Em Rondônia, entre agosto de 2019 e julho do ano passado, 69.794 hectares de floresta tiveram exploração de madeira. Desse total, 5.814 hectares foram explorados ilegalmente em Terras Indígenas e Unidades de Conservação de Proteção Integral — o que corresponde a aproximadamente 5 mil campos de futebol.
Os dados são de uma pesquisa realizada pela Rede Simex, que reúne quatro organizações ambientais: o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), o Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) e Instituto Centro de Vida (ICV).
O estudo, baseado em imagens de satélite, também identificou que Porto Velho concentrou 42% da exploração madeireira no estado, ou seja, 29.646. Outras cidades prejudicadas são Machadinho D’Oeste e Candeias do Jamari (veja comparação no gráfico abaixo).
Olhando especificamente para Terras Indígenas, onde a extração não é autorizada, o estudo aponta que a Tubarão Latunde, em Chupinguaia, concentrou 68% das explorações. Na região foram explorados mais de 2 mil campos de futebol. Atualmente vivem na área 195 pessoas, de três povos.
A outra TI com extração de madeira identificada na pesquisa foi a Rio Omerê, onde 1.065 hectares foram explorados, o que corresponde a 32% do mapeado em áreas indígenas.
A pesquisa também detectou que 78% das explorações nas unidades de conservação de uso sustentável, aconteceram na Reserva Extrativista Rio Preto-Jacundá e na Floresta Nacional de Jacundá.
Segundo especialistas do Imazon, a exploração de madeira pode provocar a degradação florestal – um dano ambiental diferente do desmatamento.
De um lado, a degradação é o processo em que a floresta é continuamente empobrecida, como em situações de retirada de madeira sem planos de manejo. Já o desmatamento ocorre com o chamado 'corte raso', que é a remoção completa da vegetação, que pode ser feita para transformar a área em pastagem, garimpo ou lavoura, por exemplo. Fonte: G1