É uma corrida contra o tempo. Menos de uma semana. É este o pouco tempo que o governo rondoniense tem, através da sua Secretaria de Saúde, para não perder nada menos do que 99 milhões e 987 mil reais e 476 reais, disponíveis na Caixa Econômica Federal desde que o presidente Jair Bolsonaro atendeu pedido do governador Marcos Rocha, em 2019, para a construção de um novo hospital em Porto Velho. O assunto foi trazido a público esta semana através do deputado estadual Wlliames Pimentel, ex-secretário de saúde do Estado e da prefeitura de Porto Velho, que assumiu seu mandato recentemente e permanecerá no parlamento até 31 de janeiro próximo.
Um requerimento de Pimentel enviado ao Executivo, pede informações sobre as medidas que estão sendo tomadas para que o recurso não retorne aos cofres da União, já que o prazo final para a apresentação de todos os documentos e projetos (incluindo a autorização ambiental), precisam ser entregues à CEF no prazo máximo deste 30 de novembro, ou seja, daqui a sete dias. Ofício assinado pela secretária estadual e Saúde, Semáyra Gomes e pela Coordenadora da Sesau, Tauane Síngara de Amorim, informa ao DEOSP, órgão do governo que está tratando do assunto junto à Caixa, confirmando que o prazo final é realmente 30 de novembro, data definitiva para envio de toda a documentação. A partir de agora, há uma correria dentro dos órgãos governamentais, para que todas as exigências sejam cumpridas.
O recurso foi destinado para a construção de um hospital especializado. A liberação ocorreu meses depois do pedido feito, na época, pelo novo governador rondoniense ao seu companheiro político, que também, recém chegara ao poder. Não há ainda mais detalhes, mas, é claro, ouviu-se que haverá um esforço concentrado para que as exigências de documentação e projetos sejam encaminhados em prazo hábil e que o recurso, caso não seja perdido, seja utilizado para obras de um novo hospital, destinado ao atendimento de parturientes com graves problemas nos pré e pós partos, ou seja, uma Maternidade para casos especiais.
Entre mais de uma dezena de documentos e projetos pendentes, devem ser apresentados projetos de engenharia com gráficos, memoriais e especificações, entre outras informações, para estudo da viabilidade técnica. Também são exigidas aprovações de todos os órgãos técnicos (Prefeitura, Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária, Iphan, Funai e vários outros). O que falta, ainda, precisa ser feito numa correria contra o tempo. Não existe confirmação oficial sobre o assunto. O requerimento com pedido de informações, feitas por Pimentel, hoje parlamentar, até esta quarta-feira ainda não havia sido respondido pela Sesau. A torcida de todos é que a verba possa ser usada durante o segundo mandato de Marcos Rocha, onde a saúde pública será uma das grandes prioridades.
MARCOS ROCHA FALA SOBRE OS 100 MILHÕES
Ainda sobre este assunto: o governador Marcos Rocha participou, nesta quarta (23), do programa Papo de Redação, com os Dinossauros do Rádio, na Parecis FM. Durante o encontro, quando falou sobre vários temas (resultados positivos da viagem a Israel e à COP 27, no Egito; pagamento do funcionalismo nesta reta final de ano; o tambaqui chegando ao mercado internacional e muitos outros), ele abordou também a questão dos quase 100 milhões de reais que estão na Caixa Federal, para construção de um hospital.
Segundo Rocha, o recurso foi pedido para a construção do hospital de urgência e emergência de Porto Velho. Como a obra será construída sem uso de dinheiro público, há muito tempo o governo rondoniense tenta, junto ao Ministério da Saúde, que o recurso possa ser usado para erguer um Hospital Maternidade. Até agora, a situação não foi resolvida, porque o Ministério continua não aceitando que o dinheiro não seja usado para um pronto socorro.
Rocha diz que as conversações continuam, mas garante: caso o Estado não possa usar o recurso que está na Caixa Federal, o hospital maternidade será construído com recursos próprios de Rondônia.