O número de pessoas que receberam ao menos uma dose de vacina contra a covid-19 superou a quantidade de contágios pelo coronavírus no mundo. No total, 105 milhões de doses foram aplicadas, de acordo com o
monitor do
Financial Times. O número de casos confirmados da doença, segundo o
Our World in Data, é de 103,8 milhões.
Isso não significa que há mais pessoas imunizadas do que pessoas que já foram infectadas pelo coronavírus, uma vez que há grande subnotificação e falta de testes na maioria dos países.
A vacinação está avançando ao mesmo tempo em que o ritmo de contágios dá sinais de diminuição –embora o número de diagnósticos, ou seja, os casos confirmados, seja menor do que o número real de infecções.
Especialistas em saúde afirmam que medidas de distanciamento social podem ter contribuído para a diminuição do contágio neste momento.
Paul Hunter, professor de medicina da Universidade de East Anglia, no Reino Unido, disse ao
Financial Times que a taxa de infecção atingiu o pico global em janeiro, e agora voltou aos níveis de outubro.
Israel é o único país onde já foi observada redução na transmissão do coronavírus por causa da vacinação. A campanha lá é mais ampla e rápida que em qualquer outro lugar do mundo, segundo Hunter.
No entanto, as vacinas em breve farão uma grande diferença na taxa de infecção, pelo menos em países ricos –como os membros da União Europeia, que têm acesso a mais doses.
Dados divulgados pela Universidade de Oxford na 2ª feira (1) sugerem que a vacina desenvolvida pela instituição em parceria com a AstraZeneca
reduz a transmissão em 67%. Especialistas esperam efeitos semelhantes em outros imunizantes que estão no mercado, como os fabricados pela Pfizer/BioNTech e Moderna. Ainda não existem, no entanto, dados concretos.
Não se sabe quanto tempo levará para imunizar o mundo inteiro. De acordo com o Centro Global de Inovação em Saúde da Universidade Duke, nos Estados Unidos, as compras confirmadas de vacinas contra a covid-19 totalizam 7,2 bilhões de doses. Desse total, 5,3 bilhões foram adquiridos por países de rendas alta e média. A maioria dessas vacinas requer aplicação em duas doses.
Sean Marett, diretor de negócios da BioNTech, afirmou que as novas variantes do coronavírus podem ser uma ameaça.
“Uma nova variante do vírus será detectada com mais frequência à medida em que o número de casos aumenta. Algumas são altamente infecciosas e são menos suscetíveis à vacinação feitas com formas mais antigas do vírus ou neutralização pelo sistema imunológico de indivíduos infectados”, falou.
Os fabricantes de vacinas afirmaram que os produtos existentes são eficazes em combater todas as mutações detectadas até agora. Algumas cepas, no entanto, fazem com que essa eficácia diminua. Entre elas, a sul-africana.
Eles também afirmam que a vacina pode ser rapidamente ajustada para enfrentar as novas mutações.
BRASIL O Brasil tem duas vacinas aprovadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância de Saúde), em caráter emergencial: a CoronaVac, do laboratório chinês Sinovac, e a da AstraZeneca/Oxford. Ambas precisam ser aplicadas em duas doses.
Até essa 4ª feira (3),
o país vacinou 2.677.370 pessoas. As informações são do
CoronavirusBot, que compila dados do Ministério da Saúde e das secretarias estaduais de Saúde.
Foram aplicadas 12.644 doses a cada milhão de habitantes. O número de vacinados contra o coronavírus representa 1,3% da população brasileira. Fonte: Poder 360.