01/02/2022 às 17h34min - Atualizada em 01/02/2022 às 17h34min

Saiba mais sobre o retinoblastoma, tipo de câncer que acomete principalmente crianças

"A sociedade precisa ter conhecimento sobre essa doença, para que todos saibam identificar e fazer a intervenção imediata”, alerta especialista do Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo

Gazeta Rondônia
Assessoria

Atenção às crianças é essencial para o diagnóstico precoce. Foto: Comunicação Pró-Saúde.

Segundo dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE), o retinoblastoma é um câncer comum na infância, que surge na retina (uma fina camada de tecido nervoso que reveste a parte posterior do olho). Ele é o responsável por até 15% de todos os cânceres no primeiro ano de vida, acometendo aproximadamente uma a cada 15 mil crianças. 

A médica especializada em oncologia pediátrica, Fabíola Puty, que integra a equipe de profissionais do Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, em Belém (PA), explica sobre esse tipo de câncer.  


“É um tumor maligno que nasce na retina por meio de células primitivas. Em 95% dos casos, surge antes dos cinco anos de idade. Mas, considerando como tumor ocular, trata-se do mais comum na infância”, destaca Fabíola. 

A oncopediatra chama a atenção para algo imprescindível: o diagnóstico precoce. “Sempre enfatizamos ser fundamental falar sobre o câncer, seus sinais e sintomas. Toda a sociedade precisa ter conhecimento sobre esse problema, para que reconheçam e saibam que se trata de uma doença grave, que precisa de imediata intervenção médica”, afirma a especialista. 

O Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo é a principal referência na região Norte do país para atendimento em oncologia pediátrica, para crianças e adolescentes de municípios do Pará e Amapá. Somente em 2021, realizou mais de 341 mil atendimentos entre serviços ambulatoriais, consultas, exames, cirurgias, quimioterapias, dentre outros.

O retinoblastoma é uma doença que tem cura. Com o tratamento adequado e feito precocemente, chega-se a uma taxa de sobrevida de até 95%. “Um caso diagnosticado precocemente tem o dobro de chances de cura de um em estágio avançado”, observa a oncopediatra.

“O diagnóstico precoce permite que a criança receba menos quimioterapia, menos procedimentos invasivos de medicamentos, dentre outras ações. O tratamento fica muito simples e curativo quando tratamos uma doença menor, com menos volume”, ressalta a médica. 

Cuidados

O primeiro cuidado que os pais e responsáveis devem ter é fazer o teste do olhinho quando a criança nasce, pois, alguns casos podem ser congênitos. O teste do olhinho, também conhecido como teste do reflexo vermelho, é fundamental para detectar se há sinais esbranquiçados no olho da criança.

Já ao longo do primeiro ano de vida, todos que convivem com a criança devem observar com atenção os sinais clínicos que podem ajudar a detectar casos de retinoblastoma como, por exemplo, baixa visão, estrabismo, sensibilidade à luz e olho que muda de forma. 

Outro sinal de alerta comum é por meio de fotografias com flash, onde a criança apresenta um reflexo branco nos olhos. “O nome técnico do sinal branco causado pela projeção do tumor dentro do olho é chamado de leucocoria, reflexo branco na pupila, quando o normal deve ser vermelho, ou popularmente conhecido como "olho de gato", explica. 

“Com a suspeita de retinoblastoma, o paciente deve ser encaminhado ao serviço de oncologia para ser feito o diagnóstico e tratamento especializado com equipe multidisciplinar, sendo necessário sessões de quimioterapia e acompanhamento com o oftalmologista para as terapias locais”, complementa a médica.

Texto e Foto: Comunicação Pró-Saúde.


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