Delzimar Alves do Nascimento, de 49 anos, que foi preso após matar a esposa, Elenice Pinto Martins, de 48 anos, com 22 facadas em maio deste ano no Bairro São Caetano, saída para Rochedinho, em Campo Grande (MS), foi solto 6 meses após o crime, com alvará de insanidade mental.
Conforme o laudo pericial emitido em setembro, o acusado tem transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de álcool e intoxicação aguda, à época dos fatos. Consta ainda que, durante o exame psíquico, teve alterações mnêmicas perceptíveis em relação aos fatos, além de amnésia lacunar.
"À época dos fatos o periciado era inteiramente incapaz de entender o caráter criminoso do fato bem como inteiramente incapaz de determinar-se de acordo com esse entendimento", diz o exame.
Foi solicitado ainda que o acusado fizesse tratamento psiquiátrico e psicológico imediato.
Consta no processo que em audiência realizada no dia 16 de novembro o acusado teve sentença de absolvição sendo determinada a sua soltura.
Feminicídio
Elenice foi morta na noite do dia 13 de maio. Um sobrinho da vítima relatou à Polícia Civil que estava em casa — uma residência vizinha — quando ouviu o grito da tia. Em seguida, o enteado da vítima, uma criança, entrou no local avisando que o pai havia matado Elenice.
O sobrinho da vítima encontrou o suspeito deitado na cama com um corte no pescoço e sangrando muito, já que teria tentado se matar após o crime. Segundo o registro da ocorrência, o sobrinho não teria encontrado a tia no primeiro momento, porém, a Polícia Militar chegou em seguida, encontrando o suspeito sobre o corpo da vítima.
O Corpo de Bombeiros chegou a ser acionado, porém a vítima já estava morta. O suspeito foi avaliado por um médico e preso por uma equipe da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher). Brigas
Segundo familiares o casal estava junto há cerca de três anos e brigava muito devido aos episódios de ciúmes do suspeito, que ocorriam, principalmente, após ele ingerir bebidas alcoólicas. Conforme os familiares de Elenice, Delzimar fazia ‘bicos’ e eles se conheceram quando ele trabalhava como mascate pelo bairro.
Uma cunhada da vítima relatou na época que na noite do crime, Elenice mandou mensagem para ela falando que se ela ouvisse barulho na casa, era para verificar o que estava acontecendo, “pois estaria tentado matá-la com o machado”. A cunhada ligou para ela, mas a vítima disse que não precisava ir, pois Delzimar já estava “dormindo de bêbado”.