A União foi condenada pela Justiça Federal a pagar R$ 60 mil a Fábio Luís Lula da Silva, filho do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e para a mulher dele, Renata de Abreu Moreira. Ambos tiveram conversas com familiares e amigos gravadas e divulgadas durante a operação Lava Jato.
O conteúdo dos diálogos foi divulgado após decisão do então juiz Sergio Moro, hoje senador eleito pelo União Brasil do Paraná.
A sentença da juíza Ana Lucia Petri Betto, da 6ª Vara Cível Federal de São Paulo, estabelece que as conversas do filho e da nora do presidente Lula não tinham nenhuma relação com as investigações da época. Dessa forma, a divulgação dos diálogos foi considerada ilegal.
A Justiça entende que Moro “tornou públicas as conversas interceptadas, sem qualquer filtro ou cautela, em violação às garantias fundamentais constitucionais” e que foram divulgados “até mesmo diálogos de caráter pessoal da coautora Renata, que não era investigada e nem constava na lista de pessoas monitoradas judicialmente”
Segundo testemunhas, Fábio e Renata passaram por período prolongado de isolamento e evitaram exposições públicas, além de adotarem “condutas de medo e ansiedade”.
Os grampos, tanto de Lula quanto de seu filho, foram divulgados no dia 16 de março de 2016, dia em que o petista foi anunciado ministro da Casa Civil pela então presidente Dilma Rousseff.
Dois dias depois, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a nomeação de Lula.
A assessoria de Moro informou que não vai comentar o assunto. A CNN entrou em contato com a União, que ainda não retornou.