Um barco-hotel que navegava pelo Rio Paraguai, na altura da cidade de Corumbá (MS), no Pantanal, naufragou ontem (15), durante um vendaval deixando mortos e desaparecidos.
Segundo o Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso do Sul (CBMMS), sete pessoas ficaram submersas após o naufrágio. O Corpo de Bombeiros encontrou seis corpos de pessoas que estavam na embarcação.
A sétima vítima ainda está sendo procurada pelas equipes do Corpo de Bombeiros que foram deslocadas ao local onde ocorreu a tragédia. De acordo com a corporação, havia 21 pessoas a bordo do barco-hotel.
Conforme a corporação, as águas turvas do rio, a forte correnteza e as características peculiares do barco-hotel, com labirintos e locais de difícil acesso são elementos que tornam mais complexas as buscas.
"Deu uma chacoalhada no barco. Dois segundos depois virou igual filme, aquela coisa de balançar", resume o médico-urologista Geovanne Furtado Souza, um dos sobreviventes ao naufrágio de um barco-hotel, ocorrido durante um vendaval na tarde dessa sexta-feira (15), no rio Paraguai, Pantanal de Mato Grosso do Sul. Sete, das 21 pessoas a bordo, morreram.
Geovanne, o pai dele, Geraldo Alves de Souza, de 78 anos; o tio Olímpio Alves de Souza, de 71; o sobrinho e afilhado, Thiago Souza Gomes, de 18 anos, e o cunhado Fernando Gomes de Oliveira, de 49 anos, pescavam no Pantanal com mais seis pessoas desde o dia 9.
Na sexta-feira, quando estavam a cerca de 10 quilômetros do porto de Corumbá, em momento de comemoração, o barco virou. Geovanne perdeu o pai, o tiro, o sobrinho e o cunhado.
"Estávamos voltando de uma pescaria familiar [...] Chegando em Corumbá, uma hora para voltar, armamos um churrasquinho. Calor enorme e churrasqueira. Foi fim de pescaria, aniversário do meu pai no dia anterior, meu sobrinho e afilhado e neto dele [de Geraldo], tinha pescado pela primeira vez um dos maiores peixes. Estávamos brincando, tirando foto. Uma festa, uma alegria intensa", fala o médico sobre os momentos que antecederam o acidente.
Quando finalizavam a confraternização e se preparavam para arrumar as malas, o barco virou. "Meu pai foi descansar. Na sala de televisão vi a chuva longe. De repente, umas goteiras no barco [...] Estava eu, ele [um primo] e o garçom. Deu uma chacoalhada no barco. Caiu um pirex de arroz que comemos. Dois segundos depois o barco virou igual filme. Aquela coisa de balançar", descreve.
As seis vítimas (maioria na foto acima) são:
Geraldo e Olímpio eram irmãos. Thiago também era da família. Um era pai, outro tio e o jovem, sobrinho de Geovanne Furtado Souza, médico-urologista em São José do Rio Preto (SP), que sobreviveu ileso ao acidente.
As equipes do Corpo de Bombeiros continuarão as buscas pelos próximos dias.