A audiência de instrução de Gabriel Henrique Santos Souza foi marcada para a próxima quinta-feira (10) no Fórum de Justiça em Pimenta Bueno (RO), na Zona da Mata. Ele é acusado de matar Antonieli Nunes para não assumir a paternidade do filho que ela esperava, considerando que o relacionamento dos dois era extraconjugal.
O crime aconteceu em fevereiro deste ano e a sessão inicial chegou a ser marcada para maio. No entanto, o processo passou mais de quatro meses suspenso depois que a defesa do acusado entrou com um pedido de avaliação psiquiátrica, alegando que ele sofre de insanidade mental.
Em setembro, o laudo final foi anexado ao processo e indicou que Gabriel "tem total capacidade e discernimento para averiguar o que é lícito e ilícito".
“Segundo o laudo, o réu Gabriel não possui nenhum tipo de transtorno mental, ele tem total capacidade e discernimento para averiguar o que é lícito e ilícito. Segundo o perito, na época dos fatos o Gabriel era totalmente consciente”, comentou a advogada e assistente de acusação, Débora Cristina Moraes.
Nova audiência
Na próxima quinta-feira (10) as testemunhas do caso devem ser ouvidas por videoconferência, assim como o acusado do crime, a partir das 8h30. Na ocasião será estabelecido o tipo de julgamento ao qual Gabriel deve ser submetido. A defesa poderá recorrer da decisão.
Gabriel Henrique Santos Souza, de 28 anos, foi denunciado por feminicídio triplamente qualificado, com majorante por aborto, já que Antonieli estava grávida. O réu e a vítima tinham um relacionamento extraconjugal e ele teria cometido o crime para não assumir a paternidade do filho que ela esperava.
Na mesma decisão que marcou a data da audiência também foi mantida a prisão preventiva de Gabriel. Ele segue preso na Casa de Detenção local de Pimenta Bueno.
O G1 entrou em contato com a defesa do acusado, que preferiu não se manifestar sobre o caso.
Relembre o caso
A morte de Antonieli Nunes Martins, de 32 anos, chocou todo o país no início do ano. Ela foi encontrada morta em cima da cama por familiares com sinais de asfixia e perfuração por objeto cortante.
Gabriel, no mesmo dia que o corpo foi achado, compareceu na delegacia no primeiro momento e confessou o crime, mas não ficou preso. Um dia depois, a Justiça de Pimenta Bueno decretou sua prisão e desde então ele se encontra detido.
O acusado é casado e manteve um relacionamento extraconjugal com Antonieli por 10 meses. Um dia antes do crime, ela teria revelado a ele que estava grávida e não queria esconder quem era o pai.
Em depoimento, Gabriel contou que teve um "ataque de ansiedade" e começou a estrangular Antonieli enquanto eles estavam deitados "de conchinha". Ele revelou que só parou o mata-leão quando não sentia mais o próprio braço, "de tanto que havia apertado o pescoço" dela.
Alguns instantes depois, ele teria percebido que Antonieli ainda respirava e pediu que ela desse sinais se ainda estava viva. Quando percebeu os sinais, ele deu uma facada no pescoço da mulher e abandonou a casa levando os pertences e objetos que tinha tocado.