Para marcar o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI) organizou em conjunto com o Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Relações Raciais e Migração (GEPRAM) da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) e a ONG Beleza Negra de Ji-Paraná um seminário na noite do dia 22 de março, no auditório do Instituto Federal de Rondônia (IFRO) - Campus Ji-Paraná.
O objetivo do evento esteve centrado em reforçar a importância do combate a toda e qualquer prática racista que ainda persiste no Brasil. Com um público de aproximadamente 250 pessoas foi destacada a necessidade de fortalecer a luta contra o racismo por meio do conhecimento, da busca por compreender a temática das relações raciais. O evento contou ainda com o apoio de intérpretes de libras do IFRO e da UNIR.
O seminário teve início com a composição de uma mesa redonda conduzida pela professora Mônica Apolinário, coordenadora do NEABI/JIPA e composta pelo professor Paulo Sérgio Dutra, líder do grupo de pesquisa GEPRAM-UNIR/JP e a Vereadora Vera Marta representando a ONG Beleza Negra. Após a mesa redonda houve apresentação de músicas afro-brasileiras com o artista local Gerson Mandú e a banda de um homem só. Em seguida o evento foi contemplado com a palestra “A construção da Identidade Negra a partir das categorias de raça/cor” proferida pelo professor Paulo Sérgio Dutra.
Para a coordenadora do NEABI/JIPA, professora Mônica Apolinário, o racismo reduz a sociedade em um espaço de injustiça, de segregação. “Por isso, é emergencial a formação de consciência dos sujeitos sociais, especialmente os estudantes, para que se envolvam na luta para a construção de uma sociedade verdadeiramente igual, com direitos e oportunidades para todos os cidadãos. Para que a cor da pele jamais seja um mecanismo de marginalização de discriminação”, comentou.
Para o professor Paulo Sérgio Dutra, líder do grupo de pesquisa GEPRAM-UNIR/JP, discutir as relações raciais no Brasil tem sido importante por conta da onda de casos de racismos e discriminação que têm se mostrado no cotidiano brasileiro, seja nos espaços escolares, em instituições públicas (tal qual a fala de dois vereadores de cidades dos estados do Rio Grande do Sul e São Paulo) ou ainda em espaços privados. “Outra questão corresponde à legislação educacional que orienta o trabalho docente através das Leis 10.639/2003 e 11.845/2008 sobre a história e cultura afro-brasileira e indígena nas escolas brasileiras, principalmente no trato com a cultura material e imaterial africana e indígena. Importante também foi o diálogo estabelecido entre IFRO e UNIR na realização da atividade de extensão firmando uma parceria através do NEABI/IFRO e GEPRAM/UNIR”, ressaltou.
Para o diretor de Ensino, Leonardo Mota, ações como essa são extremamente significativas e as instituições de ensino devem promover discussões para a eliminação da discriminação racial, tanto no ambiente acadêmico, quanto na sociedade.
Sobre a data
O evento lembrou o dia 21 de março, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial. A data homenageia a memória das vítimas de uma matança, ocorrida na África do Sul durante o regime do Apartheid em 1960. Neste dia, 20 mil negros protestavam contra uma lei que limitava os lugares por onde eles podiam circular. A manifestação era pacífica, mas tropas do Exército atiraram contra a multidão. Sessenta e nove pessoas morreram e outras 186 ficaram feridas, no episódio que ficou conhecido como massacre de Shaperville.
Fonte: ASCOM
