Dois criminosos, que não tiveram idade revelada, foram presos durante a Operação ‘Piratas do Agro’, deflagrada pelo Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas), de São Luiz Gonzaga (RS), nesta quarta-feira (4).
A dupla é acusada de falsificar sementes pirateadas do RS e da Bahia para revender em Mato Grosso do Sul e outros estados, como Mato Grosso e RS. Um dos presos estava em Luís Eduardo Magalhães (BA), enquanto o outro em São Luiz Gonzaga (RS). Na ocasião, a operação apreendeu 35 veículos e documentos.
A operação deflagrada na manhã desta quarta (4) apontou que as vítimas tiveram um prejuízo de R$ 2 milhões com o golpe, praticado também nos estados de Minas Gerais, Distrito Federal, Tocantins e Goiás.
Investigações
A investigação iniciou após uma grande cooperativa do Rio Grande do Sul informar sobre uma fraude que lesou vários agricultores na região, pois um corretor de sementes ofereceu duas cargas com 1,5 mil sacas de milho de alto rendimento.
Logo, a carga foi adquirida pela cooperativa e revendida a diversos produtores. Contudo, a safra foi totalmente perdida e então foi constatado que as sementes eram falsificadas e de baixíssima qualidade.
Segundo a Polícia Civil do RS, foi possível apurar que havia um grupo de empresários do ramo agrícola de três cidades gaúchas e outros dois municípios da Bahia, que aplicavam os golpes nas cooperativas. Entre os integrantes do esquema criminoso, estavam representantes comerciais e corretores que procuravam as cooperativas e produtores para intermediar as vendas.
Os golpistas transformavam os grãos que iriam para a indústria de ração ou alimentos, ou sementes de baixíssima qualidade, em produtos muito similares visualmente a sementes conhecidas no meio agrícola por sua elevada produtividade.
O Delegado Heleno dos Santos, responsável pelas investigações, explicou que as sacas falsificadas imitavam e forma quase perfeita as sacas originais. O grupo falsificava as sementes em gráficas de São Paulo e da Bahia, também alvos de buscas durante a operação.
Depois que as sementes eram ensacadas, os criminosos transportavam em caminhões até o RS, MS e MT, onde revendiam para pessoas do ramo agrícola.
Prejuízo
Ainda conforme a Polícia Civil, os golpistas causaram R$ 2 milhões de prejuízo em apenas uma venda e movimentaram R$ 13 milhões em bancos durante 15 meses. Eles lucravam mais de R$ 1 mil por saca falsificada, sendo que uma carga rendia, em média R$ 1.800.000,00.