A Polícia Civil ainda tenta descobrir quem é o motociclista de Ariquemes (RO) que apalpa o corpo de mulheres ciclistas. Na cidade, os moradores já chamam o suspeito como o 'tarado da bike'.
Os primeiros casos de importunação sexual se tornaram públicos há cerca de dois meses, após uma das vítimas conseguir o vídeo do ataque.
Nas imagens da câmera de segurança, um grupo de mulheres pedalava pela avenida Hugo Frey quando um homem, conduzindo uma motocicleta, aproxima e pega nas nádegas de uma das ciclistas
Após essas denúncias, o caso seguiu para a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), que segue investigando para tentar identificar o suspeito dos ataques.
A empresária Karen Eduarda, de Ariquemes, também teve o corpo apalpado pelo suspeito enquanto andava de bike.
Após ser vítima de importunação sexual, decidiu parar de pedalar por um tempo porque ficou com medo.
Mesmo sentindo insegurança, Karen diz ter voltado recentemente a praticar esporte, porém sempre tem medo de novos ataques do suspeito.
"Esses dias atrás aconteceu de novo. Uma moça comentou que havia acontecido com ela. Ele não parou. Quando ele me apalpou, o que eu consegui ver é que ele não é muito alto, é moreno e tem uma Honda Biz antiga.Sinto que não tenho mais tranquilidade como tinha antes [para pedalar]. Agora sempre ando desconfiada, olhando para trás. Se aproxima uma moto, meu coração já acelera e eu penso que vai acontecer de novo. Sinto que tenho um trauma", relata.
Depois de retornar com a prática esportiva, Karen diz ter visto o suspeito no mesmo local em que ela foi importunada sexualmente.
"Teve um dia que ele parou na rotatória e parecia que esperava alguma mulher novamente no mesmo trajeto em que passou a mão em mim. Quando o vi, eu parei a bike e comecei a tremer, ainda sim, eu pensei em tentar ver a placa da moto, manobrei a bike, mas quando me aproximei, ele acelerou e foi embora. Não consegui pegar o número", conta.
A delegada Rosa Maria, responsável pelas investigações, disse ao g1 que ainda não foi possível identificar o suspeito. Ela pede ajuda da população para localizar o motociclista.
A delegada diz ter ficado sabendo dos novos ataques realizados pelo suspeito, no entanto, segundo ela, as vítimas não buscaram ajuda policial. A polícia reitera a importante das vítimas denunciarem o suspeito para a solução do caso.
"Peço para que essas vítimas entrem em contato conosco. Já a população, se souber de qualquer informação, entre em contato conosco. Pode até se manter o anonimato, se assim desejar", diz a delegada.
Denúncias podem ser feitas na Unidade Integrada de Segurança Pública (Unisp), na avenida Tancredo Neves.
Importunação sexual é qualquer ato libidinoso sem o consentimento da vítima. Ao g1, o defensor público, professor e comentarista na Rede Amazônica, Fábio Roberto, explica que desde 2018 o crime de importunação sexual é passivo de penalidade.
"Hoje a importunação sexual ainda é uma realidade da sociedade brasileira. A gente tem que coibir sim, denunciar às autoridades policiais. Isso para que os responsáveis por essa conduta estejam presos e que o código penal seja respeitado".
"Antes, a importunação sexual, era uma contraversão penal que não admitia nem prisão, mas a partir de 2018, com a inclusão desse tipo penal no código penal, essa prática de passar a mão em partes intimas sem autorização, se masturbar em uma ônibus, coletivo, isso hoje é uma prática que gera prisão sim", afirma o defensor.
A pessoa que comete crime de importunação sexual pode pegar de um a cinco anos de prisão, além de pagar indenização. Fonte: G1