O pai da menina que a levou para se vacinar contra a Covid-19 escondido da mãe da criança em Campo Grande, garantiu no sábado (19) a 2ª dose da filha. Após a aplicação da primeira dose, o pai chegou a ser ameaçado de nunca mais ver a filha, por isso preferiu ficar no anonimato.
Desta vez, o empresário, Carlos Nóbrega Júnior, de 48 anos, enfrentou o receio de ter problemas com a ex-esposa e decidiu se identificar com exclusividade
Segundo Carlos, o intuito é contribuir ainda mais com a conscientização sobre a importância da vacina infantil. “A campanha criminosa de desinformação continua, se eu puder colaborar para que os pais, nem que sejam da escola dela, tomem a iniciativa de vaciná-las, já fico mais satisfeito”, explica Carlos.
Depois de exatos 28 dias da aplicação da primeira dose, Carlos levou novamente a filha em uma unidade de saúde da capital para finalizar o ciclo vacinal da menina de 9 anos. Carlos compartilha a guarda a ex-esposa e fica com a filha nos finais de semana. Assim como da primeira vez, utilizou essa oportunidade para vacinar a criança.
Da mesma forma que aconteceu na primeira dose, a menina demonstrou muito medo na hora de completar o ciclo vacinal. De acordo com Carlos, a menina chegou a chorar, se esconder pela casa e pedir para que o pai não a levasse.
“Achei que seria mais tranquilo, mas me surpreendi com a negativa. Aí pude sentir quanto mal faz para a criança ouvir dos adultos absurdos e fake news acerca da vacinação”, relata.
Segundo Carlos, foi preciso firmeza e persuasão para convencê-la a ir até a unidade de saúde. “Falei que o papai só queria o bem dela e ela não tinha escolha, se preciso fosse iria na escola durante a aula para vaciná-la. Foi o momento mais difícil, mas tive que ser firme”, conta.
A ex-esposa, segundo o homem, é contrária à vacinação. Mesmo após a grande repercussão que teve o caso, ele não conversou diretamente com a mãe da criança sobre a vacinação da filha.
“Não conversei mais com a mãe depois da primeira dose. Não sei [se ela sabe da repercussão], ela não é muito de se informar nos meios tradicionais de comunicação, só se alguém contar”, comenta.
Se a mãe da criança está a par da segunda dose, Carlos diz não saber, mas torce para que mesmo sem querer ela contribua com a conscientização de outros pais. “Espero que de agora em diante a própria mãe seja uma divulgadora da vacina indiretamente ao comentar com outras mães da escola que nossa filha está bem e saudável após a vacinação”, afirma.
Apesar do nervosismo que toda a situação provocou, Carlos relata que está mais tranquilo e com a sensação de dever cumprido. “Foi meu presente de aniversário antecipado, faço aniversário dia 27. Faria tudo novamente, mas não desejo o estresse que minha filha passou durante esse período”, afirma. Fonte: G1