Em Rondônia, depois da seca extrema, cidades sem infraestrutura enfrentam alagamentos

Gazeta Rondônia
22/02/2025 22h55 - Atualizado há 9 horas

Desde o início de fevereiro de 2025, Rondônia enfrenta intensas chuvas intensas em várias regiões provocando transbordamento de rios, desalojando e desabrigando famílias nas áreas mais periféricas. Em 2024, os moradores do estado foram sufocados por fumaça das queimadas, crise hídrica com seca dos rios. 

Enchentes em Ji-Paraná

No dia 14 de fevereiro, o Rio Machado, em Ji-Paraná, ultrapassou a marca de 11 metros, levando a Defesa Civil a emitir um alerta vermelho. Como resultado, várias famílias foram desalojadas e encaminhadas para o Ginásio de Esportes Adão Lamota, preparado para acolhê-las.

A Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social e da Família (Semasf), providenciou cestas básicas e água potável para as famílias afetadas, além de oferecer suporte no abrigo, incluindo alimentação e espaço para acomodação de pertences pessoais.

As fortes chuvas também causaram alagamentos em diversos pontos da cidade, com córregos transbordando e avenidas sendo invadidas pela água.

A Defesa Civil recomendou a população a evitar áreas alagadas e a utilizar equipamentos de proteção ao entrar em contato com a água, devido ao risco de doenças como a leptospirose.

Porto Velho

No início de fevereiro, Porto Velho registrou chuvas intensas que resultaram em alagamentos em várias áreas da cidade. Em apenas 24 horas, choveu aproximadamente 123 milímetros, correspondendo a quase 40% do volume esperado para todo o mês de fevereiro.

Bairros e regiões sem infraestrutura foram afetadas, com veículos parcialmente submersos e pedestres enfrentando dificuldades para se locomover.

A prefeitura reconheceu que os problemas de drenagem são questões estruturais antigas e instituiu um grupo para avaliar e elaborar projetos visando melhorar a drenagem e minimizar os transtornos causados pelas chuvas.

Cacoal

Em 14 de fevereiro, Cacoal também sofreu com chuvas intensas que resultaram em alagamentos significativos. Algumas ruas e avenidas ficaram inundadas, levando à suspensão das aulas na rede municipal de ensino. A Defesa Civil localizou os pontos mais críticos nas zonas rurais e iniciou visitas às áreas de risco para avaliar a necessidade de desalojo de famílias.

Pimenta Bueno

No mesmo período, Pimenta Bueno enfrentou alagamentos em diferentes bairros, causando interrupções temporárias no tráfego e danos a imóveis. A Defesa Civil municipal alertou os moradores sobre os riscos e recomendou precauções adicionais durante as tempestades.

A recorrência de alagamentos em várias cidades de Rondônia evidencia a vulnerabilidade da infraestrutura urbana frente a eventos climáticos extremos. 

Embora as prefeituras reconheçam os problemas de drenagem e anunciem medidas para mitigá-los, como a formação de grupos de trabalho e elaboração de projetos, não houve anúncio de ações concretas e investimentos efetivos.

Planejamento

Paralelamente, o estado se prepara para enfrentar uma seca extrema prevista para o mesmo ano, que poderá afetar severamente as condições hídricas de Rondônia.

Em resposta, o governo estadual intensificou o planejamento de ações preventivas, incluindo a formação de brigadistas para combater incêndios florestais e a implementação de estratégias para garantir a segurança hídrica e a resiliência das comunidades.

O Comitê Gestor para Adaptação e Enfrentamento às Mudanças Climáticas, instituído em novembro de 2023, coordena essas iniciativas, promovendo a integração entre diferentes secretarias e órgãos estaduais.

Impactos

Estudos indicam que o norte de Rondônia será particularmente afetado pelas mudanças climáticas, com altas temperaturas e ondas de calor impactando negativamente as plantações, especialmente a de milho.

A vulnerabilidade das estradas e a falta de recursos agravam a situação, dificultando o escoamento da produção agrícola e a distribuição de insumos.

Em resposta, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Rondônia (Emater-RO) está viabilizando ações para garantir a sustentabilidade da produção agrícola, mesmo diante das adversidades climáticas.

Esforços

Para fortalecer a governança ambiental, o governo de Rondônia realizou, em outubro de 2024, o 4º Fórum Estadual de Mudanças Climáticas.

O evento reuniu representantes de diversos setores para discutir e implementar ações voltadas à mitigação e adaptação às mudanças climáticas, promovendo a integração entre governo, sociedade civil, empresas e comunidade científica.

Temas como pagamento por serviços ambientais e estratégias de sustentabilidade foram abordados, visando alinhar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental.

Fonte: Voz da Terra.


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