O senador Confúcio Moura (MDB-RO), ao utilizar a Tribuna do Senado Federal nesta segunda-feira (4), enfatizou a importância no investimento na educação brasileira. Segundo ele, só a educação é capaz de promover o desenvolvimento de todos, com justiça social e equidade.
Antes de iniciar o pronunciamento, o parlamentar disse que renderia homenagem a todos os políticos do Brasil que têm defendido, ao longo do tempo, a educação no país. “Este descaso vem desde o império. Raros políticos e autoridades, no império, defenderam a educação de qualidade no Brasil. Prova disso é que até a abolição da escravatura, a Proclamação da República, a esmagadora maioria do povo brasileiro era analfabeta”, disse.
No século passado, mais precisamente na década de 1930, Confúcio Moura ressaltou que houve um grande movimento em defesa da educação, onde grandes líderes defenderam a bandeira educacional, dentre eles, Anísio Teixeira, na Bahia, que fundou a primeira escola de educação integral no nosso país. Se juntaram a ele, vários outros que criaram a chamada Escola Nova, em 1932.
Defensores da Educação
Confúcio Moura lembrou que anos depois, Darcy Ribeiro, como vice-governador de Leonel Brizola, no Rio de Janeiro, criou as escolas em tempo integral. “Brizola, também lá no Rio Grande do Sul, implantou, com grande carinho e cuidado, a educação de qualidade, principalmente no campo. Quem não lembra dos CIEP´s? Depois o presidente Collor de Mello implantou também as escolas em tempo integral. No entanto, a coisa não foi para frente”, lamentou.
A então prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, segundo o senador Confúcio, implantou, nas favelas, maravilhosas escolas chamadas de CEU (Centro de Educação Unificado).
“E eu fui lá conhecer, na época eu era Prefeito da cidade de Ariquemes, em Rondônia. Fui lá conhecer e fiquei admirado com tudo aquilo. Aqui agora, no Senado, temos o Izalci Lucas, o Flávio Arns. Assim como Dário Berger e o Cristovam Buarque, que já não são mais senadores. E assim como tantos outros, Tábata Amaral, Dorinha Seabra, todos defendendo, com unhas e dentes, a educação”, ressaltou.
Confúcio Moura enfatizou que ao longo do seu mandato tem recorrentemente abordado assuntos relacionados à educação em nosso país, isso porque considera a educação uma peça-chave para o desenvolvimento nacional.
“Nós estamos agora discutindo a reforma tributária. Vem aí a reforma administrativa, veio a reforma trabalhista, veio a reforma previdenciária. Certo é que sem educação de qualidade, nós não vamos chegar a lugar nenhum. Já tarda a reforma educacional”, enfatizou o senador.
O parlamentar rondoniense sublinhou que só a educação é capaz de promover o desenvolvimento para todos, com justiça social, com equidade.
“É preciso dar mais a quem tem menos. A escola pública boa deve estar na periferia, a escola pública boa deve ser para os pobres, porque os ricos pagam as melhores escolas particulares para os seus filhos. Então, se nós não promovermos a equidade na educação, verdadeiramente vamos continuar sendo um país desigual e dificilmente atingiremos patamares de desenvolvimento econômico e social satisfatório”, afirmou.
Esperança
O senador afirmou que a esperança agora é o presidente Lula, que tem no seu Ministério da Educação (MEC) um ministro e uma equipe de comprovado conhecimento educacional que trabalhou no Ceará, estado em que a educação básica é destaque nacional e é referência na qualidade da educação.
“A nossa esperança é justamente essa. Espero que se concretize e estarei aqui para ajudar no que for preciso!”, disse.
Base Nacional Curricular
Confúcio Moura disse que em 2020 foi implantada a Nova Base Nacional Curricular, para criar um bitolamento das disciplinas. Segundo ele, porque hoje em dia todo mundo quer colocar a educação dentro do caminhão velho carregado.
“O caminhão está carregado de cacareco e você quer colocar mais coisa nele, que vai cair ali na frente. O que nós temos necessidade, de fato, é de Matemática, Língua Portuguesa e Inglês”, afirmou.
Para o senador, a Nova Base Nacional Curricular veio com o objetivo de um nivelamento das disciplinas fundamentais, para que o aluno possa ter não um padrão, mas uma mediana entre as disciplinas exigidas pelas escolas.
“Logicamente, a reforma educacional, não é fácil. Nós somos um país continental, com 5.570 municípios esparramados nesses rincões brasileiros. Certo é que para montar uma estrutura de funcionamento da educação, movimentar essa máquina acostumada a dar aulas no modelo do império, com as carteiras uma enfileirada atrás da outra, como se fazia lá no império, temos que recomeçar, reconstruir, fazer uma reengenharia. A aula de hoje ainda é semelhante, com raríssimas exceções, às aulas do período imperial brasileiro”, lamentou.
Confúcio Moura criticou o atual modelo educacional, que segundo ele, o professor é do século XX, os alunos do século XX1 e a escola é do século XIX.
“Vejam o disparate que temos na estrutura educacional brasileira. Portanto, é fundamental a consciência de nós todos, não para fazer só discurso aqui, mas para bem colaborar, ser mediador, procurar influenciar Prefeitos, Vereadores, Governadores a assumirem, efetivamente, a bandeira da educação como a salvação do País”, finalizou.
Assessoria.