Há 30 anos, em 9 de agosto de 1995, a história de Rondônia foi tristemente marcada pelo Massacre de Corumbiara.
Na Fazenda Santa Elina, o confronto entre posseiros e a polícia militar resultou na morte de 11 pessoas: nove trabalhadores rurais, incluindo a criança Vanessa, e dois policiais militares.
Uma das primeiras vozes a se levantar contra essa violência foi a de Luiz Inácio Lula da Silva, o qual liderou uma comissão que visitou o local para prestar solidariedade às vítimas, indo pessoalmente onde ocorreu o funesto fato.
Anos depois, após 2003, em seu primeiro mandato como presidente da república, o grande líder desapropriou a Fazenda Santa Elina e a entregou a famílias de camponeses.
Na tarde de ontem (08), durante histórica agenda do Presidente Lula por Rondônia, ele foi homenageado como o "Campeão do Povo", um reconhecimento a quem nunca se cansa de defender os mais necessitados.
Na data de hoje é impossível deixar de pensar nas figuras que dedicaram suas vidas à causa dos trabalhadores rurais sem-terra, muitos já nos deixaram, como Chico Cezário (Colorado), Zé Martins (Cabixi), Odair Cordeiro e Eduardo Valverde (Porto Velho).
Mas a ausência mais sentida é a de Manoel Ribeiro, o Nelinho. Vereador do PT assassinado em dezembro de 1995, em Corumbiara, em mais um crime diretamente ligado à violência do massacre ocorrido em 09 de agosto.
Lembrar o Massacre de Corumbiara é um dever cívico. É a forma de garantir que a luta por justiça social não seja em vão.
É estar em constante vigilância para que uma tragédia como essa jamais se repita em nosso estado ou em qualquer canto desse mundão de Deus.
Texto: Daniel Pereira, é professor e advogado, foi filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT), eleito vereador pelo município de Cerejeiras (RO), deputado estadual de fevereiro de 1994 até 31 de janeiro de 2003, vice-governador de 1 de janeiro de 2015 até 6 de abril de 2018 e governador do estado de Rondônia de 7 de abril até 31 de dezembro de 2018. Crédito de imagem: Osias Labajos.