Uma estelionatária deixou prejuízo de mais de R$ 40 mil ao fingir ter câncer para aplicar golpes nos próprios familiares nesta terça-feira (15), no Jardim Tijuca, em Campo Grande (MS). A irmã da suspeita procurou a Polícia Civil para registrar boletim de ocorrência após descobrir o golpe no dia 1º deste mês.
A vítima foi até a delegacia acompanhada de sua advogada e relatou que no dia 15 de agosto, sua irmã disse que estaria com câncer no reto, útero, ovário e rim, em estágio grave e deixou toda a família preocupada.
A mulher teria passado por uma cirurgia para retirada de nódulos e realizava quimioterapia, sendo necessário raspar a cabeça devido à queda de cabelo.
Segundo o registro policial, a estelionatária contou para a irmã que seu plano de saúde não estaria cobrindo os custos dos medicamentos. Com isso, os familiares se mobilizaram para arrecadar fundos para auxiliar no tratamento.
Ainda conforme o relato da vítima na delegacia, a irmã teria saído de seu emprego em março deste ano devido à doença e perdeu o plano de saúde, o que aumentou ainda mais as despesas.
Assim, familiares e amigos fizeram vários empréstimos para ajudar a suspeita com as despesas durante esse período. Inclusive, a vítima ajudou a irmã com R$ 40 mil para o suposto tratamento médico.
Contudo, no dia 1º deste mês, a vítima descobriu que o tratamento era uma farsa após receber a foto de um suposto laudo médico e ir até o hospital averiguar.
No hospital, a equipe constatou que houve uma fraude no documento, pois o médico que teria fornecido o laudo não reconheceu o mesmo, além do nome da estelionatária não constar no cadastro de banco de dados de pacientes que realizam tratamento relacionado ao câncer.
Após a descoberta, a vítima continuou procurando os exames da irmã e constatou que os mesmos não apontam nenhum diagnóstico de câncer, concluindo que as alegações do familiar foram feitas apenas para ‘arrancar’ dinheiro da família e amigos.
Na delegacia, a mulher contou que apenas os valores arrecadados por ela totalizam em média R$ 40 mil, fora os outros familiares. Ou seja, possivelmente o valor ultrapassa os R$ 40 mil. O caso foi registrado como estelionato e falsidade ideológica na 6ª Delegacia de Polícia Civil.