Obra literária de Enoch Cavalcanti Neto retrata a importância dos seringais da Amazônia

Gazeta Rondônia
18/05/2025 21h49 - Atualizado há 5 horas

O livro “Geografia Histórica de Carauary do Yuruá: 130 anos de mudança socioeconômica, territorial e ambiental”, que rendeu 25 anos de pesquisa ao autor, Enoch Cavalcanti Neto, inicia-se a partir do primeiro do ciclo das dragas do sertão, extraídas pelos Indígenas e comercializadas com os negociantes de Cametá, no atual estado do Pará, passando pelo primeiro ciclo da borracha (1880-1912) até os dias de hoje.

Com a formação territorial, econômica, social e política dos seringais na Amazônia, momento em que as canoas a vela e a remo são substituídas pelas embarcações a vapor, encomendadas nos estaleiros na Grã-Bretanha, com a grande demanda da borracha natural, matéria-prima para a segunda revolução industrial na Inglaterra.

A economia gomífera oriunda da seringueira (Hevea Brasiliensis) proporcionou riqueza, opulência e prestígio aos Seringalistas, como assim eram chamados os patrões e os barões da borracha, que ao longo dos rios, as vilas, como assim eram chamadas as posteriores cidades que foram se urbanizando, de primazia, as atuais Belém (capital do Estado do Pará) e Manaus (capital do Estado do Amazonas) que se tornaram a “Paris dos Trópicos” hoje são consideradas metrópoles da Amazônia. As vilas principais, localizadas em lugares estratégicos se tornaram sede dos municípios.

Neste contexto, surgem os seringalistas, a seringueira e o seringueira, na tríade de desenvolvimento econômico, ambiental, social e político, numa miscigenação do sertanejo, do silvícola e do negro com os árabes, portugueses, peruanos, italianos, espanhóis e sírio-libaneses, entre tantos, formando um caldo cultural em matizes: raça, cor, costumes, hábitos, vestimentas e outros.

Na pesquisa, o autor encontrou um fato histórico inédito, que foi a criação do município de Carauari, bem como a nomeação do primeiro superintendente e os cinco primeiros intendentes, fato este, nunca citado na literatura da história do município.

Outro fato importante é a transformação do curso do rio Juruá em um meandro abandonado, isto é, um sacado, trazendo consequências socioeconômicas e geopolítica para a cidade, pois, quando seca o rio é necessário um descolamento por estrada, do curso normal do rio, no Porto Gavião, a 9 km da cidade.

Como consequência dessa miscigenação, surge um personagem importante na vida amazônica: o caboclo, homem da floresta, fruto da cultura e interação homem-natureza, com os mais diversificados   conhecimentos e habilidades para povoar e sobreviver nessa majestosa, diversificada e desafiadora vida amazônica.

Para o pesquisador e escritor Enoch, compartilhar esta pesquisa, é compartilhar o conhecimento para as futuras gerações, sobre os Seringais da Amazônia   como era a vida dos seringueiros, suas respectivas memórias e suas transformações   até os dias atuais.

O escritor radicado em Rondônia há mais de 30 anos, estará lançando a sua obra na Bienal Internacional do Rio de Janeiro, em parceria com a AJEB RO, além disso, já foi convidado para participar com palestras e lançamento oficial na COP 30 promovendo a geografia e historicidade dos seringais da Amazônia.

Recentemente o autor esteve em visita a biblioteca municipal Francisco Meireles, em Porto Velho em agenda com o diretor Carlos Augusto, falou de sua obra e fez a doação oficial para o acervo. Além disso, conheceu a equipe de colaboradoras da BMFM   e falou um pouco da sua obra pioneira para ressaltar a importância da divulgação para professores e pesquisadores.

A obra “Geografia Histórica de Carauary do Yuruá: 130 anos de mudança socioeconômica, territorial e ambiental” está disponível no site na Amazon e pela Editora CRV e que seja inspiração para os leitores sobre a nossa rica Amazônia.

Texto e foto: Izabel Cristina/Ascom AJEB-RO.

 

 


FONTE: Assessoria
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