13/06/2021 às 13h52min - Atualizada em 13/06/2021 às 13h52min

Em Cerejeiras, sitiantes denunciam presença de caçadores ilegais em propriedades rurais

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Imagem ilustrativa
Nos últimos dias diversos moradores da área rural do município de Cerejeiras (RO) enviaram denúncias a redação do portal eletrônico Gazeta Rondônia informando presença de caçadores ilegais na região.
 
Segundo relatado por um produtor rural, que prefere não ser identificado, por medo de represálias ou perseguição, é constante a presença de caçadores pela região onde tem sua propriedade, durante as madrugadas.

 
“O que mais me preocupa é o fato de saber que integrantes do judiciário e das forças de segurança, que deveriam zelar pelo cumprimento da lei, ao contrário, fazem parte desses grupos de caçadores como integrantes ativos ou fornecedores de armamentos e munições ilegais. As práticas da caça têm sido constantes nos últimos dias, colocando nossos animais de criação em risco e até mesmo nossas famílias, que ficam vulneráveis com o risco de uma bala perdida, sem falar nas criações que ficam assustadas com a presença de cães de caças que eles trazem juntos. ” Alertou o produtor.
 
Caça é ilegal, mas ainda assim, tem quem a pratique
 
Você sabe quantos animais silvestres são mortos por caçadores todos os anos no Brasil? Não gaste muito tempo tentando lembrar algum número. Na verdade, ninguém sabe. O que todo mundo tem certeza é que, apesar de proibida, essa atividade é amplamente praticada e milhões de animais são abatidos em todas as regiões do país.

Desde 1967, a caça comercial, aquela praticada para abastecer o mercado de couro, peles e carne, é proibida por lei. Já a caça esportiva deixou de ser realizada no país em 2008, após uma decisão da Justiça. No Brasil, com exceção de índios e de casos especiais autorizados pelo poder público (como o do javali, que é uma espécie invasora), caçar é crime.

Mas, infelizmente, ainda tem gente que insiste em matar animais silvestres, seja pela carne, que pode transmitir doenças, seja para conseguir algumas partes que serão utilizadas pela indústria de remédios ou no comércio ilegal (biopirataria, peças de decoração etc.). Há ainda quem pratique a caça por lazer. Isso mesmo! Há quem goste de se enfiar no mato para atirar em animais por diversão.
 
Apesar da fiscalização insuficiente, ela existe. Agentes do Ibama e das policiais estaduais prendem caçadores armados, os levam para as delegacias e o que acontece? Eles são soltos. Caçar, pela Lei de Crimes Ambientais, tem uma pena prevista de até um ano de detenção, o que a qualifica como um crime de “menor potencial ofensivo”. Ou seja, o caçador vai responder pelo crime em liberdade e dificilmente será condenado.

Essa impunidade ajuda a manter a prática da caça entre os brasileiros. E os impactos ambientais dessa matança de animais silvestres é sentida no equilíbrio dos ecossistemas, com a redução das populações de muitas espécies.

Apesar de o Brasil ser o país com maior diversidade de fauna do planeta, a quantidade de animais de cada espécie não é tão grande. Isso quer dizer que, aliada ao tráfico de fauna, à perda de habitat e aos atropelamentos em rodovias, por exemplo, a caça pode ter um impacto devastador para o meio ambiente.

Estou falando de tatus, pacas, capivaras, cervos, macacos, catetos, queixadas e, inclusive, onças-pardas e pintadas. Aves como arribaçãs e mutuns também são alvo dos caçadores. Tartarugas e tracajás, na região da Amazônia, ainda são bastante consumidos. Enfim, o leque de espécies alvo é bem grande.

E tudo isso, sem falar na crueldade envolvida!

Não é raro que os animais caçados sejam baleados e agonizem até serem efetivamente mortos. Há também o uso de armadilhas, como as de laço feitas com arame, em que eles ficam presos por horas e até por dias antes de morrer.

E o estresse de tentar fugir de cães treinados? É verdade. Muitos caçadores utilizam cachorros para rastrear e acuar suas vítimas. Esses cães mordem os animais e também acabam feridos durante as perseguições. A crueldade envolve animais de caça e animais caçados.

O Ibama encomendou uma pesquisa em 2003 para saber, entre outras coisas, a opinião dos brasileiros sobre a caça. O resultado indicou que 90,8% são contra a prática. E essa não foi a única pesquisa com esse resultado.
Ser contra a caça é estar do lado da vida e de um meio ambiente equilibrado.
 
Projeto aumenta pena para tráfico de animais silvestres

O Projeto de Lei 4520/20 endurece a pena para quem matar, perseguir, caçar, apanhar e utilizar sem permissão animais silvestres, passando a prever reclusão de dois a cinco anos e multa. Para quem traficar espécies silvestres, a pena prevista na proposta é reclusão de três a oito anos e multa.

Hoje, a pena prevista para todos estes crimes é detenção de seis meses a um ano e multa.

A proposta é do deputado Capitão Alberto Neto (Republicanos-AM) e tramita na Câmara dos Deputados. O texto altera a Lei dos Crimes Ambientais. Fonte: Agência Câmara de Notícias
 
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