Instituto usa comitê de análise de cor de pele, testes toxicológicos e IMC para determinar se aluno pode entrar na faculdade. Alunos aprovados no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos, São Paulo, estão recorrendo à Justiça para conseguirem iniciar os estudos. Uma reportagem do jornal O Globo mostra que a entidade exige testes toxicológicos, físicos e até a análise de uma banca para cotas raciais.
Eduardo Zindani é um dos estudantes que está na faculdade graças a uma liminar. O jovem tomou um calmante à base de canabidiol, substância extraída da maconha, antes da prova e logo foi reprovado. A situação foi parecida para outros 22 alunos que buscavam a entrada na instituição.
Thiago do Carmo Rodrigues Pinto, de 19 anos, passou no vestibular, que tem apenas 9% de taxa de aprovação, mas foi desclassificado pela comissão de heteroidentificação. O comitê analisa os alunos que pedem entrada no ITA pelo sistema de cotas raciais. No total, oito estudantes foram reprovados por essa banca, sem que qualquer critério tenha sido esclarecido.
“Me reconheço como pardo desde a infância. Venho de uma família negra, de ascendência negra, tenho nariz mais alargado, boca e cabelos característicos”, diz Thiago. Com sua nota, o jovem teria sido aprovado mesmo na ampla concorrência.
Outro ponto polêmico é o critério de massa corporal. Para entrar no ITA, o estudante não pode ter índice de massa corpórea (IMC) acima de 24,9 kg/m2, o que caracteriza obesidade; nem abaixo de 18,5 kg/m2, considerado magro demais.
Já Gabriel Oliveira Teófilo, de 19 anos foi desclassificado depois de um exame toxicológico a partir de um fio de cabelo detectar cocaína. Entretanto, o teste, segundo seu advogado, foi feito em 8 de janeiro, quando Gabriel nem mesmo estava na cidade. Fonte: Metrópoles.