O vereador e 1° secretário da Câmara Municipal de Uberaba, Almir Pereira da Silva (Republicanos), 53 anos, é um dos investigados na operação 'Caça-Fantasmas', realizada pela Polícia Civil na manhã desta segunda-feira (7), na cidade do Triângulo Mineiro. Outras sete pessoas, entre elas um empresário e servidores públicos, também são investigadas por lavagem de dinheiro, associação criminosa, peculato, entre outros crimes. Ninguém foi preso.
Ao G1 e à TV Integração, o vereador disse que está muito tranquilo e os advogados estão cuidando do caso. Disse ainda que está à disposição da justiça, que vai colaborar com o que for preciso e que "sempre trabalhou com transparência e que vai continuar".
Já a Câmara Municipal de Uberaba respondeu que foi surpreendida com as informações veiculadas envolvendo o vereador Almir Silva. Disse ainda que aguarda mais informações para se posicionar de forma precisa. Sobre a existência de assessores fantasmas, a Câmara informou que a nomeação e exoneração para cargos nos gabinetes dos vereadores é de responsabilidade de cada parlamentar. O Legislativo se colocou à disposição para cooperar na investigação.
Diante a suspeita de envolvimento de um servidor do Executivo municipal em um esquema de corrupção, a Prefeitura de Uberaba se manifestou por meio de nota, dizendo que não foi formalmente comunicada pela Polícia Civil sobre a investigação em curso. Mas a autarquia adiantou que irá tomar as medidas necessárias assim que for informada.
A polícia divulgou apenas as iniciais dos nomes e sobrenomes dos investigados, no caso do vereador, ele é o único da legislação com as iniciais A.P.S. Veja quem são os outros alvos da operação:
Na execução dos oito mandados de busca e apreensão foram apreendidos documentação financeira, contábil, fiscal e empresarial, além de dispositivos móveis. O material irá passar por análise para sustentar os trabalhos investigativos.
Assessores fantasmas, desvio de dinheiro público e favorecimento
A investigação apontou que um empresário teria contribuído financeiramente para a candidatura do vereador. Após a eleição, foi constatada a existência de assessores fantasmas que recebiam salários sem jamais exercerem suas funções.
Segundo a Polícia Civil, os valores referentes aos salários — e até mesmo benefícios como o vale-alimentação — dos assessores fantasmas eram repassados ao empresário investigado por meio de pessoas que intermediavam os pagamentos feitos pela Câmara Municipal de Uberaba.
A apuração indicou que cerca de R$ 388 mil foram desviados dos cofres públicos durante o período em que os falsos assessores receberam pelo cargo indevidamente.
A Operação Caça-Fantasmas também investiga um possível esquema de corrupção envolvendo um servidor do Executivo municipal, que estaria reduzindo ou anulando multas aplicadas ao setor da construção civil para beneficiar o mesmo empresário financiador da campanha de Almir Silva.
Crimes investigados e sequestro de bens
De acordo com a Polícia, os crimes ocorreram entre 2023 e 2024. Os investigados podem responder por tráfico de influência, associação criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de dinheiro.
A Justiça acatou o pedido da Polícia Civil para a expedição dos mandados de busca e apreensão, além de autorizar o sequestro de bens dos investigados no valor de até R$ 388 mil.
A Polícia Civil também solicitou o afastamento dos servidores de seus cargos públicos, mas o pedido foi negado pelo Poder Judiciário.
Vereador investigado faz parte da Mesa Diretora da Câmara
Almir Pereira da Silva foi eleito vereador pela quarta vez em 2024, com 1.963 votos, pelo partido Republicanos. Em 2012, foi vice-prefeito de Uberaba ao lado do então prefeito Paulo Piau. Atualmente, o parlamentar ocupa o cargo de 1º secretário da Câmara Municipal.
Fonte: G1.
