13/04/2022 às 11h18min - Atualizada em 13/04/2022 às 11h18min

​A democracia é boa, mas ela, sozinha, não enche a barriga, afirma Confúcio Moura

O parlamentar destacou ainda que não há segredo para a mudança que não seja a determinação de ousar

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Assessoria

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Ao utilizar a tribuna do Senado durante a sessão deliberativa semipresencial dessa terça-feira (12), o senador Confúcio Moura (MDB-RO) afirmou que a democracia é boa, mas sozinha, não enche a barriga. Segundo o parlamentar, para a democracia ser boa de fato deve criar as condições para encher a barriga do povo, em primeiro lugar, e somente dessa forma ela será excelente. Se não o fizer, não é defensável.

O parlamentar disse que, antes da sua fala, esteve revisitando os seus escritos e encontrou um artigo que escrevera em 14 de agosto de 2006. No artigo, ele narrava um episódio em que os bispos em Medelín, Colômbia, em 1968, acreditavam que a evangelização poderia iniciar pelo estômago.

 

“Como um faminto pode rezar e ainda agradecer pela sua fome? Primeiro, o homem é alimentado e, depois, a doutrina, porque a fé do faminto é o prato de comida, que termina sendo o seu Deus imediato”, ressaltou.


Confúcio Moura disse que basta abrir os braços para a infância e para a juventude, e que só a juventude pode salvar.
 

“Só a juventude poderá quebrar esses jarros cheios de usos e costumes, de vícios e equívocos históricos. Só ela, a juventude, e a infância bem-educada poderão ver as coisas diferentes e até mesmo se insurgir contra este bendito sistema vigente, tramado e mantido por nós mesmos”, afirmou.


O senador foi além, ao falar que, quem não enxerga o outro lado permanece quieto, indiferente, aceitando tudo como está, certo ou errado. Para ele, não há segredo para a mudança que não seja a determinação de ousar e que basta escolas de boa qualidade com aulas atrativas para os jovens, como o encanto das próprias ruas.
 

“Há clara e evidente separação entre o mundo fora da escola e o que ocorre lá dentro. Entre os dois, parece que os jovens preferem o de fora. Atividades sem conexões com a vida real não leva a lugar algum”, desabafou.


Confúcio Moura disse que a rua é muito atrativa e seduz o jovem, e que a escola e a aula devem ser tão gostosas como a rua, como as brincadeiras de infância, nas calçadas, nos terreiros e nos quintais.
 

“Fora disso, serão mais e mais gerações perdidas. Dinheiro jogado fora, no balde de lixo. Mais alguns milhões de jovens perdidos nas cidades e uma indústria sem fim de injustiças, delinquências e todas as matizes de violência?”, questionou.


O senador afirmou que tem o presente e o futuro para cuidar e que nada é mais importante do que acreditar no futuro, porque o futuro existe, a educação existe, como existe Deus. “Eu fico olhando as palavras, os discursos, de Cristovam Buarque. Eu fico reparando o que fez Darcy Ribeiro, como senador, como Secretário, como vice-governador do Rio de Janeiro. O tanto que essas pessoas lutaram, fora outras tantas maravilhosas personalidades brasileiras que lutaram pela educação. E hoje, passados 16 anos, do meu simples e singelo escrito, parece que tudo continua pior. Infelizmente. Parece que nada melhorou”, lamentou.

Ao finalizar, o senador questionou se vale a pena tantos discursos, lamúrias e falas de que a educação é prioridade, se, na realidade, não se praticar a educação com as próprias mãos.
 

“Assim eu encerro o meu pronunciamento, falando da importância da educação, tão falada e decantada, e tão desleixada, como está e como sempre esteve. Melhorá-la é a minha obsessão!”, pontuou.


Assessoria.

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