É uma história que tem se repetido, através de ações policiais, sempre a pedido do Ministério Público e com aval do Judiciário, em que autoridades, políticos e personalidades são jogados à opinião pública como se criminosos fossem, mas, no decorrer do processo, acabam absolvidos das acusações.
O final pode ser feliz, por ter sido feita a verdadeira Justiça, mas a travessia, até que se conheça a verdade, é duríssima, não só para quem é vítima desse tipo de acusação, como para seus familiares, amigos e eleitores, no caso de políticos. Foi o que aconteceu com o deputado estadual, ex-presidente da Assembleia Legislativa e hoje líder do governo, Laerte Gomes, quando ele era ainda presidente da Associação dos Municípios de Rondônia, a AROM, onde, aliás, teve um mandato muito bem sucedido.
Vítima de uma ação cinematográfica, com a polícia chegando na sua casa recém amanhecido o dia, ele e sua família sofreram durante longas horas com a presença de investigadores, dentro do seu lar. Laerte tinha várias acusações, incluindo a de chefe de quadrilha. Foi jogado perante a população como se fosse um criminoso ainda em 2012.
Agora, passados quase 12 anos, finalmente, saiu a decisão final da Justiça Federal (já que a Estadual considerou que o assunto não estava sob sua competência). Laerte Gomes foi absolvido de todas as acusações, inclusive com o aval do Ministério Público Federal. Os fatos denunciados teriam ocorrido durante mandatos de Laerte em Alvorada do Oeste, envolvendo várias outras pessoas, todas também absolvidas. Final feliz, mas uma trajetória de sofrimento e injustiças.
*Matéria publicada pelo portal G1 em 22 de novembro de 2012 com o título: “Oito pessoas são presas por suspeita de fraude em Alvorada do Oeste, RO”.
A operação Olimpo, realizada no município de Alvorada do Oeste (RO) desarticulou uma organização criminosa instalada na administração pública da cidade, formada por empresários, políticos e servidores públicos. Das 37 pessoas denunciadas pelo Ministério Público (MP) de Rondônia, oito já estão presas.
A operação em parceria com o Tribunal de Contas e das polícias Civil e Militar começou há oito meses. Foram apreendidos documentos que comprovaram o esquema criminoso que acontecia no Instituto Municipal de Previdência e na Secretaria de Educação do município.
Segundo o MP, nessa quarta-feira (21), 37 pessoas, entre políticos, empresários e servidores públicos foram denunciadas. Dez prisões foram decretadas e oito envolvidos foram presos, sendo eles; Juliano Heiduschadt Gomes; Janete Maria Pasqualotto da Silva; Alvair Zentarski; Sheila Saraiva Cunha e Silva; Valnir Gonçalves de Azevedo; Rui Luiz Cavalcante; Adriano José Montalvão de Lara; Eliazer Alves dos Reis.
De acordo com as investigações o esquema criminoso acontecia desde 2003 em Alvorada do Oeste. Durante as investigações, o MP descobriu que a quadrilha era chefiada pelo ex-prefeito do município, Laerte Gomes, que desviou recursos públicos e fraudou licitações, impedindo que empresas fora do esquema ganhassem o processo licitatório.
Estima-se que o prejuízo causado pela quadrilha ultrapasse R$ 9 milhões. Embora apareça como chefe da organização criminosa, o pedido de prisão preventiva do ex-prefeito foi negado. Conforme o procurador geral da justiça Heverton Alves de Aguiar, isso aconteceu porque Gomes renunciou ao cargo e a Justiça entendeu que o ex-prefeito não participa mais do processo.
Os suspeitos devem responder pelos crimes de dispensa ilegal de licitação; fraude; tentativa de afastamento de licitante; falsidade ideológica e formação de quadrilha.
Segundo a polícia, outras 23 pessoas foram denunciadas.