Em Rio Branco, ao menos 300 famílias precisaram deixar as suas casas por conta da alagação do rio Acre; o manancial estava 20 cm acima da cota de transbordo na tarde desta segunda. Transbordos também ocorre em Cruzeiro do Sul e em Plácido de Castro. Previsões apontam chuvas acima do normal para a maior parte do estado nos próximos dias.
As intensas chuvas que atingem o Sul da Amazônia Ocidental nos últimos dias fazem os rios que banham o território acreano transbordarem. As situações mais preocupantes são do rio Acre, em Rio Branco, do rio Abunã, em Plácido de Castro, e do rio Juruá, em Cruzeiro do Sul. Apenas na capital, desde o último fim de semana, quase 300 famílias já foram desabrigadas pela alagação do rio Acre, que atingiu a cota de transbordo (14m) na noite de domingo, 9. No fim da manhã desta segunda, 10, segundo dados da Defesa Civil Municipal, o manancial media 14,20m.
Na Bacia do Rio Acre, apenas em Rio Branco o manancial ultrapassou as cotas de alerta e de transbordo. Nos demais municípios ele se encontra abaixo dos níveis de parâmetro estabelecidos pela Defesa Civil para cada região. A alagação na capital é resultado do elevado volume de chuva detectado no Baixo Acre. No acumulado de março, o acumulado de chuvas é de 90,80 mm.
O principal fator a influenciar o transbordo do manancial é a elevada concentração pluviométrica na Bacia do Riozinho do Rola; até ontem, a quantidade de chuva chegava a 135 mm; o Riozinho do Rola é o mais importante afluente do rio Acre, interferindo diretamente em seu volume de água. Em Porto Acre, as chuvas também estão bastante intensas; só nas últimas 24 horas choveu 53,6 mm no entorno do município, conforme dados da Agência Nacional de Águas (ANA).
Este é o terceiro ano consecutivo que o rio Acre transborda. Em 2023 e 2024 o manancial alcançou duas das maiores cotas de alagação em 50 anos de medições na capital. Ano após ano, o estado vem sendo impactado, com cada vez mais força e frequência, pelos eventos climáticos extremos.
O mesmo acontece no Vale do Juruá, que em 2024 também tinha sido intensamente impactado pela cheia, desde as suas partes mais altas – Marechal Thaumaturgo e Porto Walter, até Cruzeiro do Sul – a segunda maior cidade acreana.
Segundo a mais recente medição disponibilizada pela Defesa Civil Estadual, o rio Juruá estava em 13,30m; na comparação com ontem, ele subiu 10 cm. As chuvas também se mostram intensas no oeste do estado. Na região, a concentração pluviométrica detectada, até ontem, foi de 171 mm. Apesar da alagação já ter atingido 11 bairros de Cruzeiro do Sul, nenhuma família precisou ser levada para abrigos públicos. Na cidade, a maioria das casas está adaptada para lidar com as cheias do Juruá.
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Rondônia
Em Porto Velho, RO, na manhã da última quinta-feira (6), 0 rio Madeira, registrou o nível de 15,08 metros, o que mantém o município em alerta.
Estipulada em 15 metros, a cota de alerta serve para deixar as autoridades mais atentas à movimentação do rio Madeira durante todo esse período do ano. Entre as ações implementadas está a criação de um gabinete de crise, que realiza um trabalho de monitoração e planejamento.
"O que a Defesa Civil vem realizando é um trabalho de prevenção para que a comunidade saiba as medidas que devem ser tomadas para garantir a sua segurança, além da mitigação dos impactos da cheia em regiões que precisam de água, hipoclorito, cestas básicas, entre outras primeiras necessidades", afirmou Marcos Berti, coordenador da Defesa Civil.
Até o momento não há registro de famílias em situação de vulnerabilidade por conta da cheia do rio Madeira, mas que o acompanhamento das autoridades competentes é constante para garantir o bem-estar da comunidade.
"Não há registro de cidadãos que ficaram desabrigados ou que sofreram algum tipo de dano físico por conta da cheia do rio Madeira. Porém, sabemos que existem regiões no baixo Madeira onde as plantações foram afetadas, motivo pelo qual a Defesa Civil segue atuando na mitigação desses impactos, ouvindo a comunidade e realizando monitoramento dessas localidades", falou.
A Defesa Civil informa sobre os perigos de notícias falsas
"Pedimos à população que apenas compartilhe as informações oficiais, noticiadas através da imprensa e dos canais oficiais da Prefeitura de Porto Velho, para que se evite a tomada de ações com base em notícias que não existem", finalizou Marcos Berti.
O cidadão que precisar acionar a Defesa Civil pode entrar em contato através dos telefones: (69) 98473-2112 ou 199.
Fonte: Voz da Terra.