Mobilizações estão programadas para acontecer em todo o país com indicativo de paralisação da categoria da Enfermagem, já no dia 19 de setembro, caso não haja nenhuma decisão favorável aos trabalhadores.
Com isso, o Sindicato dos Funcionários Públicos Municipais de Cerejeiras – SINDCER –, por meio de sua presidente Vera Lúcia Souza (Verinha) – convoca os funcionários públicos da saúde e demais categorias de Cerejeiras, para que vistam alguma peça de roupa preta, nesta sexta-feira, 9 de setembro, em demonstração de protesto e apoio aos servidores da enfermagem.
O dia 9 foi escolhido para a mobilização por ser a mesma data em que os ministros do STF darão início à votação virtual, que vai decidir se mantém ou não a liminar de Barroso. A votação termina em 16 de setembro.
MANIFESTAÇÕES EM CEREJEIRAS
Em Cerejeiras, as manifestações ocorrerão nesta sexta-feira (9) a partir das 17h em frente ao hospital municipal São Lucas e os manifestantes irão percorrer as principais Ruas e Avenidas da cidade em protesto a decisão do ministro do STF Luiz Roberto Barroso.
“Realizaremos manifestações pacíficas e ordeiras e o atendimento no hospital municipal ou qualquer unidade de saúde não será prejudicado, nossa manifestação é legítima em busca dos nossos direitos adquiridos. A lei do piso salarial da enfermagem levou anos para ser aprovada pela câmara federal e congresso, agora que foi sancionada pelo presidente um ministro de forma unilateral suspende nossos direitos, isso não é justo, vamos à luta”. Pontuou Verinha.
EM LIMINAR, BARROSO SUSPENDE APLICAÇÃO DO PISO SALARIAL DE ENFERMAGEM
Em decisão liminar, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu no domingo, 4 de setembro, o piso salarial da enfermagem. O ministro deu 60 dias para que o governo federal, Estados, Distrito Federal e entidades do setor se manifestem com informações sobre o impacto financeiro, risco de demissões e possível redução na qualidade do serviço oferecido.
Em sua decisão, o ministro disse que não é possível questionar a “relevância dos objetivos” dos parlamentares ao aprovar a lei, e nem a importância de cada profissional de saúde.
“Agora, é preciso atentar aos eventuais impactos negativos da adoção dos pisos salariais impugnados”, escreveu. “Pela plausibilidade jurídica das alegações, trata-se de ponto que merece esclarecimento antes que se possa cogitar da aplicação da lei.”
A definição de Barroso é em resposta a uma ação movida pela Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos e Serviços (CNSaúde). Segundo a CNSaúde, é insustentável o aumento estabelecido por lei, pois o texto não especifica de onde vem os recursos para os reajustes salariais. Desse modo, o juiz determinou que o caso seja analisado no plenário virtual da Suprema Corte.
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Assim, os demais ministros podem confirmar ou não sua decisão. No entanto, não existe uma data confirmada para o julgamento. Em vigor deste 5 de agosto deste ano, a lei do piso salarial de enfermagem, de autoria do Senador Fabiano Contarato (PT-ES) estabelece R$ 4.750,00 como pagamento mínimo para enfermeiros, além de outros profissionais da área.
Conforme o entendimento do juiz, é mais adequado que a lei passe a valer somente depois dos esclarecimentos solicitados. Barroso viu risco de piora na prestação dos serviços de saúde, principalmente nos hospitais públicos ligados ao Sistema Único de Saúde. O magistrado determinou os seguintes esclarecimentos aos respectivos responsáveis:
Situação financeira dos Estados e Municípios: ministério da Economia; 26 Estados e o Distrito Federal; e a Confederação Nacional de Municípios;
Empregabilidade: ministério do Trabalho e Previdência; e a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde;
Qualidade dos serviços de saúde: Conselho Nacional de Saúde; Conselho Nacional de Secretários de Saúde; Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde; e a Federação Brasileira de Hospitais;
Cada entidade tem até 60 dias para esclarecer as informações solicitadas por Barroso.
BOLSONARO SANCIONA NOVO PISO SALARIAL DE ENFERMAGEM
Em 4 de agosto deste ano, o presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionou o novo piso salarial de enfermagem. Trata-se do projeto de lei (PL) 2564/2020. A proposta também aumenta o salário de técnicos e auxiliares de enfermagem e parteiras.
Aprovado em julho deste ano pela Câmara dos Deputados, o PL ainda não havia sido encaminhado ao presidente, logo depois da aprovação, porque os deputados não tinham inserido na proposta a fonte de recursos para o projeto.
No entanto, essa questão foi contornada com a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional 11/2022 — iniciativa da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA). Agora, o novo valor vale depois que for publicado no Diário Oficial da União.
Uma das principais polêmicas em torno do projeto se deu em razão das questões orçamentárias. A estimativa é que a medida cause impacto de R$ 16 bilhões nas folhas de pagamentos dos setores público e privado.
Fonte: Gazeta Rondônia – Com informações do Sindsul - Imagem ilustrativa.