13/11/2022 às 17h08min - Atualizada em 13/11/2022 às 17h08min

Afeganistão: Talibã proíbe mulheres de irem as academias de ginástica e saunas

Gazeta Rondônia

As autoridades afegãs proibiram o acesso de mulheres à ginásios esportivos e saunas públicas. A proibição, revelada pelo Talibã neste domingo (13), é um reforço das restrições já anunciadas recentemente, como a exclusão dos parques e jardins da capital do Afeganistão.

"Os ginásios estão fechados para as mulheres porque seus treinadores eram homens e alguns (dos ginásios) eram mistos", disse à AFP neste domingo Mohammad Akif Sadeq Mohajir, porta-voz do ministério afegão para a Prevenção do Vício e Promoção da Virtude.


Ele acrescentou que os "hammams", uma espécie de sauna pública onde tradicionalmente homens e mulheres são separados, também são proibidos para elas. "Atualmente, cada casa tem um banheiro, então não há problema para as mulheres" se lavarem, acrescentou.

Um vídeo que circula nas redes sociais - que não pôde ser ainda verificado - mostra um grupo de mulheres de costas para a câmera lamentando a proibição de frequentarem academias. "É uma academia reservada para mulheres. As professoras e treinadoras são todas mulheres", reforça uma delas. "Você não pode nos banir de tudo", acrescenta a jovem, com a voz embargada de emoção.

Educação restringida

Apesar das promessas de serem mais flexíveis ao retornarem ao poder, em agosto de 2021, o Talibã retomou à interpretação ultra rigorosa do Islã que marcou a sua primeira passagem pelo poder (1996-2001), restringindo fortemente os direitos e liberdades das mulheres.

As escolas secundárias para meninas foram fechadas e os talibãs ordenaram que elas usassem o véu completo. Excluídas da maioria dos empregos públicos, as mulheres também são impedidas de viajar sozinhas para fora de sua cidade.

No início da semana, o Talibã anunciou que mulheres não tinham mais o direito de visitar os parques e jardins de Cabul. Ativistas dizem que as crescentes restrições visam impedi-las de se reunir para organizar a oposição ao regime.

Pequenos grupos de mulheres realizaram vários protestos instantâneos em Cabul e outras grandes cidades, arriscando a enfrentarem a ira das autoridades do Talibã. Esses protestos geralmente são brutalmente dispersos e as participantes são presas.

No início do mês, as Nações Unidas expressaram "preocupação" depois que o Talibã interrompeu uma entrevista coletiva na capital organizada por uma organização de mulheres. As participantes foram submetidas a revistas corporais e o organizador do evento, assim como várias outras pessoas, foram presos.

Fonte: MSN/Via AFP.
 
 


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