O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO) vem desenvolvendo ações do Projeto Comunidades Fortes. Entre os dias 18 e 22 de julho, a equipe visitou as Terras Indígenas Karipuna, em União Bandeirantes, distrito de Porto Velho (RO), e as Terras Indígenas Igarapé Ribeirão (Linha 12) e Igarapé Lage (Linha 26) do povo Wari, no município de Nova Mamoré (RO). A visita teve como objetivo levar assistência técnica para atender as demandas relativas aos circuitos espaciais de produção da Mandioca e da Castanha.
A estratégia do projeto Comunidades Fortes volta-se para o uso sustentável de recursos naturais no âmbito das atividades produtivas dos indígenas. Para tanto, busca-se o desenvolvimento de ações extensionistas e tecnológicas adequadas às especificidades dos povos indígenas atendidos pelo projeto. Participaram da ação as Professoras Coordenadoras de Núcleo, Áurea Dayse Cosmo da Silva e Mônica Apolinário, com o Professor e Engenheiro Agrônomo José Vagner Silva (Pesquisador Extensionista da Mandioca) e a Engenheira Florestal Isabela Ribeiro Barbosa (Pesquisadora Extensionista da Castanha).
Os pesquisadores extensionistas vinculados ao projeto iniciaram o acompanhamento com o reconhecimento das áreas de produção, coleta de solo para análises, diagnóstico socioeconômico e fizeram as primeiras orientações às lideranças e membros das comunidades. Está previsto o desenvolvimento de oficinas, acompanhamento da produção e sistematização de estratégias para ampliar a produção, mantendo respeito e diálogo com os povos e comunidades indígenas.
Isabela Barbosa relatou que a experiência foi de aprendizado mútuo. “Me arrisco a dizer que as comunidades têm muito mais para nos ensinar do que para aprender. A riqueza cultural e o conhecimento tradicional dos moradores é impressionante, cada família tem seu modo de viver particular e em conjunto agregam saberes fundamentais para o sucesso do projeto. Na minha percepção, a colaboração e o respeito pelas práticas locais serão essenciais para desenvolver soluções sustentáveis, replicáveis e eficazes”, destacou.
O Engenheiro Agrônomo José Vagner Silva considera que a simples adoção de um conjunto de boas práticas (seleção de manivas, espaçamento adequado, capina manual) pode elevar o potencial produtivo desses sistemas. “Acredito que a conciliação dos saberes tradicionais e científicos possibilitará uma boa colheita”, disse.
A estratégia dos extensionistas é levar conhecimento para que os membros das comunidades indígenas possam melhorar suas atividades agrícolas e extrativistas. Além disso, a sobrevivência das práticas culturais e a manutenção dos mais jovens no território são preocupações da equipe gestora do Projeto Comunidades Fortes. Por essa razão, busca-se incentivar a formação e valorização de elementos da cultura indígena, como o artesanato produzido nas aldeias.
Comunidades Fortes
O objetivo do projeto é a realização de um conjunto de atividades de formação e de extensão técnica e tecnológica para povos e comunidades tradicionais de Rondônia, principalmente os que se encontram no Vale dos Rios Guaporé e Mamoré, como forma de agregar valor aos arranjos produtivos dessas comunidades, promover desenvolvimento sustentável e preservar as tradições culturais. O Comunidades Fortes contempla planos de ação extensionistas (cursos e assessorias) e aquisição de máquinas, equipamentos e materiais em geral, no intuito de melhorar a formação do público-alvo, criando uma infraestrutura que proporcione o máximo de experiência durante os cursos, palestras e oficinas práticas.