O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Carlos Goulart, informou a secretários do Consórcio da Amazônia Legal que a prioridade da pasta é combater e controlar a doença monilíase do cacaueiro (Moniliophthora roreri). “Nossa expectativa é conter a dispersão até que a pesquisa e a ciência desenvolvam um protocolo de manejo adequado. Caso o fungo se espalhe, estaremos preparados para conviver com ele, evitando que ocorra o que aconteceu com a vassoura-de-bruxa no sul da Bahia, anos atrás”, afirmou Goulart, em reunião com os secretários do Consórcio da Amazônia Legal, região produtiva da amêndoa.
De acordo com Goulart, o controle da praga é feito em conjunto com os órgãos de defesa agropecuária estaduais. “A monilíase é um fungo que leva anos para ser erradicado. O trabalho cooperativo realizado no Acre é um exemplo a ser seguido, pois é essencial para controlar essa doença e proteger os produtores de cacau e cupuaçu do Acre e de todo o Brasil”, disse Goulart na reunião.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, também presente no encontro, destacou que o País é “eficiente” em resolver questões sanitárias. “Estamos comprometidos com o combate à monilíase para proteger nossos produtores e produtoras”, acrescentou o ministro.
A monilíase é uma doença que afeta plantas do gênero Theobroma, como o cacau (Theobroma cacao L.) e o cupuaçu (Theobroma grandiflorum), causando perdas na produção e uma elevação nos custos devido à necessidade de medidas adicionais de manejo e aplicação de fungicidas para o controle da praga. O País está em estado de emergência fitossanitária de 5 de agosto até agosto de 2025, decretado pelo ministério, em virtude da doença.
O primeiro foco da praga no Brasil foi identificado em julho de 2021 em área residencial urbana no município de Cruzeiro do Sul, interior do Acre.
Em novembro de 2022, o segundo foco foi detectado no município de Tabatinga, no estado do Amazonas, dessa vez em comunidades rurais ribeirinhas. Conforme o Ministério da Agricultura, na América do Sul, a praga já se encontra presente no Equador, Colômbia, Venezuela, Bolívia e Peru.