Trecho da BR 364 no perímetro urbano de Itapuã do Oeste (RO) já não existe asfalto há muito tempo e os buracos tomaram conta da via - Foto: Divulgação.
Atraídos de todos os pontos do país, especialmente do sul e sudeste do país, milhares de brasileiros vieram para o território ou para o recém-criado Estado de Rondônia, naquele que se converteu no mais ambicioso e bem-sucedido projeto de reforma agrária da história do Brasil. Trazendo seus sonhos, seus desejos, suas ambições, conseguiram em pouco mais de 40 anos, forjarem com seu trabalho e suor, um Estado rico, de economia pulsante, cheio de oportunidades, em acelerado desenvolvimento.
Entre inúmeras vantagens consolidadas, um dos menores índices de desigualdade social do país, uma oferta significativa de empregos, um crescimento notável no segmento agropecuário e evolução da educação básica até a superior.
Rondônia é hoje um estado com recursos para cumprir com seus encargos básicos e primários, exigindo dos administradores públicos uma gestão eficiente para fornecer à população serviços de boa qualidade.
Aqui que deve ser apontado e enfrentado um aspecto que hoje se mostra, dentro do contexto acima descrito, completamente inaceitável, a questão referente às condições e qualidades de nossas rodovias.
Centenas de pessoas morrem anualmente em nossas estradas, seja em decorrência das péssimas condições das BRs que cortam nosso estado, seja a BR 364, a BR 429. BR 421, BR 425 e BR 435, ou ainda pelo abandono ou má conservação das rodovias estaduais.
Como se verifica facilmente, o Estado é cortado por 5 rodovias federais, cuja manutenção e conservação é tarefa da União, sob a coordenação do DNIT, cabendo aos nossos representantes, deputados federais e senadores, a constante cobrança pelos cuidados indispensáveis para assegurar um tráfego regular e eficiente.
A duplicação da BR 364, a abertura de trechos de terceira via em locais perigosos, a conservação contínua e periódica para evitar a proliferação de buracos que causam prejuízos materiais e ceifam vidas, não podem mais ficar tão somente nos discursos.
Por outro lado, é visível que atualmente o tráfego de carretas se multiplicou, os bitrens, antigamente quase não vistos, hoje são presença comum em todas as rodovias que se espalham pelo estado. E o que se constata é o esfarelamento de asfaltos que não foram construídos pensando no acréscimo do movimento, no impulso que o progresso traria em todos os segmentos.
Não se mostra aceitável que o povo de Rondônia tenha que, diariamente, conviver com estradas esburacadas, mal construídas, sem acostamento, lançando-se diariamente em uma aventura de ter que sair para resolver as coisas de seus interesses com o grande risco de não retornar para suas casas.
O custo de uma rodovia bem-feita é e sempre será muito menor que rodovias mal construídas e que todo ano são objeto de correções, na certeza de que nunca ficarão boas, pois na maioria das vezes construídas em bases inadequadas e utilizando materiais de qualidade inferior.
Qual a razão de ter o cidadão de outros estados ou países o direito de transitarem por pistas bem construídas, com excelente sinalização, sem buracos ou ondulações, algumas com pistas duplicadas, enquanto o cidadão de Rondônia é obrigado a conviver e sofrer em rodovias esburacadas, cheio de mato nas laterais, sem acostamento, com enormes ondulações, se é ele quem gera e mantém toda a riqueza do Estado?
Quais os projetos de abertura de novas e modernas rodovias ligando os municípios de Rondônia estão sendo discutidos e analisados?
A boa logística de um Estado é um dos atributos mais analisados pelos investidores e por isso deve ser privilegiada.
Será que a fatia do orçamento destinada ao DER já não antecipa e consolida o desinteresse da administração com este tópico tão primordial para o desenvolvimento do estado e bem-estar das pessoas?
O povo de Rondônia merece consideração por tudo que já fez e faz pela construção e progresso do Estado e o respeito por sua vida e segurança.
Desta forma, espera-se que haja prioridade na elaboração de projetos de novas rodovias no estado, que a qualidade e a segurança sejam as características principais destes projetos, que sejam destinados no orçamento recursos suficientes para que ocorra a construção de nova rodovias, recuperação e ampliação das já existentes, sempre primando pela durabilidade e qualidade dos serviços, pois a população de Rondônia já por merecer essa atenção.
Texto: Jefferson Magno dos Santos/Via Tribuna Popular.