Um executivo chega ao Starbucks na Avenida Paulista e pede um café. Ele trabalha numa empresa ali perto e, no meio da tarde, decidiu esfriar a cabeça. Engravatado e com o celular cheio de e-mails para responder, o café na famosa rede mundial de cafeteria o ajuda a esquecer, por um momento, a fadiga do trabalho.
O executivo pode não saber, mas o café que ele está tomando numa das principais avenidas comerciais do país foi pode ter sido produzido por um pequeno cafeicultor do interior do Brasil.
A cultura do café se mistura com a própria historia econômica brasileira e é responsável por importantes mudanças sociais, financeiras e politicas do país.
Segundo dados da Embrapa, havia cerca de 1,8 milhão de hectares de café cultivadas no Brasil em 2020. O Brasil é um dos principais “players” da cadeia produtiva do café no mundo. É o maior produtor, exportador e o segundo maior mercado consumidor.
O Brasil responde atualmente por 1/3 da produção mundial.
A cadeia produtiva do café gera e sustenta 8 milhões de empregos no país, sendo, portanto, importante gerador de divisas e suporte para uma engrenagem expressiva de negócios.
O estado de Minas Gerais é responsável por 50% da produção nacional, sendo que a variedade arábica é a prevalente, assim como aquele estado é reduto de nicho de cafés especiais, que alcançam preço diferenciado no mercado internacional.
Entre os cafés especiais, um que chama a atenção é o chamado Café Jacu, que tem um método de colheita e produção muito diverso do convencional. O nome se explica pela seguinte razão: a ave jacu come somente os frutos do café que estiverem completamente maduros e que não apresentarem qualquer defeito, sendo que depois defecam as sementes, que são limpas, higienizadas e torradas. O café Jacu esta entre os mais caros do mundo pelo seu sabor e cheiro diferenciado.
O estado de Rondônia se encontra em sexto lugar entre os maiores produtores de café do Brasil, e pode brevemente ocupar a quinta posição, haja vista que o Paraná, que se encontra logo acima, vem sofrendo com sucessivas geadas que reduzem o parque cafeeiro. Por outro lado, Rondônia se encontra em visível expansão, tendo a maior área plantada e produção de toda a região norte. O advento do café clonal, que produz mais cedo e apresenta altas produtividades, provocou um incremento de expressão nas áreas plantadas, sendo que é necessária a irrigação da área e um plantio mais adensado.
Em Rondônia, foram cultivados 71 mil hectares, sendo quase 65 mil em produção e 6 mil em formação, segundo dados de 2020 da Embrapa. O estado já teve uma área maior, mas a produtividade hoje é mais elevada, devido à tecnologia e manejo adotados pelos cafeicultores.
Recentemente, o preço do café teve alta expressiva no mercado internacional e estas condições favoráveis devem permanecer por alguns anos, fato decorrente das perdas de produção em vários locais por problemas climáticos.
A região, compreendida de Colorado do Oeste, Cerejeiras e Corumbiara, já foi relevante polo produtivo de café no Estado de Rondônia, sendo que a cultura era uma das preferidas pelos colonos oriundos de regiões produtoras como Paraná, São Paulo e Minas Gerais.
Em Rondônia, o café em sua totalidade é o conilon, havendo poucas áreas dedicadas ao arábica, por ser este mais sensível a alterações climáticas.
O município de Colorado do Oeste já figurou entre os maiores produtores de café do Estado, mas uma série de fatores provocou o desestímulo de muitos agricultores que rumaram para outras atividades, em períodos de crise no setor.
Ultimamente, com a chegada do café clonal e com as melhorias das condições de produção e mercado, o plantio de café na região esta sendo retomado na região de Cerejeiras, sendo que a Emater e as prefeituras estão desenvolvendo programas de incentivo, aquisição de mudas e orientação técnica para que a atividade seja fortalecida e volte a ocupar posição de destaque na região e até no Estado.
O município de Cerejeiras conta atualmente com 25 cafeicultores, cultivando 30 hectares de café no total. Mais cinco hectares estão com planta em fase de crescimento, segundo dados da Emater. Boa parte destas lavouras é irrigada, o que eleva o grau de profissionalismo e previsão desses produtores. Além disso, há uma expressiva procura por mudas de café junto ao poder público e à Emater do município.
O café produzido no Cone Sul de Rondônia atinge ótima produtividade, se manejado com tecnologia e cuidados necessários. Quando é produzido dentro desses critérios, a sua qualidade é elogiada.
Existe na região carência de secadores. Mas em Cerejeiras existe uma beneficiadora que atende cafeicultores do Cone Sul inteiro, incluindo de Vilhena, o que é muito bom para fixar o município como uma referência na cafeicultura.
O município de Cerejeiras conta atualmente com 25 cafeicultores, cultivando 30 hectares de café no total. Mais cinco hectares estão com planta em fase de crescimento. Boa parte destas lavouras é irrigada, o que eleva o grau de profissionalismo e previsão desses produtores. Além disso, há uma expressiva procura por mudas de café junto ao poder público e à Emater do município.