Um servidor da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam) foi baleado durante um confronto da Polícia Militar (PM) com invasores, no Parque Estadual Guajará-Mirim, em Rondônia. O caso aconteceu durante o fim de semana e foi confirmado nesta segunda-feira (06) pela Sedam.
Em resposta, a secretaria informou que o homem é um motorista. Ele e outros servidores participavam de uma fiscalização de rotina no parque, juntamente com uma equipe da PM, no momento em que foram emboscados por um grupo de pessoas.
O confronto durou aproximadamente 15 minutos e o servidor foi baleado no antebraço. Ele foi atendido no local com os primeiros socorros e depois encaminhado até um hospital, onde foi atendido e medicado. A Sedam informou que ele passa bem e já recebeu alta médica.
Em entrevista à Rede Amazônica, o secretário de estado da segurança, defesa e cidadania, José Hélio Pachá, informou que o policiamento na região foi reforçado após o episódio.
"A Polícia Civil já iniciou as investigações e estamos disponibilizando também uma de nossas aeronaves para reforçar esse patrulhamento", afirmou.
Em junho deste ano, foi deflagrada uma operação na área conhecida como "Bico do Parque", para combater a ocupação, comércio e a exploração ilegal de recursos naturais no Parque Estadual Guajará-Mirim.
O Bico do Parque é uma Zona de Amortecimento que serve para "filtrar os impactos" que ocorrem fora da unidade de conservação, como poluição e avanço da ocupação humana. Investigações iniciadas um ano antes da operação apontaram que os danos ambientais causados na unidade ultrapassavam R$ 80 milhões.
Algumas semanas após a ação, no dia 28 de junho, cerca de 60 famílias foram retiradas da mesma área.
O parque estadual está localizado entre os municípios de Guajará-Mirim e Nova Mamoré. Recentemente, após a aprovação da lei complementar n° 1.089, os limites do parque estadual e da reserva Jaci-Paraná sofreram uma redução de aproximadamente 220 mil hectares.
A lei foi proposta pelo governador de Rondônia, Marcos Rocha (PSL), aprovada na Assembleia Legislativa do estado e sancionada em maio. Mas há duas semanas, a Justiça de Rondônia declarou a lei inconstitucional.
De acordo com o voto do relator, desembargador Jorge Ribeiro da Luz, os órgãos ambientais apontaram que não houve estudo prévio para mensurar os impactos ambientais da desafetação e mapear a população residente nas áreas.
Dados divulgados pela ONG WWF Brasil à Rede Amazônica, apontam que o desmatamento nas duas áreas aumentaram consideravelmente após a aprovação da lei, sobretudo no Parque Estadual Guajará-Mirim.
Conforme os dados da WWF, o Parque Estadual Guajará-Mirim não teve sequer um km² desmatado entre janeiro e abril deste ano. Após a aprovação da lei, o desmatamento na área já chega a 40 km². Fonte: G1