Ji-Paraná, a Prefeitura diz que já usou muito mais que os 33,2 por cento das vacinas recebidas, mas como não informa o número correto aos bancos de dados do Ministério da Saúde e da Sesau, o que vale é o que está escrito. Já Porto Velho, que no início patinou na vacinação, deu um salto nela: das 222.346 doses recebidas, aplicou nada menos do que 194.177, o que representa 88,1 por cento. Na maioria das cidades, o sistema de vacinação melhorou bastante, em relação à semana passada.  

 
PERGUNTINHA: Você acha que os institutos de pesquisa realmente ajudam a fortalecer a democracia ou, da forma como atuam hoje, podem causar mais problemas e desvirtuar o que pensa a maioria da opinião pública?
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