Desde o início de fevereiro de 2025, Rondônia enfrenta intensas chuvas intensas em várias regiões provocando transbordamento de rios, desalojando e desabrigando famílias nas áreas mais periféricas. Em 2024, os moradores do estado foram sufocados por fumaça das queimadas, crise hídrica com seca dos rios.
Enchentes em Ji-Paraná
No dia 14 de fevereiro, o Rio Machado, em Ji-Paraná, ultrapassou a marca de 11 metros, levando a Defesa Civil a emitir um alerta vermelho. Como resultado, várias famílias foram desalojadas e encaminhadas para o Ginásio de Esportes Adão Lamota, preparado para acolhê-las.
A Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social e da Família (Semasf), providenciou cestas básicas e água potável para as famílias afetadas, além de oferecer suporte no abrigo, incluindo alimentação e espaço para acomodação de pertences pessoais.
As fortes chuvas também causaram alagamentos em diversos pontos da cidade, com córregos transbordando e avenidas sendo invadidas pela água.
A Defesa Civil recomendou a população a evitar áreas alagadas e a utilizar equipamentos de proteção ao entrar em contato com a água, devido ao risco de doenças como a leptospirose.
Porto Velho
No início de fevereiro, Porto Velho registrou chuvas intensas que resultaram em alagamentos em várias áreas da cidade. Em apenas 24 horas, choveu aproximadamente 123 milímetros, correspondendo a quase 40% do volume esperado para todo o mês de fevereiro.
Bairros e regiões sem infraestrutura foram afetadas, com veículos parcialmente submersos e pedestres enfrentando dificuldades para se locomover.
A prefeitura reconheceu que os problemas de drenagem são questões estruturais antigas e instituiu um grupo para avaliar e elaborar projetos visando melhorar a drenagem e minimizar os transtornos causados pelas chuvas.
Cacoal
Em 14 de fevereiro, Cacoal também sofreu com chuvas intensas que resultaram em alagamentos significativos. Algumas ruas e avenidas ficaram inundadas, levando à suspensão das aulas na rede municipal de ensino. A Defesa Civil localizou os pontos mais críticos nas zonas rurais e iniciou visitas às áreas de risco para avaliar a necessidade de desalojo de famílias.
Pimenta Bueno
No mesmo período, Pimenta Bueno enfrentou alagamentos em diferentes bairros, causando interrupções temporárias no tráfego e danos a imóveis. A Defesa Civil municipal alertou os moradores sobre os riscos e recomendou precauções adicionais durante as tempestades.
A recorrência de alagamentos em várias cidades de Rondônia evidencia a vulnerabilidade da infraestrutura urbana frente a eventos climáticos extremos.
Embora as prefeituras reconheçam os problemas de drenagem e anunciem medidas para mitigá-los, como a formação de grupos de trabalho e elaboração de projetos, não houve anúncio de ações concretas e investimentos efetivos.
Planejamento
Paralelamente, o estado se prepara para enfrentar uma seca extrema prevista para o mesmo ano, que poderá afetar severamente as condições hídricas de Rondônia.
Em resposta, o governo estadual intensificou o planejamento de ações preventivas, incluindo a formação de brigadistas para combater incêndios florestais e a implementação de estratégias para garantir a segurança hídrica e a resiliência das comunidades.
O Comitê Gestor para Adaptação e Enfrentamento às Mudanças Climáticas, instituído em novembro de 2023, coordena essas iniciativas, promovendo a integração entre diferentes secretarias e órgãos estaduais.
Impactos
Estudos indicam que o norte de Rondônia será particularmente afetado pelas mudanças climáticas, com altas temperaturas e ondas de calor impactando negativamente as plantações, especialmente a de milho.
A vulnerabilidade das estradas e a falta de recursos agravam a situação, dificultando o escoamento da produção agrícola e a distribuição de insumos.
Em resposta, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Rondônia (Emater-RO) está viabilizando ações para garantir a sustentabilidade da produção agrícola, mesmo diante das adversidades climáticas.
Esforços
Para fortalecer a governança ambiental, o governo de Rondônia realizou, em outubro de 2024, o 4º Fórum Estadual de Mudanças Climáticas.
O evento reuniu representantes de diversos setores para discutir e implementar ações voltadas à mitigação e adaptação às mudanças climáticas, promovendo a integração entre governo, sociedade civil, empresas e comunidade científica.
Temas como pagamento por serviços ambientais e estratégias de sustentabilidade foram abordados, visando alinhar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental.
Fonte: Voz da Terra.