As condições climáticas impactaram o desenvolvimento do café robusta amazônico em Rondônia e causaram uma queda de 11,3% na produção. É o que revelou nesta terça-feira o 3º Levantamento da Safra 2021, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O problema climático na cafeicultura começou ainda na estiagem do ano passado (início do ciclo).
"Mesmo na estação seca, em junho, julho e agosto (ainda em 2020) — quando geralmente ocorrem precipitações que contribuem para as primeiras floradas — o que se observou foram precipitações praticamente nulas, umidade relativa do ar baixa e altas temperaturas, causando o abortamento das floradas em muitas lavouras", indica a Conab.
Ainda segundo o boletim da Companhia, outro problema nas lavouras foi a irrigação insuficiente para evitar a evapotranspiração da cultura (quando a água da superfície terrestre passa para a atmosfera no estado de vapor) .
Apesar do café robusta receber adubação parcelada nas irrigações, isso não foi suficientes para garantir o potencial genético dos clones implantados, provocando assim um 'abortamento' de parte das flores e chumbinhos e até mesmo má formação dos frutos, cujo rendimento final ficou comprometido.
De acordo com o 3° Levantamento da Safra Conab, a partir de setembro de 2020 houve uma melhora na formação vegetativa das lavouras, mas isso foi insuficiente para recuperar o potencial produtivo.
"Em outubro as chuvas foram mais frequentes, porém ainda em baixos níveis e muito restritas, impactando a formação dos frutos nas rosetas. Em novembro, as chuvas passaram a cair com mais intensidade, favorecendo, em parte, a recuperação da lavoura e a expansão dos frutos. De dezembro de 2020 a março de 2021, as chuvas normalizaram, e as condições foram plenamente favoráveis, ideal para as fases de expansão e granação dos frutos, porém os efeitos adversos do clima nos períodos anteriores comprometeram significativamente a recomposição vegetativa das lavouras, prejudicaram a eficiência produtiva da planta e comprometeu a produtividade", revela a Conab.
A Conab afirma que devido à redução das chuvas em abril deste ano e o início do período seco, a colheita do café robusta foi impulsionada em Rondônia e se estendeu até o final de julho, época em que ainda foram colhidos os clones mais tardios.
Por causa desses problemas climáticos, a safra 2021 de café robusta beneficiado em Rondônia foi de aproximadamente 2.167,7 mil sacas, em uma área de 63,6 mil hectares. Isso representa uma redução de 11,3% em comparação ao volume total colhido na temporada passada.
Mesmo com estimativa de redução na safra 2021, Rondônia segue entre os maiores produtores de café robusta amazônico.
"Espírito Santo, Rondônia e Bahia são os principais estados produtores do país", indica o Levantamento da Conab.
O Espírito Santo tem a maior área destinada ao café robusta, com 273,7 mil hectares. Já a área de plantio em Rondônia é de com 69,2 mil hectares, enquanto a Bahia tem 41,9 mil. Fonte: G1