06/07/2022 às 11h56min - Atualizada em 06/07/2022 às 11h56min

​Universidade abre cotas para travestis e transexuais em cursos de pós-graduação

As vagas são para programas de especialização, mestrado e doutorado

Gazeta Rondônia

A UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) destina 5% das vagas para candidatos transexuais e travestis nos programas de pós-graduação da instituição, incluindo especializações, mestrado e doutorado. As ofertas estarão disponíveis nos campus de Aquidauana, Dourados, Cassilândia, Paranaíba, Campo Grande e Ponta Porã.
 
De acordo com a universidade, no ato da matrícula os candidatos aprovados deverão apresentar, a título de comprovação do direito ao ingresso por essa ação afirmativa, um documento de autodeclaração, conforme Deliberação nº 306, da Câmara de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação do Cepe (Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão).
 
São destinadas 10 vagas para ações afirmativas entre os cursos de Agronomia, Letras, Matemática, Profissional em Educação e Recursos Naturais. A reserva das cotas para esses grupos é de responsabilidade dos cursos contemplados pelo sistema de ações afirmativas.
 
A professora de Língua Inglesa, Tattiana Alves Prado, cursa mestrado em Educação no campus de Paranaíba. Ela descobriu que podia ingressar na pós-graduação como cotista transexual por meio de informações compartilhadas por um amigo próximo.

 

“Ele estava se inscrevendo e me incentivou a ingressar, pois as cotas para transexuais sempre ficavam sem candidatos”, conta.

 
Tattiana não teve uma trajetória fácil de vida. Na adolescência, ela precisou se prostituir para ter alguma renda, já que não conseguia um emprego formal. Hoje, é bolsista do Pibap (Programa Institucional de Bolsas aos Alunos de Pós-Graduação).
 
Daniella Chagas Mesquita, mestre em Antropologia e Arqueologia pela UFPR (Universidade Federal do Paraná), explica que pessoas transexuais e travestis apresentam maior dificuldade de concluir o ensino médio e ingressarem na universidade devido às inúmeras agressões sofridas durante o processo de formação básica. Para ela, as cotas contribuem para o acesso da população transexual e travesti ao ensino superior.
 

“Pessoas trans tem uma grande dificuldade para entrar na universidade e, mesmo após a graduação ou pós-graduação, a dificuldade continua ao ingressarem no mercado de trabalho", detalha.

 Fonte: CampoGrandeNews.


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