Há histórias que não apenas tocam, mas atravessam a alma. Se contadas, há até quem duvide, mas quando provadas, o caso ganha um rumo diferente. Histórias que nos lembram que, mesmo nas noites mais escuras, há sempre uma centelha de luz acesa no peito de quem se recusa a desistir da vida.
A jornada de Fábio Camilo e Adriana Lucena é uma dessas: uma travessia corajosa pelo deserto da dor, feita de mãos dadas, com o amor servindo de bússola e a esperança de não perder a vida como abrigo.
Fábio, jornalista aguerrido, é muito mais do que o rosto firme e posições implacáveis contra a corrupção na condução do programa Informa na Hora. É um exemplo de coragem silenciosa.
Quando o câncer no intestino quis escrever um ponto final em sua história de vida, ele respondeu com vírgula, ponta e virgula, interrogação, não aceitou de jeito nenhum a letalidade da doença — e seguiu em frente. Nunca abaixou a cabeça, jamais permitiu que a dor o definisse. Continuou defendendo a categoria dos jornalistas, mesmo doente, como um escudo erguido em meio à tempestade.
Adriana, sua esposa, enfrentou o câncer de mama como quem atravessa um furacão de pé: com serenidade no olhar e força no coração, chorou algumas vezes, mas foi pra cima. A cada sessão de quimioterapia, ela renascia. E mesmo fragilizada, foi alicerce firme para Fábio.
Uma mulher que se tornou ponte quando o chão faltava no lar do Camilo. Dizem que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Mas na casa de Fábio, caiu — e com força. Primeiro nele, depois em Adriana. Mas, ao invés de ruir, ele empunhou a espada da fé, esgrimiu com a doença e venceu. Não sozinho. Ao lado da mulher que também enfrentava sua própria batalha e, juntos, mostraram que até a tragédia recua diante da força de dois corações firmes e determinados.
Ambos, vindos de Brasília para Porto Velho, descobriram que o amor verdadeiro é aquele que não recua diante da dor. A doença tentou separá-los da vida, mas eles escolheram enfrentá-la como uma fortaleza de dois e ‘vamboraʼ.
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Um cuidando do outro. Um sustentando o outro. Um curando o outro. Como duas árvores firmes em solo árido, que se entrelaçam pelas raízes para resistirem juntas à tempestade. Agora, a vitória se anuncia com o brilho de um novo amanhecer.
No dia 28 de julho, Fábio fará a cirurgia que marcará o fim definitivo da luta contra o câncer. A retirada da bolsa de colostomia será como tirar o último espinho de um longo caminho espinhoso que vinha pisando.
Adriana já concluiu seu tratamento e está curada, fazendo a última sessão de radioterapia. E juntos, escrevem a mais linda frase que se pode dizer depois de um vendaval: nós vencemos. Neste momento, não há como não se emocionar.
Fábio e Adriana são mais do que sobreviventes. São símbolos vivos de que a vida sempre encontra um jeito de florescer — mesmo em solo machucado. Eles são a prova de que o amor cura, que a fé sustenta, e que a união entre duas almas, mesmo distantes de suas famílias, pode transformar dor em força, lágrima em esperança, e luta em vitória.
A eles, minha mais sincera e comovida solidariedade. Que o futuro seja leve, que a saúde seja plena e que a história deles continue inspirando todos os que ainda travam suas batalhas.
Fábio e Adriana, vocês não apenas venceram o câncer. Vocês ensinaram ao mundo como se vence — com coragem, amor e mãos entrelaçadas uma doença tão letal. Bola pra frente! AMÉM!
Texto: Arimar Souza de Sá – Foto: Facebook.