Momentos antes de efetuar o disparo contra o olho direito do noivo, Jordan Guimarães Lombardi, 39 anos, Marcella Ellen Paiva Martins, 31, contratou um garoto de programa para ir ao quarto em que o casal estava hospedado, no Motel Park Way, no setor de Postos e Motéis Sul, em Brasília (DF).
Na tarde de quinta-feira (10), a Justiça de Goiás (TJGO) converteu de flagrante para preventiva a prisão de Marcella após audiência de custódia. Ela continuará na unidade prisional feminina de Luziânia (GO), para onde foi levada na última quarta (9).
A conversão da prisão se deu por conta de um roubo à mão armada, quando Marcella abordou o motorista de uma kombi escolar, na BR-070, na altura de Cocalzinho de Goiás, momentos após o homicídio.
Segundo depoimento de Marcella à Polícia Civil de Goiás (PCGO), ela pagou um garoto de programa, via Pix, no valor de R$ 5 mil, mas negou ter praticado sexo com o rapaz. Ela narra também que o companheiro agrediu o profissional.
O homem teria chegado ao quarto na noite de terça-feira (8), deixado por um carro de aplicativo. E saiu depois de, aproximadamente, duas horas. O garoto de programa teria ficado assustado com a briga do casal e, percebendo que havia uma arma de fogo no local, foi embora.
A mulher confessou o crime à Polícia Militar de Goiás (PMGO), e a defesa da autora confirmou que ela e a vítima utilizaram entorpecentes ─ como cocaína, maconha e ecstasy ─ desde que chegaram ao motel, na última segunda (7).
Por meio do seu perfil em um site de acompanhantes de luxo, a mulher se descrevia como “culta e envolvente”. “Proporciono encontros maravilhosos de forma espontânea e liberal. Adoro a troca de beijos intensos e realizar fantasias”, diz trecho da apresentação.
A autora do crime é bacharel em direito e estava em um relacionamento com a vítima há dois anos, morando em Moema, bairro da cidade de São Paulo.
O homem assassinado era membro do alto escalão da McKinsey & Company, uma empresa de consultoria empresarial americana.
Segundo o advogado Johnny Cleik, o casal voltava de São Paulo quando decidiu parar no Motel Park Way, na saída sul do Distrito Federal. “Consumiram droga desde segunda-feira. Cocaína, ecstasy, maconha”, relata. “Ela e o noivo iriam se casar em janeiro [do próximo ano]. Vieram de São Paulo de carro”, completa o profissional.
Cleik diz que o casal teve um surto psicótico no motel. “Começaram uma discussão, ele a agrediu, deu alguns tapas nela. Teve uma questão envolvendo algumas fotos íntimas que a gente não vai divulgar, mas ela apontou a arma para ele, e ele foi para cima. E falou: ‘Pode me matar, não estou nem aí, não quero saber da minha vida também’. Ela respondeu que não faria isso, e ele foi lá e deu outro tapa nela. Quando ele deu esse segunda tapa, com a arma apontada, apertou o gatilho”, relata o advogado.
“Ela se evadiu do motel em que estavam, e o carro, por se tratar de veículo da empresa, foi bloqueado. Ela fugiu tentando chegar a São Paulo, mas o carro parou em Águas Lindas por conta do rastreador”, pontua Cleik.
Na saída, Marcella acertou o portão do motel com o Audi Q7 que dirigia. O carro foi bloqueado na BR 070, na altura do km 34, em Cocalzinho de Goiás (GO), graças ao rastreamento feito pela empresa na qual Jordan trabalhava. A vítima era sócio e consultor da McKinsey & Company, firma de consultoria empresarial americana.
Segundo nota enviada pelos militares, Marcella foi detida e levada para a 1ª Delegacia da Polícia Civil de Águas Lindas. No momento da prisão, a suspeita portava uma pistola calibre .38, três munições e um estojo.