02/03/2021 às 22h52min - Atualizada em 02/03/2021 às 22h52min

Anticorpos são 6 vezes menos eficazes contra cepa brasileira do Sars-CoV-2

Estudo brasileiro indica que anticorpos de pessoas que já foram infectadas pelo vírus e se recuperaram da doença são menos eficientes em neutralizar a variante P.1.

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Experimentos laboratoriais conduzidos na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) indicam que anticorpos presentes no plasma sanguíneo de pessoas que já tiveram Covid-19 e se recuperaram são cerca de seis vezes menos eficientes para neutralizar a variante brasileira do Sars-CoV-2, denominada P.1., do que a chamada linhagem B, que circulou no país nos primeiros meses da pandemia.
O estudo mostra ainda que o plasma coletado de indivíduos que receberam a segunda dose da CoronaVac há cerca de cinco meses apresenta baixa quantidade de anticorpos capazes de neutralizar o novo coronavírus – tanto a linhagem B quanto a variante P.1. Os dados foram divulgados segunda-feira (01/03) na plataforma Preprints with The Lancet e ainda estão em processo de revisão por pares.

“O que esses resultados preliminares sugerem é que tanto as pessoas que já tiveram COVID-19 como aquelas que foram vacinadas podem ser infectadas pela nova variante P.1. e, portanto, não devem se descuidar”, alerta José Luiz Proença Módena, professor do Instituto de Biologia (IB-Unicamp) e coordenador da investigação.

Segundo o pesquisador, esse fenômeno é comum e ocorre também com outras vacinas, fazendo com que alguns vírus continuem circulando mesmo após uma população ser imunizada. “Em hipótese alguma ele sugere que a vacina não funciona”, afirma.
Os experimentos descritos no artigo foram realizados com apoio da FAPESP (projetos 16/00194-8 e 20/04558-0) no Laboratório de Estudos de Vírus Emergentes (Leve) do IB-Unicamp, que tem nível 3 de biossegurança (NB3) e é administrado por Módena. O grupo recebeu de colaboradores do Centro Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (CADDE) 20 amostras de secreção nasofaríngea de pacientes infectados pela variante brasileira, que foram inoculadas em culturas celulares suscetíveis ao Sars-CoV-2. A presença da P.1. nas amostras dos pacientes foi confirmada por sequenciamento do genoma viral.
Dois isolados da variante P.1. obtidos a partir das culturas infectadas in vitro foram usados nos testes de neutralização feitos tanto com o plasma de convalescentes quanto de vacinados. Fonte Revista Galileu
 

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