A Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) de Porto Velho está apurando a conduta do diretor administrativo de uma unidade de pronto atendimento que incluiu o próprio nome na lista para receber a vacina contra a Covid-19.
De acordo com a Semusa, neste momento, as vacinas são destinadas apenas aos profissionais que estão em contato direto com os pacientes infectados pelo coronavírus, o que não inclui servidores administrativos.
Um documento foi enviado pela pasta aos diretores de cada unidade solicitando a lista com os nomes dos profissionais que se encaixam nos critérios estabelecidos. O diretor alvo da apuração se incluiu no grupo e recebeu a primeira dose do imunizante.
De acordo com a chefe da Divisão de Imunização da Semusa, Elizeth Gomes, uma orientação foi solicitada ao Ministério da Saúde sobre a aplicação da segunda dose no servidor. O Ministério Público Estadual também foi informado da conduta.
Conforme a secretaria, o município recebeu mais de 18 mil doses da Coronavac na primeira remessa enviada pelo Ministério da Saúde. Como cada pessoa precisa receber duas doses, apenas 9 mil profissionais de saúde serão atendidos na primeira etapa. Ao todo, são 20 mil trabalhadores em saúde na capital.
"A gente confia que as instituições estejam priorizando quem realmente está na linha de frente porque a gente está atendendo o que chega pra gente na secretaria, mas não estamos aceitando nenhuma listagem discrepante. Onde tenha muita gente, a gente devolve e pede pra enxugar porque o número de doses que a gente recebeu vai dar pra atender apenas 50% do quantitativo de profissionais cadastrados", declarou a chefe da Divisão de Imunização.
A Semusa informou ainda que a equipe de tecnologia da informação da prefeitura está cruzando os dados para saber se algum profissional colocou o nome/CPF em duas listas por trabalhar em mais de uma unidade.
Cerca de 600 doses entregues à capital são destinadas a indígenas aldeados e idosos que vivem em casas de repouso. Até esta quinta-feira (21), mais de mil doses já haviam sido aplicadas.
Após a divulgação do caso do servidor que tomou a vacina sem pertencer ao grupo prioritário, a prefeitura divulgou uma nota informando que quem tentar furar a fila da vacina sofrerá sanções administrativas.
Veja a nota: Sobre o servidor que recebeu a vacina contra a Covid-19 sem estar no grupo prioritário, a Semusa esclarece que: 1. Apesar do profissional da saúde trabalhar dentro de uma unidade que acolhe pacientes com Covid-19, ele não atende diretamente pacientes com a doença e por isso não está no grupo prioritário que está sendo vacinado neste primeiro momento; 2. A Semusa ressalta que todos os profissionais que infringirem a regra estabelecida, recomendada pelo Ministério da Saúde e seguida na maioria dos municípios, sofrerão sanções administrativas; 3. A Semusa destaca que solicitou aos estabelecimentos de saúde (públicos e privados) uma relação dos profissionais de saúde que atuam na linha de frente para a vacinação ocorrer de forma nominal. 4. Essas listas estão sendo entregues ao Ministério Público para que faça o acompanhamento do processo de vacinação; 5. É importante ressaltar que ao ser vacinado, o CPF da pessoa vai para uma plataforma única do MS atrelado ao número do lote da vacina recebida. O MS acompanha em tempo real a vacinação e faz o cruzamento de dados para identificar os profissionais que estão sendo vacinados; 6. A Semusa reforça que o município não recebeu doses de vacina suficientes para imunizar os quase 20 mil profissionais de saúde da Capital, por este motivo os de linha de frente estão sendo priorizados. Quando um novo lote de vacinar chegar, todos os profissionais de saúde serão contemplados. 7. Por fim, a Semusa reitera que tem seguido todas as orientações do Ministério da Saúde quanto ao processo de vacinação com transparência, celeridade e segurança. (G1).