30/08/2021 às 22h12min - Atualizada em 30/08/2021 às 22h12min

Medo entre jurados faz Justiça mudar lugar de julgamento de 10 réus por assassinato

Gazeta Rondônia

Gazeta Rondônia Publicidade 790x90

 

A pedido do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), foi determinado pela Justiça o desaforamento do júri de 10 pessoas que são acusadas pela execução de uma jovem de 19 anos, ocorrida em junho de 2018, em Sonora (MS), cidade a 364 quilômetros de Campo Grande. Foi acatado nesta segunda-feira (30), pelos desembargadores que julgaram a solicitação, o argumento de que não há segurança para garantir o júri na cidade de 20 mil habitantes.

O assassinato - que já completou mais de três anos - teve as características de “tribunal do crime”, como são chamados os justiçamentos perpetrados por facções criminosas. A vítima, Lailla Cristiane de Arruda, foi decapitada, e o corpo enterrado em um canavial.

"Há medo entre testemunhas e jurados", anotou a promotoria ao solicitar a mudança de lugar para o julgamento dos presos pelo homicídio.

“A ordem pública na comarca de Sonora/MS e a concreta dúvida sobre a imparcialidade dos jurados decorrem da atmosfera de medo gerada (i) pela brutalidade do crime, (ii) pela quantidade de acusados e (iii) em razão do envolvimento de facção criminosa nacionalmente conhecida”, afirma parte da peça apresentada ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.

No julgamento desta tarde, a 1ª Seção Criminal, formada por quatro desembargadores, acatou a solicitação, por unanimidade. 

O pedido feito foi para que o júri venha para Campo Grande, mas não há detalhamento ainda sobre o que foi definido em sua totalidade pelos magistrados, em razão de o feito correr de forma sigilosa.

 

O caso

 

Na época da morte de Lailla, 7 adultos e três adolescentes foram apontados como participantes no “tribunal do crime”. Segundo o que foi divulgado, então, eles confessaram o crime e informaram que mataram a jovem porque ela pertencia a uma facção rival.

A bolsa da vítima foi achada no meio do canavial. O celular foi enterrado na residência de um dos presos. Os executadores chegaram a filmar o crime.

A operação que prendeu os responsáveis, feita pelas polícias Civil e Militar, encontrou o cativeiro em que a jovem foi submetida ao “tribunal do crime”, no quarto aos fundos de um lava-jato.

O julgamento dos réus chegou a ser marcado para maio deste ano, mas foi suspenso diante do pedido de desaforamento, agora autorizado pelos desembargadores. Fonte: G1

Gazeta Rondônia Publicidade 790x90


Notícias Relacionadas »
Comentários »