Em Nota Pública distribuída, lideranças e filiados do MDB rondoniense de todo o estado cobram providências urgentes para o imediato afastamento do deputado federal Lúcio Mosquini da Presidência Regional. Em seu terceiro mandato federal pela sigla, o parlamentar tem manifestado reiteradas vezes, nos últimos dias, seu “desconforto” ideológico pelo fato do MDB integrar a base parlamentar do governo federal.
Sua indignação tardia se manifesta, porém, somente agora, passados dois anos da posse de Lula. Justamente no momento em que se intensificam as movimentações com vistas às composições eleitorais para as eleições de 2026. E especialmente quando o MDB se mobiliza para recuperar seu histórico potencial eleitoral, claramente depreciado pela lastimável condução da Presidência comandada pelo deputado.
A Nota Pública do MDB, com a qual concordam inúmeros diretórios municipais até agora consultados, exige que Mosquini seja afastado do cargo de presidente, mesmo enquanto aguarda, como diz, o prazo legal para mudança de sigla, na janela prevista para abril de 2026. E mesmo que sua tão oportuna quanto suspeita inquietação ideológica seja apaziguada, talvez pelo insucesso das negociações entabuladas, e ele decida permanecer no partido. Veja o texto:
NOTA PÚBLICA: Em defesa do MDB de Rondônia - É hora de romper o ciclo de interesses pessoais!
O Movimento Democrático Brasileiro (MDB) de Rondônia sempre manteve, ao longo de sua história, o compromisso com o fortalecimento da democracia, com a boa política e com o bem-estar dos rondonienses. O partido vive hoje, contudo, um momento delicado, em função do impasse gerado pela postura do atual presidente estadual, deputado federal Lúcio Mosquini. Uma situação que exige ser trazida à luz de forma franca e responsável.
O senhor Lúcio Mosquini tem declarado publicamente a intenção de deixar o MDB. Alega uma incompatibilidade ideológica inoportuna e extemporânea, porque descoberta apenas agora, ao final de seu terceiro mandato de deputado federal pelo partido. Seus intempestivos pruridos dogmáticos admitem, porém, condescendências oportunistas, posto que não o obrigam a renunciar às vantagens especialmente pecuniárias do cargo de presidente regional da agremiação partidária.
O deputado adota, na verdade, a mesma desfaçatez de Dom João VI, quando levou de volta a corte a Portugal, deixando o filho Pedro como regente, mas sem esquecer de rapinar os derradeiros patacões dos cofres do Banco do Brasil. Não há mistério algum na motivação dessa permanência: trata-se de uma estratégia pensada exclusivamente para manter sob seu controle as estruturas partidárias até à janela de troca de partidos em abril de 2026, na qual os detentores de mandatos podem mudar de legenda sem perder as funções. Sua atitude nada tem de aleatória. Ao contrário: segue um roteiro que oferece ao deputado três grandes vantagens:
1. Controle sobre os recursos partidários:
Como presidente estadual do MDB, Mosquini continua com a prerrogativa de decidir a destinação dos fundos partidário e eleitoral em Rondônia, direcionando (ou não) recursos ao sabor dos próprios interesses.
2. Definição dos rumos e alianças do partido em 2026:
Ao permanecer no comando da sigla, ele preserva o poder de decidir com quem o MDB poderá se coligar ou se alinhar nas próximas eleições, abrindo espaço para negociações a serviço de ambições pessoais e total desprezo pelos objetivos coletivos do partido.
3. Escolha da nominata para deputado federal:
Em 2022, Mosquini desenhou uma nominata para deputado federal destinada exclusivamente a beneficiá-lo. Como de fato ocorreu e garantiu sua reeleição à custa de enfraquecer o partido como um todo. A estratégia parece se repetir: ele quer controlar o processo de escolha dos candidatos até o último momento. Caso avalie que a legenda servirá novamente a seus propósitos, pode até permanecer no MDB como candidato; caso contrário, sairá na última hora, deixando o partido esfacelado.
Tal realidade provoca indignação e mobiliza lideranças em todo o estado. O MDB de Rondônia não pode ser usado como moeda de troca para projetos pessoais. É precisamos intervir! Antes que o partido, que sempre foi um dos pilares da política rondoniense, seja reduzido a mera ferramenta por interesses oportunistas individuais.
Essa postura fere a essência democrática do MDB, prejudica sobremaneira projetos de lideranças históricas, como o senador Confúcio Moura, e impede a reestruturação urgente que o partido necessita em Rondônia. Não aceitaremos que o MDB seja reduzido a uma ferramenta de interesses pessoais. É hora de retomar o protagonismo do partido com uma liderança comprometida com suas bases, seus princípios e com o futuro de Rondônia.
As lideranças do MDB de todo o estado se levantam para preservar a grandeza desta legenda, que sempre foi sinônimo de participação popular, desenvolvimento e boa política. Convocamos todos os emedebistas e simpatizantes a se unirem nesse movimento em defesa do MDB de Rondônia. O MDB é maior que qualquer projeto pessoal. É hora de agir! Pela democracia, pela ética e pelo futuro de nosso partido!
Fonte: Carlos Henrique Ângelo.