27/09/2021 às 21h20min - Atualizada em 27/09/2021 às 21h20min

Açaí passa fazer parte do cardápio de crianças atendidas por Hospital Oncológico Infantil

O incremento nutricional dá aos pequenos pacientes a oportunidade de se sentirem um pouco em casa, despertando a memória afetiva

Gazeta Rondônia
Assessoria

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O pequeno Leonan satisfeito depois de saborear o seu açaí. Foto: Comunicação Pró-Saúde

O pequeno Leonan Pina, de 4 anos de idade, está há 1 mês em tratamento contra uma leucemia, no Hospital Oncológico Infantil Octávio, em Belém. Ele foi um dos primeiros pacientes a saborear o açaí, que passa a fazer parte do cardápio oferecido aos pequenos pacientes que recebem cuidados assistenciais oncológicos.

A novidade começa a ser uma rotina desenvolvida pelo Serviço de Nutrição e Dietética (SND) do hospital. É um incremento que integra a dieta alimentar das crianças, além de proporcionar ao paciente a possibilidade de vivenciar a experiência de se sentir um pouco em casa, pois a fruta é tão comum para a cultura gastronômica da Região Norte.

Ao receber o açaí, mesmo com uma certa timidez, o paciente Leonan Pina fez um gesto positivo, expressando com um largo sorriso a sua aprovação e satisfação após ter saboreado a fruta mais marcante da Região Amazônica. 

A avó de Leonan, Dilza Góes, elogiou a iniciativa do Oncológico Infantil. “Nota dez para o hospital. Achei muito bom. É um alimento que ele gosta muito e está acostumado a tomar em casa”, disse.

Para que a novidade se tornasse realidade, o hospital desenvolveu alguns estudos e visitas técnicas em vários estabelecimentos na Região Metropolitana de Belém que comercializam e beneficiam o fruto. As visitas contaram com o apoio do Setor de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH).

A coordenadora do SND do Oncológico Infantil, Renata Porto, explica como foi possível. “Depois de longo levantamento, conseguimos um produto de ótima qualidade, que passa por processo industrial rigoroso, em que uma das etapas é a pasteurização, cujo objetivo é eliminar possíveis microrganismos e, consequentemente, tornando o alimento mais seguro para o consumo”, pontuou.

Segundo Dayse Gurjão, nutricionista clínica do hospital, nem todos os pacientes podem consumir o açaí. “Existem alguns critérios para a liberação do consumo, que varia desde a consistência da dieta até as condições clínicas do paciente, por isso não são todos que estão liberados para a ingestão do alimento”, afirma.

 

“O açaí é uma boa fonte de energia, possui vitaminas e minerais que contribuem para a recuperação nutricional dos pacientes. É rico em antioxidantes que auxiliam diretamente no combate ao câncer, minimizando os efeitos colaterais do tratamento”, acrescenta a nutricionista da área de Produção do SND, Beatriz Damasceno, sobre a vantagem do uso da fruta no cardápio.

A diretora Assistencial do Oncológico Infantil, Lorena Portal, destaca o esforço da instituição para ofertar o melhor serviço aos pacientes. “Foi uma árdua busca por fornecedores que atendessem rigorosamente aos critérios exigidos pelo hospital, uma vez que atendemos crianças mais vulneráveis em função do tratamento. Portanto, a inserção do açaí no cardápio foi uma grande conquista, e todos os usuários e acompanhantes relatam a sua satisfação por essa novidade”, observou.

Os critérios levados em consideração para a aquisição do alimento foram além do que é exigido pela Vigilância Sanitária, visto que os pacientes em cuidados oncológicos ficam com a imunidade altamente fragilizada. O SND, pensando nisso, buscou fornecedores com rigorosos controles de qualidade que se adequassem a esse perfil de pacientes vulneráveis. 

Os critérios observados pelos profissionais envolvem a procedência do fruto, linha de produção sem cruzamentos de tarefas, higiene adequada em todo ciclo de preparo, tratamento térmico adequado, documentações atualizadas de comercialização do produto, além do selo de qualidade concedido pela Anvisa.

Em uma das pesquisas de satisfação realizadas pelo SND, o açaí foi o alimento mais solicitado pelas crianças. A fruta está na lista dos alimentos considerados como confort food, ou seja, o que desperta a memória afetiva, devolve, mesmo que por um momento, a sensação de estar em casa. Sendo inserido no seu hábito alimentar, resgata vivência, diminui o estresse causado pela internação e traz mais conforto para a criança e sua família.

Referência na oncologia pediátrica

Inaugurado em outubro de 2015, o Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo é uma instituição pública que pertence ao Governo do Estado do Pará, sendo gerenciado pela entidade filantrópica Pró-Saúde, sob contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). 

A unidade hospitalar é a primeira da Região Norte e é referência no tratamento e diagnóstico do câncer infantojuvenil na faixa etária de 0 a 19 anos, atendendo a pacientes de forma 100% gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

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