Uma tristeza atrás da outra. Na semana retrasada, duas pessoas morreram numa colisão frontal de dois carros. Na semana passada, foi um casal, morto numa batida em alta velocidade. Nesta semana, foram dois caminhoneiros, um de 60 anos e seu filho, de 22 anos, queimados no incêndio do caminhão em que estavam, que bateu de frente em outro. Sem contar motoqueiros que morrem na mesma rodovia e as dezenas de feridos, alguns mutilados para o resto de suas vidas.
O resumo da ópera: a BR 364 continua um moedor de carne humana. Nos seus cerca de 1.200 quilômetros, desde a entrada em Rondônia, em Vilhena, até Rio Branco, no Acre, apenas alguns poucos trechos são seguros, quando há pistas duplas ou pistas adicionais, que permitem aos motoristas escaparem do inferno. Há cerca de três décadas a 364 se tornou um terror para quem precisa andar nela, seja em viagens mais longas, seja em trechos curtos. Desde lá se berra pela duplicação, mas, é claro, nunca há recursos, nunca há orçamento, nunca se prioriza a solução definitiva para acabar com tantas mortes.
O que está em estudo é um sistema de privatização, com pelo menos entre seis e oito postos de pedágio entre Vilhena e Porto Velho, mas nem esse projeto que vai arrancar muito dinheiro do bolso dos usuários, andou alguns passos. A BR 364, em quase toda a sua extensão, é uma verdadeira roleta russa. Seguidamente, dispara sua bala mortal e tira mais vidas...