O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que a prisão preventiva do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, na manhã desta quarta-feira (22), é um sinal de que não interfere na Polícia Federal (PF).
“O caso do Milton, pelo que eu estou sabendo, é aquela questão que ele estaria com uma conversa meio informal demais com pessoas de confiança dele. E daí houve denúncia que ele teria buscado prefeito, gente dele para negociar, para liberar recurso, isso e aquilo. O que acontece: nós o afastamos. Se tem prisão, é Polícia Federal. É sinal de que a Polícia Federal está agindo”, considerou o presidente em entrevista à rádio Itatiaia.
E destacou que não interfere no trabalho da Polícia Federal. “Ele (Milton Ribeiro) que responda pelos atos dele. É sinal que não interfiro na PF”, disse Bolsonaro.
“Isso vai respingar em mim, obviamente. Tenho 23 ministros, mais de 20 mil cargos de comissão. Minha responsabilidade é afastar e auxiliar na investigação. Essa operação tem PF, deve ter CGU ajudando a elucidar o caso.”
Os comentários do presidente diferem do que ele falou no dia 24 de março, durante uma de suas lives.
Na ocasião, em transmissão ao vivo nas redes sociais, Bolsonaro disse que as acusações sobre o MEC ter favorecido indicações de pastores em agendas e direcionamento de recursos são uma “covardia”.
“O Milton, coisa rara de eu falar aqui, eu boto a minha cara no fogo pelo Milton. Minha cara toda no fogo pelo Milton. Estão fazendo uma covardia com ele”, afirmou o presidente.
Entenda
A Polícia Federal prendeu preventivamente o ex-ministro em operação que investiga esquema de corrupção envolvendo pastores evangélicos durante a gestão dele à frente do MEC.
Ribeiro foi preso no início da manhã em sua casa na cidade de Santos, no litoral paulista. A expectativa é que ele seja transferido para Brasília ainda nesta quarta.
A prisão foi determinada pelo juiz federal Renato Borelli. No mandado de prisão, o magistrado elenca ao menos quatro crimes que teriam sido cometidos por Ribeiro: corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência.
A PF também cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços dos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos. Eles são ligados ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e apontados como lobistas que atuavam no MEC, quando a pasta era comandada por Ribeiro.
Os pastores negociavam com prefeitos a liberação de recursos federais – mesmo sem ter cargo no governo. Fonte: Metrópoles.