Após ordem de Trump para fim do genocídio, Israel mata ao menos 20 palestinos em Gaza

Gazeta Rondônia
04/10/2025 23h30 - Atualizado há 5 horas

Bombardeios israelenses já mataram ao menos 20 palestinos na Faixa de Gaza desde a madrugada deste sábado (4), mesmo após a a ordem do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para o fim dos ataques. O estadunidense pediu um cessar-fogo depois de o Hamas emitir comunicado na noite de sexta aceitando parcialmente os termos do plano proposto pelos EUA.

Dentre os mortos, ao menos 3 crianças palestinas. Além de bombardeios, as mortes ocorrem também por ataques de soldados de Israel no terreno. À Al Jazeera, um palestino relatou ter visto dois homens baleados e mortos à sua frente, já que as forças israelenses ainda atacando aqueles que tentam retornar ao norte.

O porta-voz do exército israelense também disse que o Norte é uma zona de combate e que os palestinos não estão autorizados a retornar. Neste sábado, Israel disse que continua suas operações na Cidade de Gaza e alertou aos deslocados para não retornarem, apesar do apelo de Trump.

O Hamas afirmou na sexta-feira que está disposto a libertar os prisioneiros israelenses de Gaza, e a negociar os últimos detalhes do plano. Trump disse acreditar que o movimento está pronto para ‘uma paz duradoura’ e fez um apelo a Israel para ‘cessar imediatamente o bombardeio de Gaza’ para que os prisioneiros sejam libertados com segurança e rapidez.

Mas as bombas continuaram atingindo Gaza e o porta-voz da Defesa Civil do território, Mahmud Basal, relatou que “foi uma noite muito violenta, durante a qual o exército israelense realizou dezenas de ataques aéreos e disparos de artilharia contra a Cidade de Gaza e outras áreas da Faixa, apesar do apelo do presidente” americano.

Apelos por paz vindos de Israel

A entidade que representa parentes dos prisioneiros israelenses pediu neste sábado ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que “inicie imediatamente negociações” para implementar o plano e declarou que é “essencial” pôr fim aos ataques imediatamente.

O plano de Trump, que Netanyahu disse apoiar, contempla um cessar-fogo, a libertação dos prisioneiros israelenses em 72 horas, o desarmamento do Hamas e a retirada gradual do exército israelense da Faixa de Gaza, após quase dois anos de conflito.

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Hamas declarou na sexta-feira que aprova a libertação de todos os reféns, tanto os sequestrados que ainda estão vivos quanto os que morreram em cativeiro desde o ataque de 7 de outubro de 2023. Mas pediu “negociações” sobre os detalhes e neste sábado afirmou que está disposto a iniciar imediatamente o diálogo “para finalizar todas as questões”.

Um alto comando do Hamas, que falou sob condição de anonimato, disse à AFP que o Egito realizará uma conferência para um diálogo entre as diferentes facções palestinas para decidir o futuro de Gaza quando a guerra terminar.

Entre os temas pendentes que o Hamas não mencionou estão as exigências de deixar as armas e sua retirada do território palestino após a guerra. O gabinete de Netanyahu afirmou que “à luz da resposta do Hamas, Israel está se preparando para a implementação imediata da primeira fase do plano de Trump para a libertação de todos os reféns”.

Esperança e bombas

Os gritos de alegria na Faixa de Gaza quando foi anunciada a resposta do Hamas duraram pouco e, durante a noite, Israel lançou dezenas de bombardeios, relatou a Defesa Civil.

Jamila al Sayid, moradora do bairro de Al Zeitun, na Cidade de Gaza, afirmou que “os bombardeios foram intensos durante a noite”. “Fiquei feliz quando Trump anunciou o cessar-fogo, mas os aviões de guerra não pararam”, contou por telefone a mulher, de 24 anos.

O alto comissário da ONU para os direitos humanos, Volker Turk, disse que esta é “uma oportunidade importante” para pôr fim “à matança e ao sofrimento em Gaza” e para que a ajuda humanitária chegue ao território, seja garantida a libertação dos israelenses e de muitos palestinos detidos.

Os principais mediadores, Catar e Egito, e várias potências ocidentais também receberam com satisfação as declarações do Hamas e esperam que contribuam para garantir o fim do genocídio israelense já matou pelo menos 66.288 palestinos de Gaza, de acordo com números do Ministério da Saúde do governo do Hamas, que a ONU considera confiáveis.

Fonte: Brasil de Fato.


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