Um dos presos no âmbito da Operação Nero, deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), e Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (29) é um homem que se apresenta como pastor evangélico Joel Pires Santana, 40 anos, nascido em Cacoal (RO) e mora em São Francisco do Guaporé (RO).
Ele foi detido em Rondônia e participa com frequência dos atos antidemocráticos em Brasília.
Em seu perfil no Facebook, o pastor que também é juiz de paz, se apresenta como criador de conteúdo digital, e sua página coleciona dezenas de imagens de manifestações em Brasília, além de imagens de apoio a Jair Bolsonaro.
Outro rondoniense, Ricardo Yukio Aoyama, 33 anos, não chegou a ser preso, mas sua casa, em Ariquemes, Rondônia, foi alvo de busca e apreensão. No imóvel, os agentes encontraram uma pistola. Conforme investigação da PCDF e da PF, Ricardo teria sido o responsável por comprar combustíveis durante os atos de vandalismo em Brasília.
No dia dos ataques, dezenas de veículos foram incendiados na região central da cidade. Nas redes sociais, Ricardo se apresenta como apoiador do presidente Bolsonaro.
Polícia já cumpriu 4 dos 11 mandados de prisão contra bolsonaristas
O delegado Leonardo de Castro Cardoso, da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), afirmou que, entre os bolsonaristas alvos da operação Nero, estão suspeitos de participação no armamento de um artefato explosivo perto do aeroporto da capital, em 24 de dezembro.
A Polícia Federal e a PCDF deflagraram a Operação Nero, que cumpre 11 mandados de prisão temporária e 21 de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As prisões tiveram início na noite de quarta-feira (28) e continuaram nesta quinta (29).
Durante a coletiva de imprensa foi anunciada a prisão de um quarto investigado.
A operação apura os atos de vandalismo e a tentativa de invasão à sede da PF na capital, em 12 de dezembro. No entanto, segundo a apuração, há investigados que também atuaram na montagem da bomba na véspera de Natal. Um dos envolvidos, George Washington de Oliveira Sousa, de 54 anos, confessou o crime e foi autuado por terrorismo.
Segundo os investigadores, ao todo, 40 pessoas já foram identificadas por envolvimento nos atos de vandalismo de 12 de dezembro. No entanto, foram expedidos mandados de prisão contra apenas 11 porque, de acordo com a investigação, só foi possível individualizar as condutas deles.
A polícia afirma que há cerca de 150 horas de filmagens de câmeras de segurança dos ocorridos, e que existem “provas robustas” da participação dos envolvidos.
Entre os 40 identificados, nenhum era originalmente do DF e, por isso, segundo os investigadores, é mais difícil localizá-los. Pastores, blogueiros e empresários estão na lista de investigados.