Funcionário de um hospital particular de Campo Grande (MS) denunciou o chefe do setor de Enfermagem por assédio sexual, que teria começado em janeiro deste ano. A vítima procurou a Polícia Civil alegando que o superior teria tentado lhe mostrar suas partes íntimas, tentado beijá-lo e feito ameaças de morte.
Conforme consta no registro policial, ao qual o Jornal Midiamax teve acesso, a vítima informou que começou a trabalhar no hospital em janeiro deste ano. Segundo ele, o supervisor geral dos enfermeiros teria começado a fazer “brincadeiras desagradáveis” e teria dito “você duvida eu tirar as calças aqui? (sic)”.
Ainda conforme a denúncia, o chefe do setor teria aproveitado o momento em que o funcionário já estava em sua sala, trancado a porta, abaixado as calças e tentado mostrar suas partes íntimas. A vítima disse ter se sentido constrangida e falado para o chefe que iria chamar a polícia.
Entretanto, no último dia 26 de março, a vítima teria fornecido sua senha de acesso ao computador do hospital para uma colega ter acesso aos sistemas. O enfermeiro responsável teria notado o WhatsApp da vítima aberto e pedido para a colega ir buscar uma água para ele.
Nesse momento, ele teria ficado sozinho na sala e acessado as conversas da vítima com outra colega de trabalho, em que ele teria pedido dicas do que fazer sobre as atitudes do chefe do setor. Desde então, a vítima teria começado a receber diversas mensagens do suspeito, fazendo elogios e dizendo que o admirava muito, além de ter pedido para ele comparecer mais cedo no hospital, para que conversassem.
No último dia 27 de março, a vítima teria chegado antes ao trabalho para conversar com o chefe, que o levou até uma sala no segundo andar do prédio, onde segundo ele não possui câmeras de segurança. No local, o suspeito teria confessado ter acessado as mensagens sem permissão e feito ameaças.
Segundo relato da vítima, o suspeito teria falado “você é muito novo, vai acabar com a sua vida (sic)”, “se tentar alguma coisa eu vou matar você (sic)”, “você não sabe do que eu sou capaz (sic)” e “prefiro ver o filho dos outros chorando do que o meu filho (sic)”. Ainda segundo ele, o chefe teria o abraçado e tentado lhe beijar contra sua vontade. O caso foi registrado como assédio sexual e ameaça.
Por meio da assessoria de imprensa, o hospital limitou-se a dizer que denúncias envolvendo seus funcionários "são tratadas internamente por intermédio de sindicâncias e outros procedimentos administrativos cabíveis a cada caso e preservando as partes envolvidas".