Para o ser humano, a vestimenta serve, em primeiro lugar, para proteger o corpo.
Mas a roupa também tem outros propósitos.
Dentre os objetivos do vestuário está se expressar como pessoa dotada de uma personalidade única, definir seu traço cultural ou distinguir que tal indivíduo está a ligado à determinada organização.
A este último propósito serve os uniformes.
O uniforme distingue um indivíduo na multidão. Por exemplo, aquele rapaz ali está uniformizado com a empresa tal, então ele trabalha para a empresa tal. Ou essa garota está vestida com o uniforme daquela escola então ela é estudante daquela escola.
O uniforme tem várias funções. Na função gerencial, serve para padronizar a equipe. Sobre o ponto de vista social, o uniforme coloca todos os indivíduos no mesmo nível de vestimenta, como numa escola, em que alunos de variadas classes sociais usam a mesma roupa. Do ponto de vista do marketing, o uniforme serve para fazer uma propaganda da empresa e consolidar a marca do negócio.
Devido a esta importância, o uniforme também se tornou um mercado – e um mercado promissor.
Em Cerejeiras, por exemplo, embora seja um município que não chega a 20 mil habitantes, pelo menos três empresas fabricam esse tipo de vestimenta.
A pioneira no município, sem dúvida, é a Marka. Atualmente ela levou seu parque industrial para Goiânia, capital de Goiás, mas ainda atende clientes de Cerejeiras. A empresa foi fundada pelo empresário Nicodemos Deiró, um empreendedor conhecido por ter um perfil arrojado e otimista.
Outra empresa do mesmo setor no município é a Slinea.
A empresa foi fundada pelo empresário Aricleiton Lopes, que na época era proprietário de uma farmácia e um laboratório de análises clinicas em Cerejeiras.
Para fundar a empresa, Aricleiton chamou um amigo, o alfaiate Geovanie Cândido.
Desde criança, Geovanie sempre gostou de costurar. Começou fazendo pequenas peças de mesa, como guardanapos. Anos mais tarde, já adulto, ele se tornou um renomado alfaiate na região de Cerejeiras, costurando camisas, calças e ternos para clientes diferenciados, como juízes, promotores, empresários e pastores evangélicos. Reza a lenda que um terno feito por ele tem 32 cortes, o que proporciona um caimento perfeito no corpo do cliente.
A capacidade técnica do alfaiate e o perfil empreendedor do empresário formaram um casamento perfeito para a composição da empresa. Assim, em dezembro de 2013, a Slinea começou suas atividades no município.
Hoje, a empresa gera 12 postos de trabalho, gerando emprego e renda em Cerejeiras. Atende uma carteira de clientes tanto no município como em outras regiões.
A empresa fabrica uniformes empresariais e escolares, além de confeccionar camisetas promocionais.
Com modernos maquinários e profissionais capacitados, incluído o alfaiate profissional, a Slinea tem prosperado e ganhado novos mercados.
A Estampa é também uma empresa de uniformes.
Fabrica para empresas e escolas, mas tem uma forte atuação no agronegócio. As fazendas da região, especialmente de Corumbiara, encomendam uniformes, que são feitos sob medida para os funcionários dessas grandes propriedades rurais.
A empresa foi fundada pelo casal Júnior César Secundo Lima e Lúcia Corsi de Moura, em abril de 2009, nos fundos de uma casa alugada em Cerejeiras.
Antes de abrir a empresa, ele trabalhava numa malharia e ela numa empresa de aviamentos, quando o casal ainda morava em Pimenta Bueno.
Já em Cerejeiras, no início da empresa, Júnior começou fazendo pinturas em camisetas, num processo conhecido como serigrafia.
Depois, a sogra dele começou a costurar para o pequeno negócio do casal e então a empresa deu início à confecção de uniformes.
Pelo menos no dia da entrevista, a empresa não tinha nenhum funcionário. Antes da pandemia, o negócio chegou a ter costureiras contratadas, mas depois a própria Lúcia se dedicou a produzir as peças. “Eu tenho uma produtividade alta. Eu produzo mais de mil peças por mês. Mas está quase chegando a hora de contratar pelo menos mais uma pessoa. Às vezes terceirizamos alguns serviços”, conta a empreendedora.
A Estampa agora atua também em outro setor, o de aviamentos. A empresa vende linhas, agulhas e botões. Segundo o casal, a aposta deu certo. “Está vendendo bem”, explica Júnior César.
Os empreendedores das duas empresas do setor de uniformes que estão de fato em Cerejeiras, ou seja, que tem o parque industrial na cidade, explicam porque acreditam a apostam no município.
Para Geovanie Cândido, da Slinea, ele sente gratidão a Cerejeiras por tudo que construiu na cidade. “Comecei minha carreira profissional aqui, adquirindo conhecimento ao longo de 25 anos de trabalho. Com o passar do tempo, meu próprio público-alvo, os que podemos chamar de clientes, me fez saber que aqui era o lugar ideal para que eu pudesse crescer.
Sabendo também que Cerejeiras tem pessoas que necessitam de uma boa vestimenta para divulgar seus negócios, decidi investir meu trabalho no setor de uniformes”.
O casal Júnior e Lúcia, da Estampa, também vão no mesmo caminho. “A região de Cerejeiras tem muitas empresas, propriedades rurais e escolas. E estamos aqui para atender à necessidade de uniformes dessas pessoas. Estamos crescendo junto com a região”.
Esses empreendedores do setor de uniformes mostram que a região é próspera, está em franco desenvolvimento e produzindo riqueza. E está progredindo com gente uniformizada.