A Polícia Militar encontrou na madrugada de quinta-feira (23) uma criança de dois anos sozinha, dormindo dentro de um carro na Estrada de Constantinopla, entre Embu das Artes e Taboão da Serra, na Grande São Paulo.
O veículo estava próximo a um bar onde a mãe, de 18 anos, e o pai, de 25, que são separados, estavam. Segundo o boletim de ocorrência, o pai trabalha no local e afirmou que não sabia que o filho dormia no veículo.
Na delegacia, os policiais contaram que foram ao bar e pediram para localizar o dono do veículo, que foi identificado como namorado da mãe do menino (veja vídeo acima).
Ao se apresentar aos PMs, a mulher afirmou que tinha deixado a criança dormindo no veículo, com os vidros fechados, porque não tinha com quem deixar o menino para “curtir a noite”.
Pai e mãe da criança foram levados à delegacia central de Embu das Artes, onde o delegado de plantão registrou o caso como abandono de incapaz.
Uma conselheira tutelar foi chamada ao local e entregou a guarda da criança para a avó paterna do menino.
Apesar do incidente, a mãe e o pai do menino não ficaram presos e foram liberados pelo delegado, após a autuação.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública afirmou que o caso será investigado:
"O caso citado foi registrado como abandono de incapaz na Delegacia de Polícia de Embu das Artes e será investigado. Policiais militares averiguavam, no início da madrugada de quinta-feira (23), uma tabacaria no Jardim Marina, quando encontraram uma criança de dois anos sozinha dentro de um carro. Os policiais retiraram o menino do veículo e encontraram os pais, uma mulher de 18 e um homem de 25 anos, dentro do estabelecimento. Ambos foram conduzidos para a delegacia. O Conselho Tutelar foi acionado e liberou a criança para a avó paterna."
Segundo o boletim de ocorrência, os policiais, ainda na madrugada do caso, tentaram contato com o representante do Conselho Tutelar em plantão. O registro aponta que a conselheira que atendeu alegou que não poderia comparecer e que somente poderia ir com o carro e motorista do Conselho Tutelar, os quais estariam em atendimento no hospital.
Já em contato por telefone com uma policial militar, a conselheira teria continuado a negar o comparecimento e "insistia que não poderia".
"Em dado momento falava em tom ríspido com a policial militar dando para ouvir até por quem estivesse perto", segundo o registro.
Novamente, em um novo contato feito por ela no telefone da delegacia, atendeu o investigador em plantão. Desta vez, "era possível notar que a conselheira falava aos berros com o investigador", descreve o registro, "esbravejando que não poderia comparecer e que não tinha carro e ao final bateu o telefone na cara do investigador e disse que estaria vindo a delegacia de polícia".
O G1 pediu um posicionamento à prefeitura. Não houve retorno até a última atualização do caso.